(O capacete é aquele mesmo do teste da GSX-R 750... Foto: Fábio Oliveira)
Desde 1999 meus amigos jornalistas especializados em automobilismo se reúnem para pegas nas pistas de kart indoor. O que começou com uma brincadeira virou campeonato em 2002, realizado pela então fundada liga esportiva FIAK - Federação Internacional de Andadores de Kart - com aval de órgãos desimportantes como CBA, FASP, FIA e contrária aos interesses de um certo baixinho metido chamado Bernie Ecclestone.
Nos primeiros campeonatos disputei algumas corridas esporádicas e cheguei até a vencer uma ou duas, sei lá, quando ninguém me roubava descaradamente, ou um destes escrevinhadores celerados se jogava em cima do meu kart.
A exemplo de qualquer campeonato monomarca o índice de cafajestice é do mais elevado patamar. Trapacear é mais importante do que vencer, apesar de um severo regulamento técnico desportivo.
(Largada com 21 karts. Eu sou o da direita, com duas rodas na grama. Foto: Fábio Oliveira)
Depois de alguns anos afastado do campeonato, voltei à ativa durante a Seletiva Petrobras, realizada em novembro, no kartódromo da Granja Viana, SP. E logo de cara tive de disputar contra 20 karts, completamente enferrujado.
(Meu kart saía muito de frente. Foto: Fábio Oliveira)
No treino percebi que meu kart saía muito de frente, mas preferi me adaptar ao kart a trocar de equipamento. Na última vez que troquei de kart o substituto era muito pior... Mesmo assim consegui me classificar em sexto para a largada, aliviado porque apenas os seis primeiros da corrida seriam qualificados para a final.
Na largada usei minha velha experiência (que já narrei aqui) e fui para o lado externo da pista, enquanto todo mundo se espremia no lado interno. Coloquei metade do kart na grama e consegui passar um piloto. No kart a transmissão atua diretamente no eixo traseiro, sem diferencial. Assim, se ao menos uma roda estiver no asfalto ele ainda consegue aderência para sair rápido.
Ainda na primeira volta consegui ultrapassar mais um piloto e ficar em quarto lugar, já traçando um plano de manter essa posição sem forçar, porque precisava chegar até sexto.
Mas aí veio o erro... Como o kart saía muito de frente eu precisava entrar nas curvas de alta velocidade levemente atravessado. Logo na primeira volta exagerei na atravessada e rodei na curva mais rápida. Até conseguir endireitar e voltar à pista vi todo mundo passar e fiquei em último.
Comecei a recuperar posições até terminar em oitavo e perder a vaga para a final...
(Depois dessa bela frenagem... rodei e fui pra último! Foto: Fábio Oliveira)
Foi mais uma lição da série "Vida Corrida": em torneios de apenas uma prova é proibido errar. É mais importante correr em cima dos erros dos outros do que tentar uma tática ousada e jogar tudo fora em uma curva.
Agora restam mais duas etapas para o final do acirradíssimo campeonato FIAK 2008 e vou participar delas só pra desenferrujar. Mas em 2009, aguardem-me, seus escrevinhadores, diagramadores e vendedores de reclames, porque já contratei um personal SpeedRacer e voltarei à velha forma.
Ah, o resultado da corrida não importa, nesta categoria cada um só se preocupa consigo mesmo!
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