Veja bem qual curso irá frequentar...
Hoje recebi esta mensagem de um leitor, Fabiano Toledo. Ele escreveu indignado sobre a postura de alguns cursos de pilotagem realizados em Interlagos. Eu já quis escrever sobre isso, mas como pode parecer anti-ético com os colegas professores, deixa que ele abra o bico. Mas assino cada palavra que ele escreveu!
Informe-se melhor.
Hoje em dia com o crescimento absurdo de adeptos ao mundo das motocicletas esportivas, deu-se também o crescimento de pessoas que acharam um ótimo negócio para se ganhar dinheiro, com isso agora vemos inúmeros cursos, trackday, clínicas.
Com tudo isso podemos nos perguntar: - E a qualidade? E a segurança nos autódromos?
Sabemos muito bem que, quem compra um motocicleta que ultrapassa facilmente a barreira dos 200 km/h e se dispõe a andar em autódromos está sujeito a beijar o asfalto, porém será que os instrutores não tem uma parcela de culpa desses acidentes?
Já presenciei algumas atitudes inadequadas em autódromos, tais como:
1) Aluno em treino de iniciantes correndo com a moto usando mais a loucura do que mais precisamente a técnica ensinada pelo instrutor. Será que esse aluno já não deveria ter sido tirado da pista antes de acontecer algo mais grave?
2) Alunos com um pouco mais de experiência querendo encontrar o seu limite, na mesma bateria que um tiozinho que apenas está ali para aprender um pouquinho mais e não cair com a esposa nos passeios.
Já vi inclusive nesses TrackDays um cara rodando dentro do autódromo de Interlagos de calça djeans, acredita nisso? Como um instrutor e o responsável pelo evento autorizam uma coisa dessas?
Onde está a qualidade? Será que com o intuito apenas financeiro não está caindo a qualidade desses eventos?
Será que não cabe aos instrutores e profissionais da área, tentar conscientizar os novos adeptos das motocicletas esportivas que eles estão sentados em cima de pequenos foguetes e que isso não é um “brinquedinho de gente grande” como muitos escrevem nas camisetas e sites de relacionamentos?
Não estou aqui para simplesmente falar mau dos cursos apresentados hoje em dia e sim mostrar o que anda acontecendo por aí.
Moto não é carro, digo isso pois quando se compra um carro novo você vai na loja, tira os plásticos do banco e vai embora. Já uma motocicleta é bem diferente, porque existem ajustes de guidão, manetes e principalmente de suspensão. Tudo isso de acordo com a altura e peso do piloto.
Agora a pergunta: - Será que as concessionárias se preocupam com esses ajustes no ato da entrega da moto? Ou apenas ativam as motos e o feliz comprador sai da loja rumo aos passeios e o pior ainda, direto para as pistas de corrida.
Conheci no mês passado em Interlagos, um tiozinho que tinha acabado de comprar uma Kawasaki Z1000 e ganhou um mini curso da concessionária. Acreditem ou não, mas o coitado acho que foi em uma loja qualquer de acessórios e o vendedor empurrou o que ele tinha disponível naquele momento pois o “piloto” estava vestido com uma calça, bota e luva MotoCross! acredita nisso?
A única coisa que estava adequada para o tipo de lugar e moto que ele estava era a jaqueta e o capacete.
Juro que fiquei com pena dele, porém não falei nada. Com o absurdo crescimento no Brasil de vendas de motocicletas está também crescendo os números de maus vendedores e produtos imitando os originais que acabam colocando em risco a vida do piloto, por isso que eu digo:
- Antes de comprar uma moto, entrar em um curso ou comprar equipamentos, informe-se antes, a internet está ai para nos ajudar.
Fabiano Toledo
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