Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2020

Da Índia para o mundo. Conheça a nova Himalayan 410.

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Robusta, econômica e diferente: assim é a Royal Enfield Himalayan 410 (Foto: Tite)

Royal Enfield Himalayan muda pouco e bem para 2021

Imagine-se nascendo na Índia. Uma das maiores economias do mundo, mas em 130º lugar no IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Salário médio equivalente a R$ 600 por mês. E precisasse fugir do transporte público porque vive em uma das maiores concentrações humanas do planeta com 1,3 bilhão de pessoas! Nessa situação uma moto cairia, literalmente do céu. Céu que na Índia tem vários deuses, por ser uma cultura politeísta. Um deles deve gostar de moto!

É neste contexto que precisamos avaliar as motos da marca indiana Royal Enfield. Foram feitas para um cenário econômico/cultural que busca a mobilidade acima de tudo, sem exigir demais da qualidade. Para um indiano médio, ter uma moto como essa representa a conquista de uma vida, um objetivo a ser alcançado com esforço e ajuda de todas as divindades. Por isso as motos da atual Royal Enfield são desprovidas de um luxo que só faz sentido no mundo ocidental.

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Na foto podemos ver 24,8 cavalos na moto e três fora dela. (foto: Tite)

Porém a marca chegou no Brasil com status de motos “cool”, para um público descolado, em busca da diferenciação e da fuga da mesmice. Neste aspecto lembra um pouco os carros soviéticos da Lada, quando vieram ao Brasil nos anos 1990, feitos a partir de Fiat 125 dos anos 1970. São produtos que valem mais pelo o que representam e não pelo que oferecem.

Por isso pode-se afirmar que a Royal Enfield Himalayan 410 não foi projetada para ser bonita, mas para que os indianos pudessem subir a cordilheira do Himalaia – a mais alta do mundo – com a certeza de voltar, além de enfrentar desertos e climas muito diferentes de -20 a mais 50ºC. Feita para ir e, claro, voltar. Com toda a família!

Isso explica alguns detalhes de aparência espartana como o tanque de gasolina (com 15 litros) de formato retangular com duas proteções laterais bem esquisitas, mas funcionais, que servem para colocar tanques extras de gasolina, metros de corda e até utensílios rurais. O acabamento também não contribui, porque parece as nossas motos dos anos 1980. Por sinal, ao pilotar lembra demais a Honda XL 250R de 1983. Justiça seja feita, nem é tão feia, o mais correto seria chama-la de rústica.

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A bela combinação azul e branco, clássica e elegante, mas esse monte de ferro em volta do tanque estraga. (divulgação)

Para a segunda geração, chamada de 2021, a Himalayan teve algumas pequenas, mas funcionais alterações. Mudou o painel, que está ainda mais completo. Agora é possível desligar o ABS da roda traseira para pilotar na terra. O cavalete lateral foi redimensionado porque muita gente reclamava que ela tombava. Também passou a contar com pisca alerta. Além disso ganhou novas e belas cores como a vermelha e a azul, além da já conhecida cinza. Infelizmente a branca e a camuflada saíram de linha.

O painel é completíssimo, com instrumentos redondos, trazendo conta-giros, velocímetro, marcador de gasolina e até uma bússola digital. Dentro do velocímetro está um pequeno visor de cristal líquido com: hodômetros total e dois parciais, relógio, termômetro do ambiente (totalmente descalibrado, marcava 10ºC a mais!) e o útil indicador de marcha. Além das luzes espia tradicionais. E agora o botão pra desligar o ABS.

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Painel completíssimo tem até bússola! (divulgação)

A posição de pilotagem é típica das motos de uso misto, com guidão largo, banco de espuma macia em dois níveis e pedaleiras recuadas. Não é alta, com apenas 800 mm de altura do assento ao solo, facilita a vida dos pilotos mais baixos. O que complica é o peso. São 185 kg a seco ou 194 kg em ordem de marcha. Em termos e comparação, a Honda XRE 300 e a Yamaha Lander 250 tem dimensões semelhantes, mas pesam 40 kg a menos!

Por mais que pareça injusto comparar com as motos feitas no Brasil, de qualidade muito superior, elas são concorrentes em preço e os próprios executivos da marca indiana afirmam que são concorrentes, então tá. A Yamaha Lander 250 é vendida a R$ 18.890; a Honda XRE 300 a R$ 19.860 enquanto a RE Himalayan está cotada a R$ 19.390. Portanto são sim concorrentes diretas, mas com nível de acabamento e qualidade bem distantes, com larga vantagem para os produtos nacionais. Porém um argumento favorável tem nada a ver com o produto, mas pesa a favor da indiana que é a quase imunidade à roubo. Por mais que seja um argumento subjetivo, que não diz respeito à qualidade, tem peso na decisão para quem mora em grandes cidades.

Eu me sentiria envergonhado em afirmar que meu produto é “melhor porque é menos visado para roubo”. Seria como afirmar que “minha casa não corre o risco de ser arrombada porque é pobre”. Não é um argumento aceitável.

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Combinação vermelha e preta: novidade que combinou! (divulgação)

Na estrada

Os primeiros quilômetros foram na cidade. A posição de pilotagem é típica de uma moto de uso misto, mas quando olho para a alavanca de câmbio com braço articulado surge a dúvida se esta moto não teria sido projetada para ter as pedaleiras mais avançadas. Não é normal uma moto de uso misto com o pedal de câmbio articulado. Esse sistema é mais usado em motos touring ou esportivas. Ele deixa o curso mais longo e impreciso, que é o caso desta Himalayan. Provavelmente este projeto nasceu para ter a pedaleira menos recuada. Fiz uma simulação de pedaleira mais avançada e realmente ficaria até mais confortável.

As vezes eu olho para novos projetos e fico imaginando como a turma da engenharia deve brigar com o pessoal do marketing. O mais sensato seria ter as pedaleiras menos recuadas, pois não é uma moto para uso intenso off-road, mas para SUPORTAR estradas de terra. Mas alguém do marketing deve ter forçado a barra para ficar mais “parecida com as japonesas”. Só isso poderia explicar esse pedal articulado.

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Alavanca de câmbio com braço articulante não é normal em moto fora de estrada. (Divulgação)

Ainda rodando na cidade ficou evidente o bom equilíbrio da suspensão dianteira com curso de 200 mm, porém a suspensão traseira se mostrou mais “áspera”, com um sistema monoamortecido, com link, com 180 mm de curso. A impressão é de que a dianteira e traseira não “falam” a mesma língua. A sensação é de ser dura na compressão, mas bem suave no retorno, o que confirmei depois no fora-de-estrada. Também achei exagerada a indicação de calibragem dos pneus, mas segui o que estava recomendado no manual.

Já na estrada o peso exagerado cobra um preço. Mesmo tendo 24,8 CV a 6.500RPM, que é mais do que a Yamaha Lander (20,7 CV) e menos do que a Honda XRE 300 (25,4 CV), o desempenho fica comprometido tanto pelo peso, quanto pelo câmbio de cinco marchas e pela relação final de transmissão longa. O nível de vibração é aceitável, mas a 100 km/h o conta-giros indica 5.000 RPM. A rotação mais confortável é a 4.500 RPM, mas a velocidade cai para 90 km/h. Acima de 5.000 RPM começam a ficar mais sensíveis as vibrações nas manoplas (de borracha bem áspera) e nas pedaleiras que contam com proteções de borracha removíveis.

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Quer escolher pneu pra sua moto? clique na imagem acima.

Para reduzir a vibração, este motor de exatos 411 cm3 conta com um enorme contrapeso do virabrequim, que tira muito das vibrações primárias, mas por outro lado rouba um pouco de rotação. Isso deixa o motor mais “preguiçoso” nas retomadas de velocidade em última marcha. Para uso na cidade o escalonamento do câmbio atende as necessidades, mas na estrada às vezes é preciso reduzir uma marcha para buscar potência nas ultrapassagens.

Não costumo fazer teste de velocidade máxima, mas como não foi a primeira vez com essa moto, sei que ela fica em torno de 135 km/h. Com este novo modelo não consegui passar de 130 km/h com muito vento contra. O que, de novo, a deixa próxima ao desempenho das motos de 250/300cc.

Logo após a rodovia foi a vez de passear nas estradas de terra. E no caminho peguei uma estrada sinuosa, para sentir os pneus nas mais diferentes situações. De fato, os Pirelli MT 60 (dianteiro 90/90-21 e traseiro 120/90-17) conseguem atender todas estas variantes, mas é barulhento, como todo pneu de característica mais off do que on. Se a ideia for usar a moto apenas no asfalto tem opções mais “on” nessas medidas como Scorpion Trail 2 ou o Metzeler Tourance Next.

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Ooops, o banco do passageiro insistia em dar umas voltas. (Foto: Tite)

Enfim chegou um trecho por estrada de terra, que estava bem temperada com trechos de lama. Nesta condição tanto os pneus quanto as suspensões se revelaram muito eficientes. Aliás, a suspensão traseira foi bem melhor nos trechos piores! Quanto mais solavanco, mais eficiente a suspensão traseira, que em nenhum momento deu fim de curso. Ela é mais suave no retorno do que na compressão. Questão de ajuste.

Na parte mais exigente do fora de estrada o câmbio mostrou que o escalonamento dificulta nos trechos de subida íngreme, porque a primeira marcha é curta, mas a segunda é muito longa. Foi preciso abusar da embreagem para manter o torque em segunda marcha. Na verdade, pelo peso exagerado, não é exatamente uma moto para enfrentar trilhas, mas passa tranquila por qualquer estrada de terra comum. No meu primeiro teste com a Himalayan fiz a loucura de entrar num trecho de trilha fechada e quase desidratei de tanto suar para tirar a moto de uma cava. É muito peso para encarar trilha. Melhor limitar aos estradões de terra.

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Se a sua roupa de fora de estrada encolheu, ou você alargou, clique nessa foto que tem solução. (Divulgação)

Aproveitei para testar a nova condição do ABS traseiro desligado. Sim, funciona e dá tranquilidade nos trechos mais escorregadios, mas o ABS pode ser usado nos trechos de terra menos travados sem comprometer demais a pilotagem. Na verdade é bem mais tranquilizador mantê-lo desligado para poder derrapar a traseira quando necessário. O que senti falta no fora de estrada foi um pouco mais de fôlego do motor. Se a ideia for enfrentar muitos trechos de terra talvez uma relação final mais “curta” seria recomendável.

Também foi na terra que tive o único problema: o banco do garupa soltou duas vezes. Na primeira caiu e levou o estojo de ferramentas junto. Felizmente consegui voltar e achar tudo. Por garantia prendi minha capa de chuva por cima do banco que soltou de novo, mas se manteve na moto porque estava fixado com os elásticos.

Como não disponho de equipamento de medição, o consumo foi feito com base nos hodômetros e pelos cálculos deu média de 27 km/litro, para um tanque de 15 litros, o que projeta uma autonomia de quase 400 km! Como o torque máximo (3,2 Kgf.m) aparece a apenas 4.000 RPM pode-se encaixar um equação de velocidade/rotação que seja mais econômica para melhorar ainda mais essa marca.

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Essa tampa lateral "estufou", um efeito que já tinha ocorrido na primeira Himalayan avaliada. (Tite)

A opção por uma Himalyan é o que se chamaria de compra racional, sobretudo para quem vive nas cidades com alto índice de roubo. Mas, ao contrário dos veículos soviéticos que vieram para o Brasil, essa Royal Enfield já nasceu totalmente nova e com tecnologia mais moderna. Para uso urbano ela cumpre muito bem a missão, com respostas até vigorosas por conta do motor com mais curso do que diâmetro (86x78mm), mas também pelo motor de duas válvulas (como na Yamaha Lander), que dá mais força em baixas rotações.

Só precisa rever o padrão de qualidade. Tive a chance de avaliar as duas gerações da Himalayan e ambas apresentaram os mesmos problemas de acabamento como a lateral direita que “estufa” e a falta de mais cuidados com as soldas e pintura, por exemplo. As atuais ofertas de cores incluem a branca e a vermelha que lembram mais ainda as motos dos anos 80.

Em suma, a Himalayan poderia ser uma opção válida para quem curte marcas diferentes ou mesmo se diferenciar da mesmice. Mas do ponto de vista puramente pragmático, ou a Royal Enfield começa a caprichar mais nos detalhes e até mesmo pensar numa efetiva nacionalização, ou tenta se afastar do preço das 250/300 nacionais, para baixo, claro. Porque se colocar na balança os produtos efetivamente made in Brazil estão bem à frente nos quesitos qualidade e desempenho.

Além disso a rede de assistência técnica ainda é pequena no Brasil, mas uma das principais promessas é a robustez. Para ter uma ideia, a sugestão de troca de óleo é de 10.000 km, o que para os padrões de moto é uma eternidade! Assim como os produtos da antiga União Soviética, as motos indianas são feitas para durar muito e exigir pouca manutenção.

Para encerrar, nas redes sociais pode-se ler muitos problemas relatados pelos donos deste modelo. Claro que o nível de exigência do brasileiro é bem maior do que do indiano. Por isso, mais uma vez, insisto: ou melhora a qualidade ou reduz o preço. Ou aceita permanecer como uma moto de “gente descolada” que não liga pra essas coisas.

FICHA TÉCNICA

Motor

Tipo – quatro tempos, um cilindro, 2 válvulas, arrefecimento ar.

Cilindrada – 411 cc

Diâmetro/curso – 78 x 86 mm

Potência – 24,8 CV a 6.500 RPM

Torque – 3,2 Kgf.m a 4.000 RPM

Taxa de Compressão – 9,5:1

Alimentação – injeção eletrônica

Câmbio – cinco marchas;

Transmissão – coroa, corrente (com O-rings) e pinhão

Quadro – berço duplo de aço

Suspensão dianteira – garfo telescópico, 200 mm de curso

Suspensão traseira – monoamortecedor com link, 180 mm de curso

Distância entre eixos – 1.465 mm

Freio dianteiro – disco ABS

Freio traseiro – disco ABS, comutável

Pneu dianteiro – 90/90-21

Pneu traseiro – 120/90-17

Comprimento total mm – 2.190

Largura total mm - 840

Altura do assento – 800 mm

Peso seco – 185 kg

Tanque – 15 litros

Consumo de combustível – 27 km/litro (média geral)

Velocidade máxima (declarada) – 135 km/h

publicado por motite às 23:24
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Terça-feira, 14 de Novembro de 2017

Salão da recuperação

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Prepare-se: motos com câmbio automático como a Honda GL 1800 Tourer serão o futuro.

Vale a pena visitar o Salão Duas Rodas

São Paulo recebe o 14º Salão Duas Rodas, com uma boa notícia: uma leve recuperação do mercado, que poderia ser chamada de estabilidade, já que reverteu a tendência de queda. Segundo dados da Abraciclo – entidade que reúne os fabricantes do setor – o mês de outubro de 2017 teve uma alta de 7,8% em relação ao mesmo mês de 2016. Parece pouco, mas já sinaliza uma desejada reação.

O salão mudou de endereço e agora está no São Paulo Expo, espaço mais moderno e confortável do que o anterior Anhembi. Entre as boas notícias está o ambiente 100% climatizado e uma imensa área de estacionamento, grande mas caro pra caramba!

As principais montadoras mostraram novidades, mas quem roubou a cena foi a Honda, com um estande de 2.380 m2, onde expôs modelos recém apresentados em salões internacionais. Uma delas é a icônica Gold Wing GL 1800, agora com opção de câmbio automático de sete velocidades com dupla embreagem. Aliás, desde a primeira vez que pilotei uma Gold Wing, em 1977, sempre imaginei que esta moto seria perfeita se tivesse câmbio automático. Nada menos que 40 anos depois minhas preces foram ouvidas!

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É um scooter? É uma moto? Não é o X-ADV 750 da Honda. 

A Gold Wing vem em duas versões, ambas fabricadas no Japão. Uma delas mais despojada, sem o top case traseiro (bem ao estilo americano) e a Tour, com os três compartimentos de carga. Elas ficaram mais finas e leves e se aproximaram ainda mais de um automóvel de duas rodas, com um display digital e conectividades. Contam com assistência de subida, air-bag e até marcha a ré.

Outra novidade que chamou atenção foi um produto tão inovador que nem sequer se encaixa em nenhuma categoria existente. O motor é o mesmo da NC 750X, mas montado em uma estrutura de scooter e câmbio automático.  Trata-se da X-Adv, um produto criado na Itália para ser uma mistura de crossover com scooter. Pode ser usado na cidade, na estrada e até mesmo na terra. Um dado interessante são as rodas raiadas que recebem pneus sem câmaras. A exemplo dos scooters ela tem um útil porta objetos sob o banco.

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As novas Fireblade em primeiro plano e ao fundo a primeira, 900cc, de 1992. 

Ainda no estande da Honda, foi apresentada a esportiva CBR 1000RR nas versões standard e SP, com equipamentos de alta performance. Esta última será uma série limitada, com uma condição especial para os primeiros 25 compradores.

Além destas vedetes, o estande da Honda também expôs a nova Biz 125 com praticidades como entrada USB e painel digital, além de novas combinações de cores. Um modelo que vai fazer a cabeça dos saudosistas é a CB 1100RS, uma naked inspirada nas clássicas Four dos anos 70. 

Ao todo a marca expõe 77 modelos, entre lançamentos, line-up e conceito. Realmente tem tanto modelo que o estande já é quase um salão à parte.

Harley-Davidson

A lendária Harley-Davidson como sempre montou um estande bem ao estilo country americano, banda de rock, barbearia e até tatuador. O destaque fica por conta da chegada dos motores de 1.923 cm3, a maior capacidade volumétrica da marca. Esse motor vai equipar, entre outras, a nova CVO Road Glide, estradeira que tem como elemento mais marcante uma carenagem em formato de nariz de tubarão. Além de sistema de som sofisticado que tem até fones de ouvido sem fio.

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Nariz de tubarão pra morder todo mundo! 

Toda a linha 2018 foi exibida no salão e também conta com tantos modelos que seria necessário um artigo extra para descrever todos. Uma coisa é certa: as grandes novidades estão no campo do conforto, como banco aquecido, sistema de navegação e até comunicação sem fio com garupa e mais 10 motociclistas sintonizados. Sem dúvida merece uma visita demorada porque cada modelo tem uma história à parte.

Triumph

A marca inglesa reservou para este salão duas grandes novidades: uma linha totalmente nova da Trail 800 cc em três versões e a clássica Bonneville T100 Black. A já famosa e desejada linha 800 foi totalmente atualizada e apresentada pela primeira vez no Brasil pouco mais de uma semana depois de ter sido apresentada no salão de Milão. Entre as novidades estão o controle de tração, módulos de pilotagem, aquecedor de manopla, painel totalmente digital, faróis auxiliares e uma versão batizada de “low seat” para atender especialmente ao público feminino.

Já a Bonneville T100 Black com motor de 900 cc é inspirada no modelo de mesmo nome de 1959.

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No estande da Triumph tem vários modelos customizados, uma mais legal que outra. 

BMW

Simplesmente a moto mais cara do salão estava exposta no amplo estande da marca alemã. Trata-se do modelo de competição HP4 Race, produzida em pequena escala (750 unidades), com peças sofisticadas como o quadro de fibra de carbono. O motor é quatro cilindros em linha, capaz de chegar a 215 CV e o preço é de outro planeta: R$ 490.000. Ah, e não pode rodar nas ruas, só nas pistas!

Mas o lançamento mais importante da marca, pelo menos para os mortais, foi da GS 310, a trail que recebe o mesmo motor da G310. Com motor de um cilindro, 313 cc e 34 CV pode ser uma interessante opção de transporte para uso urbano, pequenas viagens e estradas de terra. 

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Motoquinha bem da hora: GS 310! 

Ducati

A Ferrari das motos também marcou presença com a linha completa e quatro lançamentos: a  SuperSport S, uma sport-touring com kit completo de eletrônica, motor de dois cilindros em L de 937cc, capaz de desenvolver até 113 CV a 9.000 RPM e quadro de treliça tubular.

Um dos produtos de maior sucesso no Brasil, a Monster chega na versão 797, com motor de dois cilindros em L, potência de 75 CV. Essa família existe desde 1992 e a cada geração ganha mais potência e tecnologia.

A família Scrambler também recebeu mais um integrante. Com estilo café-racer foi apresentada a Scrambler Custom. E para encerrar o pacote de novidades da marca, exibe a Multistrada Enduro Especial Brazil, com alguns pacotes de acessórios para deixá-la mais estradeira.

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Muito sensual essa Ducati SuperSport S 

Royal Enfield

Ainda não foi dessa vez que a clássica Royal Enfield trouxe a recém lançada 650cc de dois cilindros. As motos são os mesmos três modelos que a marca começou no Brasil: Bullet, Classic 500 e Continental GT. Porém o modelo Classic 500 recebeu uma série especial denominada Redditich, com três novas opções de cores e grafismo.

A atração do estande é uma exposição de três modelos customizados por grandes artistas que justificam uma passada pelo estande. E a linha de acessórios para motocilistas como jaquetas, dezenas de camisetas etc.

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Novas cores da série Redditich. 

Indian

A grande marca americana voltou à ativa depois de adquirida pela canadense Polaris e já se tornou um ícone mundial, presente em 130 países. Para este salão a marca trouxe três novidades, todas com predominância do preto fosco e ausência de peças cromadas. A Scout Bobber tem forte inspiração nas customizações. As mudanças mais visíveis estão no guidão mais plano e peças foscas em larga escala, mantendo o mesmo motor V2 de 1.133 cc arrefecido a líquido.

Já a Indian Chief recebeu a versão Dark Horse com predominância de peças foscas e inclusão do controle de velocidade (Cruise control). Outra que ganhou versão Dark Horse é a Chieftrain, que conta com o mesmo motor V2 de 1.811 cc, só que num grafismo bem mais dark.

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Tudo fosco na série Dark Horse da Indian. 

KTM

Representada no Brasil pela Dafra, a marca austríaca mostrou os modelo profissionais de off-road que fazem muito sucesso nas trilhas e  pistas de MotoCross. Mas a grande estrela foi a nova Duke 390, modelo com motor nervoso de um cilindro e desenho muito atraente. O modelo ganhou uma roupagem totalmente nova, painel digital, farol e lanternas de Leds e mantém o estilo meio supermotard que agrada muito ao público jovem.

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KTM 390 Duke nova ficou ainda mais esportiva! 

Kawasaki

Um dos modelos mais esperados foi a Ninja 400, que vai substituir a 300cc, mas só em 2019. Trata-se de uma esportiva com motor de dois cilindros paralelos capaz de fazer frente às motos de 500cc. Outra beleza exposta é a clássica renascida Z 900RS, inspirada na lendária Z1 de 1972. A semelhança entre as duas é impressionante, principalmente o tanque de gasolina, mas claro que tem toda tecnologia do século 21. O estande da Kawasaki tem ainda o line-up completo, inclusive a dream-bike Ninja H2R a mais veloz moto produzida em série.

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Papai Noel eu quero essa Z900, tá? 

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Mas pode ser a Ninja 400 também! Eu fui muito bonzinho! 

Outras atrações

Nem só de novidades vive esse salão Duas Rodas. Na área externa estão programados vários test-rides de novos modelos com destaque para a Honda que vai ter uma gama enorme de modelos em uma área muito maior do que nos salões anteriores.

O piloto Jorge Negretti está com sua equipe de manobras radicais para vários shows ao ar livre e uma grande novidade é o Wall of Death, ou Parede da Morte, que é uma espécie de globo da morte, só que apenas com a parte horizontal. Um belo espetáculo!

Claro que salão é uma oportunidade para quem quer adquirir algum item, seja de acessórios para motos ou equipamentos pessoais. Em termos de preço nem sempre é uma pechincha, mas é uma rara oportunidade de ver tudo num mesmo lugar com uma variedade incrível e muitos lançamentos que ainda não estão nas lojas. Outra dica é usar transporte coletivo, taxi ou Uber; não pelo trânsito, que é sossegado, mas pelo preço absurdo do estacionamento e não locais próximos para estacionar fora do pavilhão.

O salão funciona de 14 a 19 de novembro, confira valores de ingresso e horários pelo site oficial www.salaoduasrodas.com.br

publicado por motite às 13:06
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Sexta-feira, 26 de Maio de 2017

Clássica zero km, Royal Enfield Bullet 500

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Clássica, simples e funcional. (Foto: Tite)

Conheça a Royal Enfield Bullet 500 que acaba de chegar no Brasil 

Antes de comentar sobre a Royal Enfield Bullet 500 deixa eu contar uma história verdadeira. Lá nos idos do final dos anos 80 eu era editor da revista Quatro Rodas e um amigo maluco por carros decidiu construir uma réplica fiel do Porsche 555, carro que ficou famoso por ser o que James Dean deu a panca fatal. Pois lá fomos para Interlagos pré-reforma saber como seria. 

Externamente ele era igualzinho ao 555 original, com rodas de ferro de 15 polegadas, sem capota, acabamento rudimentar, mas com motor VW boxer de 1.600cc todo trabalhado. Saí dos boxes, dei umas três voltas, voltei pros boxes e descasquei o latim: “Pow, João, esse carro é ruim pacas! Sai de frente, sai de traseira, freia todo torto, esses pneus são ridículos, é um horror!”. O meu amigo abriu um sorriso e respondeu: “Legal, era isso mesmo que eu queria, igualzinho ao Porsche original!”.

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Simples e elegante 

Para entender a RE Bullet 500 é preciso se imaginar dentro das roupas do seu avô e pilotando uma moto dos anos 40, nas estradas e no estilo dos anos 40. Não adianta querer julgá-la baseado nos critérios das motos modernas, porque ela é uma moto inglesa dos anos 40, com a enorme vantagem de não se tratar de uma réplica, como o Porsche do meu amigo, mas de uma autêntica, zero quilômetro, original de fábrica! 

Ladies and gentlemen

Devo confessar que sempre tive curiosidade de saber como era a moto do meu avô, um imigrante italiano que adorava motos. Teve várias marcas e ensinou o filho e as filhas a pilotar. As únicas motos antigas que pilotei foram uma BMW 250 raríssima e uma Ducati 250 com os comandos dos pés invertidos. Depois disso nunca mais. Mas eu sabia que as motos vibravam muito, eram instáveis e quebravam só de olhar torto.

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Parece que voltamos no tempo. (Foto:Tite) 

Por isso foi com muita reverência que dei partida (elétrica) na Bullet, depois de acionar o afogador (mesmo com injeção eletrônica) e o motor fez muito barulho. Comentei com meu colega jornalista que estava ao lado, Thiago Moreno: “entrei no túnel do tempo e voltei 70 anos”. O motor de partida só é acionado com o cavalete lateral recolhido. Se estiver abaixado ela não libera a partida nem com a embreagem acionada. É preciso colocar no neutro. 

Primeira sensação é que tem alguma coisa solta, porque o motor produz um ruído bem diferente, típico dos motores com comando no bloco e acionado por haste (a velha vareta como das CGs de outrora). Na verdade o tic-tic-tic que ouvimos vem também do descompressor para acionar o pedal de partida. Sim, ela tem o pedal e eu fiz questão de tentar – e conseguir de cara – fazê-la funcionar pelo kick-starter. Em homenagem às minhas antigas motos “a pedal”.

 

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Pedal de partida. Fácil de ligar com motor quente. 

O projeto dessa moto data de 1932, quando surgiu na Inglaterra pré-Guerra e foi produzida em solo inglês até 1956, ano que a linha de montagem foi transferida para a Índia e permanece até hoje. Para entendê-la vou contar uma outra história:

No final dos anos 80 fui buscar uma equipe italiana que participaria de um rally de moto. Na época eu tinha um muito bem conservado Opala Coupé 1981, presente do meu pai. Quando eles entraram no carro um dos italianos comentou “que legal, você é colecionador de carros antigos!”. Com vergonha de explicar que aquele era meu querido carro de uso, até moderno para os padrões, simplesmente concordei e ainda emendei “precisa ver o Passat!”.

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Painel sem conta-giros.  

A Royal Enfiled moderna está para os indianos assim como o meu querido Opala estava para mim em 1989. O que para nós pode parecer algo antigo e anacrônico, para eles é a oportunidade de alcançar o sonho de consumo de toda uma família. E é assim que esta linha de moto deve ser tratada: com respeito! 

Como anda

Vale a pena passar um tempo olhando os detalhes. Tudo nela (ou quase tudo) é feito do mais puro, pesado e duro ferro! Não tem peças plásticas (exceto os punhos). Por isso o peso seco chega a quase 190 kg. O primeiro detalhe que me chamou atenção foi o par de luzes ao lado do farol, chamadas de olhos de tigre. Elas permanecem acesas quando se aciona a ignição e além de muito charmosas me lembrou a legislação de alguns países que obriga a manter os piscas dianteiros acesos junto com o farol, para que à noite os motoristas possam identificar que é uma moto e não um carro “caolho”. Aliás deveria ser adotado no Brasil também. Para completar, como a cereja do bolo, o farol tem uma pestana de metal, exatamente como antigamente.

 

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Punhos de plástico e detalhe do afogador. 

Olhando mais um pouco podemos ver que não existe absolutamente nenhuma frescura. Tudo é funcional e necessário. As rodas são raiadas de aço que calçam pneus com câmera Metzeler de 19” na frente e 18” atrás, na discreta medida 90/90 e 110/80, respectivamente. 

O desenho do motor é totalmente clássico com o único cilindro bem na vertical e até pode-se observar as borrachas entre as aletas de arrefecimento na tentativa de reduzir a vibração. Aliás, quem não gosta de sentir a vibração de um monocilindro de 499 cm3 arrefecido a ar, com comando por vareta nem chegue perto dessa moto. Porque ela vibra... e muito! Nada que me assuste, afinal eu já tive Yamaha DT 180 e Agrale 27.5, com seus motores estridentes dois tempos. Viajei e fui muito feliz com elas, por isso nem dei tanta importância a essa vibração, mas saiba que faz da Harley-Davidson 883 um primor de lisura.

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Posição de pilotagem totalmente clássica. (Foto: Miriam Gleice) 

Como é uma moto que deve atender todas as necessidades – lembra que é feita para rodar na Índia – fiz questão de passar uma semana submetendo a pobrezinha a todo tipo de maus tratos, inclusive um severo off-road cheio de lama e foi positivamente surpreendente. 

Logo de cara a posição de pilotagem é a mais clássica possível: as pernas ficam em ângulo quase reto, com os pés bem repousados para a frente, como em uma moto utilitária. O guidão é largo e, para meu gosto, poderia ter uns 4 cm a mais de altura. Numa eventual “minha” Bullet eu começaria trocando o guidão, mas é perfeitamente confortável para qualquer medida de pessoa. 

O banco é assimétrico, com uma grossa e dura camada de espuma. Esta seria a segunda alteração que faria na minha hipotética Bullet. Acho que poderia tirar alguns cm de espuma e inserir uma camada de gel. Ou mesmo trocar por um banco mais confortável. Mesmo assim rodei 120 km direto sem parar e sem destruir minha coluna. O espaço para garupa também é honesto e permite rodar na cidade e na estrada. 

Na estrada

O primeiro trecho de teste foi no trânsito caótico de São Paulo. Nos corredores entre os carros deu um pouco de trabalho por causa da largura do guidão. Na verdade o guidão nem é tão largo, mas ele tem os pesos na ponta que servem para reduzir a vibração nas manoplas e, acredite, são necessários. 

Não gosto de tratar a incidência de roubo e furto como uma qualidade ou fator de compra, mas admito que rodei muito tranquilo, mesmo nos bairros mais críticos e deixei a moto estacionada (com uma singela corrente dessas de bicicleta). É realmente um alívio poder rodar de moto sem ficar olhando para os lados a cada parada de semáforo. O que rolou foi o inverso: as pessoas paravam e faziam as perguntas mais diferentes e curiosas, como “você mesmo que restaurou?”, ou “que ano é essa Harley?”, “ela vem assim?”, “meu avô tinha uma Jawa igualzinha”...

bullet_1.jpg

Até parece a moto do vovô. (Foto: Tite) 

Sabe o que é o mais gostoso dessa moto? O câmbio! A caixa de cinco marchas tem um acionamento tão suave e silencioso que me deixou com raiva da minha BMW G 650GS. E quando se engata a quinta, acima de 40 km/h, o funcionamento do motor se torna suave, silencioso e sem vibrações. Parece mágica. Mas basta elevar a rotação para sentir mãos e pés formigarem. 

Depois do trânsito foi a vez de pegar estrada e aí o bicho pegou, porque escolhi um trecho com limite de 120 km/h. Até 100~110 km/h o motor se mantém no limite aceitável de vibrações, mas acima disso a vibração é tão intensa que não dá para ver o que está se passando pelos espelhos. Uma saída para essa vibração seria adotar um sistema de castanhas e coxins na fixação do guidão e das pedaleiras, mas tem de ser uma alteração no projeto original, não dá para adaptar. 

Já no trecho de curvas, nada a declarar. Nem pense em pilotá-la como se fosse uma esportiva, porque o chassi é pesado, torce e as pedaleiras raspam no asfalto com facilidade. É preciso enfrentar as curvas como se realmente estivesse nos anos 50. Tente se imaginar com uma jaqueta de couro, capacete aberto e curta a estrada sem a menor pressa. Até porque não adianta. 

Neste percurso sinuoso devo elogiar também o freio dianteiro a disco, muito eficiente, mas que merecia manete regulável, porque depois de algumas frenagens seguidas minha mão direita cansou. É fácil de resolver com uma manete regulável vendida no mercado de acessórios. Já o freio traseiro a tambor é suficiente para controlar a velocidade no uso urbano, mas percebi que o modelo avaliado estava com o tambor ovalizado. 

E como a Royal Enfield venceu o Six Days Scottish Trial, em 1957, com Johnny Brittain não resisti a tentação de pegar uma terra, justamente depois de dois dias de chuvas torrenciais. Olha, sou um motociclista bem eclético, porque nos anos 70 viajava de Honda CB 400Four por estradas de terra normalmente. E lembro do Amyr Klink viajando de Honda CB 750Four com pneus de enduro pela Rio-Santos antes do asfalto! Portanto somos de um tempo que moto era para enfrentar de tudo. Essa Bullet me surpreendeu positivamente porque o motor tem uma entrega de potência tão suave que mesmo abrindo o acelerador ela não sai chicoteando pra todo lado. Parece até um controle de tração. Peguei uma subida toda enlameada e fomos de boa até chegar o asfalto. Arrisco afirmar que é possível enfrentar longos trechos de terra até porque na Índia as estradas de asfalto são um luxo das cidades industrializadas. 

As suspensões aceitaram bem o piso irregular. Trata-se de um conjunto simples, com garfo telescópico na frente e dois amortecedores reguláveis atrás. Mantive na posição intermediária o tempo todo. 

Outro destaque é o jogo de ferramentas, como antigamente, com chaves de bom tamanho, resistentes e funcionais. Não estão ali só para cumprir exigências burocráticas.

bullet_3.jpg

 Charme iresistível. (Foto: Tite)

Charme e classe

Uma pergunta difícil de responder é: vale a pena investir R$ 18.000 nesta moto? Do ponto de vista essencialmente mercadológico é claro que tem opções mais modernas de 250cc zero km, com a mesma faixa de potência (a RE tem 27,2 CV a 5.250 RPM), mas e o charme? Posso responder por mim: sim compraria uma Bullet sem qualquer receio. Porque moro em uma cidade violenta, já tive quatro motos roubadas a mão armada e a moto é muito charmosa. É a única chance de ter uma moto antiga zero km! Além de ser o modelo mais longevo da história. 

Na minha hipotética Bullet colocaria um pára-brisa, trocaria o guidão, mudaria o banco e até instalaria um escape não muito barulhento, mas que também remeta ao ronco das inglesas dos anos 50. E mais: qual moto vendida no Brasil é fabricada praticamente à mão, uma por uma? Faz muito sucesso o vídeo do artista que pinta os filetes dos tanques à mão. Se não viu, veja, clicando AQUI. 

Talvez o único item que não combinou são os piscas cromados, muito modernos para o estilo. Dá a sensação que foram instalados apenas para cumprir exigência legal. Na minha hipotética Bullet eu trocaria essas setas por alguma com ar mais clássico, mesmo que seja necessário fabricar. 

Ao final do teste, fiz um cálculo de consumo bem pouco científico porque não disponho de um medidor de vazão, mas acho fácil fazer entre 22 e 25 km/litro em ritmo normal. Algo totalmente dentro do padrão de motor. O que projeta uma autonomia média de 320 quilômetros. 

Se a ideia for uma moto urbana, que se destaca, imune a roubo, charmosa e com uma extensa lista de acessórios customizáveis, pode separar a grana. Principalmente para quem não se adapta aos scooters, mas quer uma moto simples, para deslocamentos curtos. Já imagino uma série de acessórios como mata-cachorro, luzes de neblina, bolsas laterais de couro, sem falar na linha de roupas da marca Royal Enfield, 100% de inspiração vintage. 

Claro que não poderia deixar o já internacionalmente conhecido IPM – Índice de Pegação de Mina (ou mano). Num mundo cada vez mais fashionista e cool aparecer com uma Bullet pode fazer muito sucesso. Posso imaginar corpos tatuados, em roupas e cortes de cabelo estilo pin-up ocupando o espaço da garupa. Daria nota 7,0 neste quesito, acima de uma 250cc japonesa, mas ainda abaixo das Triumph Bonneville. 

Mas, por favor, nem pense em comparar essa Royal com qualquer outra moto do mercado brasileiro, porque simplesmente ela é única. Não tem comparação com mais nada! 

Para mais detalhes, cores, versões e ficha técnica clicar AQUI.

 

 

publicado por motite às 01:51
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