Quarta-feira, 18 de Março de 2009

Manaus, arte, cultura e moto!

Dureza de vida: essa é a piscina de borda infinita do Hotel Tropical... Foto: Tite

 

Cada vez que alguma fábrica nos convida para visitar a linha de montagem em Manaus o ritual é meio parecido. Minha primeira vez na capital amazonense foi em 1983 e desde então voltei lá várias vezes. Na época da proibição de importação essa era nossa única chance de comprar as muambas tão desejadas e inacessíveis. Lembro uma vez de ter comprado uma dúzia de potes de caviar, manteigas francesas e bolachas italianas e quase morri de tanto comer. Minha barriga deve ter estranhado tamanho luxo e mandou tudo de volta pra privada do hotel!

 

Noutra ocasião rolou aquele famoso assalto que resultou na "Vingança Manauara" que vc encontra aqui mesmo neste bologui. Mas essa mais recente, da semana passada foi marcante.

 

Primeiro porque nunca peguei tanta chuva. Como já expliquei, existem dois climas distintos em Manaus: um que chove todo dia e outro que chove o dia todo! Acho que peguei um que chove todo dia o dia todo! Só tivemos dois períodos livres e nos dois choveu pacas. Pacas, jacarés, piranhas, choveu de tudo!

 

Mas também tivemos a companhia ilustres da banda Iron Maiden (que eu nem sabia da existência) e do príncipe Chaves (segundo Lula), o catador de barangas da realeza britânica. Mr. Tampax inverteu o conto de fadas: o sapo beijou a plebéia e casaram!

 

(fausto macieira versão iron transformer. Foto: Tite)

 

Ficamos duas noites dividindo o lobby e o restaurante do hotel com os metaleiros feitos de ferro. Incrível que o vocalista tem cara de tiozinho: cabelo curto, calça de preguinha e camisa de botão. Jamais imaginaria que aquele sujeito era um metaleiro! Infelizmente os seguranças não deixaram a gente tirar fotos, mas não sou chegado a idolatria, então... que se reiem!

 

Na programação estava incluído um passeio de barco para ver o desencontro das águas dos rios Negro e Solimões. Imperdível... se tivesse sol, porque eu já vi esse encontro tantas vezes que sou capaz de dar a cadeia de carbono de cada um dos rios!

 

(Jogaram leite no café! Foto:Tite)

 

E, claro, não podia faltar a visita à fábrica!!! Dessa vez com extensão ao laboratório de emissões e controle de qualidade. Acompanhe o report a seguir:

 

 

Linha de montagem
 
Como de praxe, a Honda submeteu os jornalistas à (mais) uma visita à fábrica. Acho que se algum operário faltar eu poderei substituí-lo, de tanto ver aqueles processos todos! Sempre impressiona ver uma fábrica que produz uma moto a cada oito segundos. E a cada nova visita aprendemos algo diferente e a fábrica parece ainda maior (como se fosse possível...). Mas desta vez não vimos apenas a fundição, estamparia, pintura etc etc... fomos apresentados pela primeira vez aos laboratórios!
 
(Loompa, Loompa... uma moto a cada 8 segundos! Foto: Tite)
 
A preocupação recente da Honda em nível mundial é com o meio ambiente. Todas as fábricas e produtos da marca refletem essa ideologia. Por exemplo, no novo processo de pintura, desenvolvido no Brasil, a redução de emissão de material foi da ordem de 60%, graças a um sistema que economiza na quantidade da tinta e na eliminação de alguns componentes químicos.
 
Além dos laboratórios de emissões (que já conhecíamos) fomos enfiar nossos narizes nos laboratórios de controle de qualidade. Pudemos ver e mexer em vários “ímetros”, “ógrafos” e “ômetros” que analisam até a cor da cueca do engenheiro.
 
(enfeites de natal? aqui é onde dão a pintada no tanque, ai! Foto: Tite)
 
Só que percebi algo diferente nesta visita. A cada “ômetro” novo que nos apresentava, o simpático guia acrescentava o preço da traquitana. “Este aqui custou 2 milhões, aquele ali um milhão, o outro 500 mil” e assim por diante. Só então entendi o motivo de tanto cifrão, além de me deixar com depressão profunda por não poder comprar nem um termômetro de mercúrio: era uma direta na jugular de alguns jornalistas que saíram deitando elogios sobre a qualidade de algumas motos chinesas que estão sendo comercializadas no Brasil.
 
Ao ver aquela linha de montagem quase 100% verticalizada – fazem até a espuma do banco! – e os caríssimos aparelhos de análise de qualidade fica evidente o recado: “experimente visitar uma destas novas marcas para avaliar se o investimento chega perto”. Aliás, apenas Honda e Yamaha contam com laboratório de emissões no Brasil. Por meio de uma assessoria da Abraciclo, a Honda foi certificada para atender as montadoras associadas.
 
(Tua CG pode estar aqui... Foto: Tite)
 
Só para esclarecer, quando uma marca não tem o laboratório de emissões no Brasil é preciso levar uma comitiva de técnicos brasileiros da Cetesb para o país de origem – com a nossa “álcoolina” na bagagem – e fazer os ensaios lá na China. Já devem estar acostumados com a comida local, au, au!

 

 

publicado por motite às 01:11
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