(Esse mano Zero Bala é um poeta)
Ae, se liga no RAP que fiz pra homenagear meus bródi de Brasiília. De Brasília, Chevette, Passat, é nóis tudo. Em breve vou incluir a versão cantada, tá ligado?
Rap da Vergonha (Zero Bala)
Mais uma vez
Vou aperrear vocês
Não agüento mais
Esse país não me d paz
Ligo rádio, abro o jornal
E que tudo aqui vai mal
Navalha, sanguessuga, mensaleiros
E a polícia só prende os motoqueiros
Mas os pol¡ticos da capital federal
Viajam livres, de Porto Alegre a Natal
O ministro gordo e fanfarrão
Cai fora, foge, queima o chão
Que nem o Silas Rondó
Fugiu e livrou o fiofó
Tenho insônia, rolo na cama
Porque meu país foi doado a Gautama
Nunca vi obra mais incomum
Uma ponte liga nada a lugar nenhum
Fincada no meio do nada
Com meu dinheiro custeada
Ó meu Cristo Redentor
Olhai por nós, Senhor
Proteja-nos dessa quadrilha
Que mais parece uma matilha
De chacais sedentos de dinheiro
Seja dólar, real ou cruzeiro
Suborno, presente ou propina
Basta pagar e o político assina
Nesse religioso Brasil falsificado
Até o combustível é batizado
E quem olha por cima de tudo
um gordo sapo barbudo
Inepto, ignorante e incompetente
Mesmo assim reeleito pra presidente
Será que o culpado de tudo, de novo
É esse conceito abstrato: o povo?
Nas palavras do Marx: “massa de manobra”
Que serve pra fazer a superfaturada obra
Gente consciente que rala e trabalha
E dessa vida só leva a mortalha
Quero ver essa gente de saco cheio
Sair nas ruas e protestar sem arreio
Botar a raiva pra fora do peito
Contra presidente, ministro e prefeito
Ó meu Cristo Redentor
Olhai por nós, Senhor
Livre-nos dessa doença nacional
De roubar de forma incondicional
Tanto faz, rico, miserável ou pobre
Todo mundo fica sem o suado cobre
Seja pelo assaltante de mão leve
Ou pelo imposto que todo mundo deve
Tanta maracutaia desde os tempos do cruzeiro
Mas policia só prende, só prende: motoqueiro!
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