(Essa mocinha é a jornalista Fernanda, a vida dela mudou depois do curso. Foto: Schvear)
Há 25 anos sou jornalista e neste período escrevi dezenas, centenas, milhares, sei lá, uma montanha de artigos, mas poucas vezes fui alvo de alguma reportagem. Por isso fiquei muito emocionado ao ler o artigo escrito pela jornalista Fernanda Pressinott que, a exemplo do advogado André Garcia, fez o curso e depois escreveu com total liberdade e sem nenhum jabá no site Motonline.
Meus sinceros agradecimentos à Fernanda, André e a todos que ajudam a divulgar este trabalho. Segue a íntegra da matéria publicada no suplemento DC Carro do Diário do Comércio, de São Paulo.
Aprendendo a pilotar de verdade
A repórter do DC foi para a pista aprender a correr de moto. Mas também se divertiu
O empresário Adelchi Bossardi tem 25 anos e comprou sua primeira moto há seis meses, assim que tirou a habilitação. E o que isso tem de estranho? Nada, a não ser o fato de ele ter adquirido uma Fazer 600 cc, da Yamaha, para começar a aprender. E uma moto um tanto quanto grande e agressiva, para quem não tem experiência nenhuma. E como se ele· quisesse aprender a dirigir em uma carreta.
(Os 14 alunos me ouvem sob um sol escaldante. Foto: Arnaldo Schvear)
A diferença entre Bossardi e outros pilotos iniciantes e a consciência. Sabendo que não tinha habilidade suficiente para pegar estrada sem fazer barbeiragens ele recorreu a um curso de técnicas de pilotagem, o SpeedMaster, ministrado pelo jornalista especializado em motos ex-piloto de motovelocidade e instrutor de pilotagem há dez anos, Geraldo Tite Simões.
O curso, promovido em Piracicaba (SP), tem como objetivo usar técnicas de pista de corrida para aprimorar a pilotagem em ruas e estradas. E realmente vale a pena. Para quem não sabe nada, vai aprender desde a posição correta na motocicleta ate a melhor maneira de frear e/ou como fazer curvas.
(O curso começa com todo mundo ziguezagueano na minha frente. Foto: Arnaldo Schvear)
Mas não e só para iniciantes, pelo contrário, pilotos bem experientes se surpreendem com técnicas como o contra- esterço, isto é, a possibilidade de virar o guidão para o lado contrário à direção para onde se quer ir na hora de um desvio. É bem complicado quando se escuta a teoria, mas na prática dá para ver quão eficiente pode ser. “Eu gosto de viajar e vim em busca de ter mais segurança. No fim das contas, aprendi várias outras coisas e me surpreendi. Foi um dinheiro bem investido”,diz Luis Fernando Carneiro Mendes, 47, comerciante de Itapeva como Bossardi e dono de uma Suzuki Bandit 650.
Calor - O legal é que o curso é divertido de fazer. Embora a parte teórica tenha conteúdo difícil que remete as aulas de física do colégio, passa rápido porque o professor e engraçado. Os exercícios na pista são desafiadores e gostosos de praticar. O inconveniente é usar roupa de proteção sob forte sol do interior. Realmente mata qualquer um.
(Fernanda no slalom. Foto: Arnaldo Schvear)
A ideia de ministrar cursos de segurança surgiu de uma experiência de Tite Simões nos Estados Unidos. “Já era piloto profissional quando fiz um curso lá descobri que não sabia nada”, diz. Tentou montar um curso de Racing, mas descobriu que o despreparo das pessoas era tão grande que seria melhor ensinar os pilotos a andar na estrada.
“A motoescola deveria ensinar, mas faz o contrário disso. O primeiro erro é impedir o motociclista de frear com o freio dianteiro. Depois, nas ruas existem lendas estranhas do tipo 70% da frenagem e com o dianteiro, 30% com o traseiro. Na verdade, existem diferentes frenagens para diferentes situações”, explica. Outros temas são postos na berlinda como a necessidade de deitar demais o corpo em curvas na estrada. E o curso também passa rápido por informações sobre vestimenta adequada; técnicas na chuva, em terra e pilotagem noturna. “0 motociclista jamais pode dizer 'não vi', tem de que estar atento o tempo todo e 'pre-ver' o que pode acontecer a cada trecho de estrada”, afirma Tite Simões.
Por: Fernanda Pressinott