Quinta-feira, 26 de Julho de 2012

Moto, substantivo feminino

Indiana_Vanessa.jpg

 (Indy Muñoz e Vanessa Daya)  

Sempre fui meio refratário a escrever sobre mulheres motociclistas porque enaltecer este tipo de atividade funciona para alimentar ainda mais certos preconceitos. Pilotar moto nunca foi exclusivo da condição masculina, minha mãe era motociclista nos anos 40, assim como minhas tias e tios e isso não fez delas melhor nem pior que suas colegas. 

Não gosto de desenvolver essa tipo de pauta “mulher-que-faz-coisas-de-homem”, porque como pai de duas mulheres, não acredito nem nunca acreditei que mulher não possa fazer as atividades consideradas “masculinas”. E esse tipo de artigo serve para estimular atitudes como “puxa, ela é fera mesmo, joga futebol como um homem”! Com certeza seria capaz de encontrar centenas de mulheres que jogam futebol muito melhor que eu! E com moto não é diferente.

Vanessa.png

Vanessa Daya: Não sei porque você se foi... Leia os comentários no final desse artigo 

Felizmente os tempos mudaram, passamos por grandes transformações no comportamento social e hoje as mulheres já representam cerca de 50% das compras de motos em algumas cidades. Esse número pode ser maior, porque ainda são comuns homens comprando motos para esposas ou filhas. 

E não é só nas ruas! Atualmente é comum a presença de mulheres competindo em motovelocidade, MotoCross, enduro, free-style etc. E no mesmo nível de competitividade que os homens, porque à exceção das atividades fora-de-estrada, nas demais não há necessidade de maior força muscular nem resistência física.

 


(Mulher no guidão, tudo de bão!) 

Já faz alguns anos que recebo constantes inscrições de alunas em meu curso de pilotagem SpeedMaster e observei que até o tipo de moto mudou. Antes as mulheres escolhiam motos custom, scooters ou trail. Hoje vejo uma quantidade muito grande de mulheres pilotando motos esportivas de 250, 600 e até 1.000cc com a maior desenvoltura do mundo. Já surgiram até grupos de motociclistas exclusivamente feminino (mas que aceita nós, estranhos de sexo masculino) que se reúnem para competir ou simplesmente viajar. 

Do ponto de vista estritamente técnico não existe nada que possa diferenciar homens e mulheres no que diz respeito à pilotagem de moto. Alguns especialistas em comportamento apontam até uma vantagem das mulheres. Por serem capazes de separar os comandos dos dois hemisférios do cérebro, a mulher – teoricamente – teria condições de, por exemplo, conversar sem perder a orientação do caminho, coisa que eu me atrapalho até sem falar nada. A bem da verdade, sabemos que as mulheres são capazes de falar e fazer qualquer coisa ao mesmo tempo. 

Chega até a ser charmoso (e fetichista) encontrar mulheres vestindo macacões de couro, pilotando motos esportivas de 120 a 200 cavalos. E como as motos são praticamente monopostos, não tem nem como levar o namorado na garupa.

O mercado já percebeu esse crescimento do público feminino sobre duas rodas e começou a oferecer linhas de equipamentos especialmente for ladies. É evidente que a anatomia de homens e mulheres é diferente. Por isso capacetes, luvas, botas e conjuntos de couro e poliéster são feitos já prevendo o uso por mulheres. Podemos encontrar capacetes em cores exclusivas, jaquetas com caimento respeitando a cintura mais fina e numeração especial. 

E não é diferente com as motos! No segmento de scooters e motonetas é comum os fabricantes oferecerem uma versão especial para público feminino com cores e acabamento especiais. Difícil é vender depois... 

Outro dado interessante deste público é que estão cada vez mais bem informado. Com a facilidade da Internet, as mulheres pesquisam muito antes de comprar, desde equipamentos até a moto. E também se preocupam mais com a segurança do que os homens. Talvez até por vaidade é mais comum ver mulheres de luvas, botas e capacete fechado. 

Só espero que as motociclistas não comecem a adotar o comportamento masculino no trânsito. Pela própria natureza, as mulheres costumam ser mais cuidadosas e gentis, mas já é possível encontrar mulheres motociclistas adotando o modelo masculino truculento de pilotagem e até violento. Vamos torcer para que as mulheres, motociclistas ou não, continuem sendo mulheres!

 

Vem aí novas regras

Em recente fórum internacional sobre trânsito foram apresentadas algumas propostas para aumentar a segurança dos motociclistas. Voltou à pauta a velha questão das motos circulando nos corredores entre os carros e 20 Estados apresentaram proposta de proibir o tráfego de motos nestes espaços. Porém com uma ressalva: que as motos possam circular quando o trânsito estiver parado. Uma decisão tacanha, porque em alguns horários em São Paulo os carros circulam a uma velocidade abaixo de 5 km/h, ou seja: quase parado. Como fiscalizar isso? 

Além disso, pelas estatísticas oficiais a maioria absoluta dos acidentes envolvendo motos acontecem nos cruzamentos e não nos corredores. E mais, estudos mostram que uma moto colocada atrás do carro representa mais risco ao motociclista em caso de abalroamento.

campanha.jpg

No corredor é mais seguro, porque motoristas se distraem! 

Mas continuam deixando fora da fiscalização as películas escuras dos carros e o uso de telefone celular por motoristas! 

A boa notícia é que foi apresentada proposta para melhorar a formação dos motociclistas. Agora as moto-escolas deverão fazer aulas em vias públicas e não apenas em local fechado e espremido. Finalmente acordaram que um dos problemas enfrentados pelos novos motociclistas é o baixíssimo nível de instrução na formação básica. 

Pelo menos é um passo, porque vivemos uma condição totalmente inversa do resto do mundo. O Estado não dá formação, não fiscaliza, mas cobra um comportamento exemplar e se não obedecer... multa!  

 

 

 

publicado por motite às 14:23
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Quinta-feira, 19 de Junho de 2008

O espírito da coisa - parte II

 

 

Uma das maiores surpresas que a Internet me proporcionou foi descobrir realmente QUEM é esta entidade enigmática, abstrata e desconhecida chamada LEITOR!. Depois de 25 anos na mídia impressa me acostumei a conviver com esta entidade sem saber exatamente que cara tinha.

 

Graças do Motonline eu conheci o leitor. Mais que uma figura de linguagem, conheci mesmo, de partar as mãos, olhar nos olhos, abraçar e até baixar na casa deles.

 

Se por um lado me fez abrir novos horizontes na hora de escrever, por outro veio também a constatação de que existem leitores e leitores. Descobri como pensam, como escrevem, como consomem e até como se divertem.

 

E percebi algumas distorções do tipo: "fórum é pra discutir", não importa o que, nem com qual carga de seriedade, o que importa é discutir.

 

Tem os xiitas que partem da filosofia "Tem opinião, sou contra!". O cara é contra até Jesus Cristo. O problema é que esses não têm base científica para julgar.

 

Veja o exemplo da polêmica sobre o centro de gravidade. Surgiram físicos, matemáticos, engenheiros, semi-deuses para mostrar que minha teoria estava errada. Até desencanei e deixei a questão de lado pra cuidar da minha vida...

 

Mas eis que recebo uma ligação do editor da Scientific American - divisão brasileira - a mais respeitada revista técnica do mundo, criada nos anos 40 pedindo para que eu escreva uma matéria de cunho científico sobre a Física aplicada à pilotagem. Veja, não procuraram o engenheiro, o físico, o matemático, nem os chutadores oficiais, procuraram o jornalista que não é físico, nem matemático, nem engenheiro. Simplesmente porque sabem que eu estudo essa matéria chamada pilotagem há mais de 3 décadas.

 

Estou elaborando esse material - que jamais publicarei na Internet - com calma para esgotar esse assunto. Só isso pra animar minha manutenção nesse assunto.

 

+     +      +

 

Nos anos 80 eu tinha um grande amigo que amava as motos. Era absolutamente apaixonado por motos, desde esportivas, até fora-de-estrada (menos custom, naturalmente). Depois de algum esforço ele conseguiu entrar em uma grande multinacional de motos como assessor de imprensa. Menos de dois anos depois ele saiu e me confessou:

 

-- É melhor eu sair desse mercado enquanto eu ainda amo as motos, porque se ficar mais tempo certamente passarei a ter RAIVA das motos!

 

É assim que me sinto nesse momento: prefiro ficar um pouco de fora da mídia de motos antes que comece a sentir raiva de tudo!

 

Por enquanto ficarei nesta tarefa menos convencional de editar uma revista de estilo de vida que, entre outras coisas, me obriga a ficar o dia todo dentro de um estúdio fotografando mocinhas!

 

+     +     +

 

Piada retirada da Maxim indiana

 

Maria era uma devota católica. Ela casou-se e teve 17 filhos com o primeiro marido. Então o marido morreu. Duas semanas depois ela casou-se de novo e teve mais 22 filhos com o segundo marido, que também morreu. Enfim Maria também morreu. No funeral, com os 39 filhos presentes, o padre comentou:

 

-- Até que enfim,  eles estão juntos!

 

Um dos filhos perguntou:

 

-- Juntos, quem? Minha mãe e o primeiro marido, ou ela com os dois maridos?

 

-- Não - explicou o padre - eu quis dizer os joelhos!

 

sinto-me:
publicado por motite às 17:56
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