Nunca os motoqueiros foram tão necessários. Foto: Tite
Como o Corona vírus colocou a moto de volta na foco da mobilidade
Há anos defendo a teoria de que os motofretistas, ou motoboys, são uma espécie de Geni* do trânsito. Quando está tudo bem eles são odiados e maltratados, mas quando alguém está com fome e não quer sair de casa são os motoboys que levam a pizza. Então, num passe de mágica, eles são adoráveis, não importando o CPF, ficha corrida, comportamento e educação.
Essa história se repete há mais de três décadas. Odiados por uma parcela da cidade, são eles que de certa forma estão salvando milhares de pessoas durante o período de confinamento. E a moto entra com aquilo que ela tem de mais destacável que é a mobilidade a baixo custo, acesso fácil em áreas densamente habitadas e, cereja do bolo, é um veículo naturalmente feito para atender o isolamento social, porque as motos de carga só levam uma pessoa. E quando levam duas, ambas estão de capacete.
Alguns comerciantes estão facilitando e ajudando os motociclistas profissionais. Foto: Tite
Os aplicativos de entrega de mercadorias, refeições e documentos não pararam e houve até uma correria em busca de mais motociclistas. Os atacadistas registraram uma queda de vendas de até 70% nas primeiras semanas, mas passados quase 30 dias recuperaram e registram um faturamento apenas 30% menos. Parte dessa recuperação veio dos restaurantes que passaram a atender em regime de delivery e aí que entraram os “cachorros loucos” com suas motos.
Imagine o que é manter as pessoas em casa em uma cidade como São Paulo que tem 12,5 milhões de habitantes, população maior que a de Portugal e Bélgica. Se as pessoas não podem sair de casa, o jeito é levar os produtos até elas! Uma grande atacadista de São Paulo, a PMG, abriu as vendas para pessoa física com entrega em casa. Por isso, o mercado de alimentos conseguiu sobreviver em plena pandemia.
Herança maldita
O estigma dos motofretistas não é de hoje. Eu mesmo fui motoboy no final dos anos 1970 quando a indústria brasileira ainda gatinhava. Motoboy era a ascensão profissional do office boy. Ter uma moto em São Paulo fazia o dia render muito mais porque não precisava passar horas se deslocando em ônibus lotados e desconfortáveis.
Mas a primeira moto nacional de 125cc só veio em 1976. De forma muito discreta começávamos a ver algumas delas paradas em frente aos bancos, cartórios, fóruns etc. A indústria foi crescendo, a facilidade de aquisição aumentando e nos anos 1990 os motoboys já eram uma realidade. Pipocaram empresas especializadas em entregas rápidas e a atividade deu um salto gigantesco a partir do ano 2000 quando os problemas de mobilidade nas grandes cidades já estavam muito mais evidentes.
Quando começou, a atividade de motoboy era bem remunerada e atraía estudantes – como eu – e aqueles que simplesmente não se adaptavam a um ambiente de escritório – como eu de novo. Foi graças a essa atividade que consegui pagar os primeiros anos da faculdade de jornalismo. Também era uma atividade para apaixonados por motos. Tinha um ar de rebeldia e liberdade que atraiu muita gente. E eu ainda era um motoboy de luxo porque rodava de Honda CB 400Four!
Quando o dono do escritório (meu pai!) me promoveu para trabalho interno entrei em depressão e pedi demissão! Virei jornalista!
Num dia normal os motoboys disputam espaço com os carros. Foto: Tite
Mas deixa lembrar como era o mercado nessa época. Em 1992 o total de vendas foi de pouco mais de 90.000 motos no ano. Quando rompemos o século 21, mais precisamente em 2005 o mercado atingiu essa cifra de 90 mil unidades por mês! E chegou a um milhão/ano neste mesmo ano. Esse crescimento veio no embalo de um programa de liberação de crédito que inundou as cidades de motos.
Com a facilidade de acesso, rapidamente o número de motoboys cresceu exponencialmente. Como em tudo no mundo, o aumento na oferta de mão de obra fez o valor das tarifas despencarem. Só para título de comparação, em valores de hoje, eu recebia uma média de 20 reais/hora. Hoje, passados quase 30 anos, o valor é de mais ou menos R$ 8,0 a hora. Porém, com uma diferença: hoje os aplicativos pagam por quilômetro rodado, um perigo porque estimula o aumento da velocidade.
No meu tempo era perfeitamente possível trabalhar seis horas por dia, de segunda a sexta, estudar e ainda sobrar tempo livre para lazer. Hoje um motociclista profissional passa até 12 horas por dia, sete dias por semana, em cima da moto para chegar a um “salário” de R$ 4.000. Com muito esforço!
E vieram os problemas naturais dessa expansão. Um deles foi o aumento no acidente com vítimas. Mas esse mito caiu por terra quando a Faculdade de Medicina da USP e a Abraciclo, realizaram uma pesquisa para identificar o perfil da vítima. Para surpresa geral, os motoboys representavam apenas 28% das vítimas. Algo difícil de entender quando se observa a forma quase suicida como pilotam.
Na verdade é uma ilusão. Calcula-se que circulam cerca de 250.000 motociclistas profissionais em São Paulo, dentro de uma frota de mais de um milhão de motos. Os motoboys rodam todos os dias, muitos quilômetros e essa vivência traz habilidade. Já o motociclista que usa a moto apenas como meio de transporte roda poucos quilômetros e demora mais para obter habilidade. Isso gera dois tipos de perfis: o habilidoso sem responsabilidade e o responsável sem habilidade! E quando se trata de sobrevivência no trânsito a habilidade é mais determinante do que a responsabilidade.
Não é só isso. O motoqueiros irresponsáveis representam uma pequena parcela. A imensa maioria pilota de forma responsável. Porém mais uma vez entra em cena a ilusão. Quando um motociclista responsável passa por um motorista ou pedestre a moto nem sequer é percebida. Se passarem vinte “normais” ninguém percebe. Mas se passar UM fazendo barulho, buzinando, batendo no espelho será lembrado por muito tempo. Isso causa a sensação de que tem mais maus do que bons motociclistas.
E ainda tem o aspecto da imitação. Como já mostrei, os motoboys adquirem habilidade rapidamente, enquanto um motociclista “civil” demora mais. Porém esse novato acaba imitando o arquétipo do motoboy e tenta acompanhar esse ritmo sem ainda ter adquirido experiência. O resultado é o que ficou demonstrado na pesquisa: 72% das vítimas são de usuários comuns e não motoboys!
Não pense que é fácil trabalhar com moto. É pau, pedra, chuva é o fim do caminho! Foto: Tite
Amor em tempos de vírus
Eis que chegamos ao ano 2020 com uma surpresa: um vírus letal que se espalhou rapidamente pelo mundo e fez o brasileiro experimentar uma tal de quarentena. A recomendação de isolamento social obrigou mais da metade da população a ficar dentro de casa (segundo censo da Prefeitura na primeira semana de abril), enquanto a outra parte trabalha para ajudar quem fica isolado. Assim o brasileiro redescobriu a importância do motoboy!
Com os novos aplicativos de transporte com moto, como iFood, Uber Eats, Loggi ou Rappi essa atividade permitiu, facilitou e até incentivou a quarentena. E como na fábula da Geni e o Zepelim o motoboy passou a ser admirado, respeitado e recompensado.
Em Belo Horizonte, MG, os moradores começaram uma campanha – rapidamente disseminada para outras cidades – de solicitar um lanche e dar ao próprio motociclista! Foi uma ação de reconhecimento porque muitos desses motociclistas não tem tempo nem de parar para se alimentar. Em São Paulo eu vi uma cena inesquecível: um motoboy tirou um pacote de geléia de mocotó em barra do bolso e começou a comer enquanto estava parado no semáforo! E ainda me ofereceu!
As gorjetas também aumentaram. Dos tradicionais dois reais saltou para cinco e até dez reais! Um reconhecimento pela importância desse trabalho. Alguns motoboys iniciaram a campanha “fique em casa” pelas redes sociais e com avisos em suas enormes mochilas. Outra consequência da pandemia foi o aumento expressivo de mulheres na atividade! Principalmente jovens em idade escolar. Isso eu percebi pelo aumento de mulheres procurando o meu curso ABTRANS. A boa notícia é que mulheres se envolvem muito menos em acidentes!
Outra boa notícia é que os acidentes diminuíram quase a zero, porque as cidades estão praticamente vazias de carros, mantendo apenas caminhões e ônibus em circulação. Sem os carros não há necessidade de transitar no corredor entre eles, uma das principais causas de acidente. E nem precisa se arriscar, porque sem carros a média horária das motos aumentou naturalmente e o motoboy circula sob uma pressão bem menor.
Ao contrário do que se imagina, não é o excesso de velocidade que causa acidentes entre moto e carro, mas a DIFERENÇA de velocidade! Imagine uma via que tem limite de 50 km/h. Se o trânsito está carregado e os carros circulando a 15 km/h, uma moto rodando a 45 km/h está dentro do limite de velocidade, porém está três vezes mais rápida do que um carro. É isso que causa os acidentes.
Seja gentil com os motoqueiros, dê gorjeta! Foto: Tite.
Para piorar essa equação, a 45 km/h (ou 12,5 metros por segundo) uma moto em ótimas condições, pilotada por um motociclista habilidoso, percorre cerca de 10 metros até parar totalmente. Dez metros são mais ou menos cinco carros, mas a fechada vem do motorista que está a dois carros de distância! O resultado dessa matemática é a batida. Por isso, nos meus cursos eu recomendo usar o corredor entre os carros no máximo a 30 km/h.
Pelo menos durante esse período de quarentena, com a pandemia do Covid-19, os motociclistas estão vivendo uma condição inédita de cidades praticamente vazias e apenas as motos em circulação. Surgiram várias ações espontâneas para ajudar e melhorar a vida dos motoboys. Alguns shopping centers permitiram o funcionamento de restaurantes para atendimento delivery e liberaram a entrada apenas de motos.
No centro de São Paulo os estacionamentos, que normalmente não aceitam motos, abriram as portas para os motociclistas cobrando valores simbólicos. Prédios residenciais que antes proibiam a entrada de motos já estão permitindo. A concessionária Honda Remaza manteve parte da oficina atendendo basicamente motofretistas e ofereceu sistema de entrega de peças aos clientes. Além de uma campanha nas mídias apoiando o trabalho destes profissionais. Até a imprensa, que normalmente costuma massacrar os motoboys, passou a mostrar reportagens positivas.
Ou seja, toda a cidade está percebendo a importância da moto como ferramenta de mobilidade quando todo mundo está parado. Só faltou mesmo um pouco de sensibilidade por parte do CET e Detran que poderiam liberar as motos novamente nas marginais e até estacionamento nas calçadas.
Conversei com vários motoboys durante esse período. Sem anotar nomes, apenas um bate-papo entre um farol fechado e outro. O que ouvi foi basicamente que estão trabalhando mais, porém com menos pressão, mas que o excesso de gente no ofício fez cair a rentabilidade individual. Mas todos foram unânimes em afirmar que o trânsito sem carros ficou uma maravilha!
Qual seria o melhor cenário? Que ao fim dessa pandemia a população continuasse a olhar para estes profissionais com o mesmo respeito e carinho. Claro que existem os maus, mas é assim em qualquer atividade, da medicina à engenharia, passando por todas as áreas. Isso é da condição humana.
Mas lembro um conselho que aprendi com um adestrador de cães. Trate com carinho que receberá carinho de volta. Trate com brutalidade e vai levar uma mordida! Isso funciona com gente também!
A história da Geni e o Zepelim termina quando ela salva a cidade, mas no dia seguinte toda a população acorda e volta a desprezá-la e humilhá-la. Não deixe isso acontecer com os motoboys. Respeite, agradeça e ajude os motoboys, porque você vai continuar precisando deles.
* Geni era a personagem da peça Ópera do Malandro, escrita por Chico Buarque. Nesta fábula existia uma cidade onde todos desprezavam e humilhavam a Geni por ser uma prostituta que se deitava com qualquer um. Mas quando a cidade foi ameaçada por um comandante doido em um zepelim cheio de bombas quem salvou foi a Geni, por quem o comandante se apaixonou e desistiu da ideia de destruir a cidade. A letra começa com todo mundo jogando pedra na Geni, repetindo a frase “maldita Geni”. Mas quando ela salva a cidade mudam a estrofe para “bendita Geni”. O que pouca gente sabe é que na versão original Geni era um travesti, mas a censura da época não permitiu.
Para conhecer a música Geni e o Zepelim clique AQUI.
Esse jegue sou eu!
Ainda na moda de publicar listas de “tantas coisas que sei lá o quê” chegou a hora de numerar e classificar as atitudes que revelam o real grau de estupidez de uma pessoa em cima de uma moto.
Vamos as Masterpieces of Jumento Rider 2017.
Oba! vamos lá zuar um monte!
Quem gosta de moto não a destrói. Mostre que você é um apaixonado por motos e cuide bem dela. Quem ama não arrebenta o motor!
Todos os dias eu abro a porta de casa e dou de cara com cocô de cachorro na calçada. O bairro é residencial, de classe média-alta, zona sul de São Paulo. Cheio de casas acima de um milhão de reais e condomínios de luxo. Mas o cocô é a mais eficiente forma de nivelar qualquer sociedade, porque é sempre igual seja qual for o padrão.
Cansado de recolher essa porcaria decidi montar campana e ficar à espreita do cachorro sujão e consegui! Abri a porta e jamais esperava por tamanha surpresa. Imaginei de tudo, cachorro solto, esses “dogwalker” (nome afrescalhado de quem cobra pra levar os cachorros dos outros pra passear), criança, empregada doméstica, pensei em várias possibilidades, menos na real: uma dupla de pai e filho, cada um com seu cachorro, passeando e literalmente c**** e andando para o mundo.
Até pensei em chamar a atenção, levar um saco plástico de presente, fazer alguma coisa, mas os dois eram tão descaradamente brutamontes que pensei na possibilidade de ainda apanhar deles por querer que não sujassem minha calçada (sim, minha porque está no IPTU).
Essa cena explica muita coisa. Quando um pai dá este tipo de exemplo, ele está dizendo para o filho: “olha, meu filho, as outras pessoas são menos importantes para nós do que esse cocô de cachorro!”.
O que isso tem a ver com segurança de motociclista? Tudo! Hoje existe uma discussão interminável e inconclusiva sobre as atitudes que podem resultar na redução das vítimas de trânsito. Já se pensou de tudo: recrudescimento das leis de trânsito, aumento da fiscalização, alteração das vias etc. Mas pouco se faz no sentido de mudar o comportamento das pessoas.
Não é novidade e já publicamos várias vezes que a educação tem um papel fundamental e isto só o Estado não consegue perceber. Mas a educação como ferramenta de formação de motoristas e motociclistas mais bem preparados não é uma unanimidade. Hoje especialistas em educação de trânsito já derrubaram essa tese com a argumentação de que a escola fundamental mal consegue dar conta do currículo regular.
A grande esperança por uma mudança de comportamento estaria na família. Os pais deveriam ser os primeiros professores dos novos cidadãos. Especialistas apontam a cidade de Amsterdã, na Holanda, como o maior exemplo de educação de trânsito. Os pais dedicam horas a levar seus filhos em passeios de bicicleta, devidamente equipados e ensinando todos os detalhes como os limites de cada veículo, como funcionam os semáforos, as cores das faixas conforme o sentido de direção etc.
Aí deparamos com um pai que ensina ao filho que deixar sujeira de cachorro na calçada é o padrão certo de comportamento e recolher com saco plástico é para trouxas. Que tipo de convivência social podemos esperar dessa família?
O papel multiplicador da família ainda é o caminho mais reto e curto para a educação formal. Se estamos vivendo uma crise moral sem precedentes não podemos jogar a responsabilidade na escola, como querem os administradores de trânsito, mas na formação individual do caráter, papel estritamente do convívio familiar.
Moto, não!
Periodicamente são divulgadas estatísticas sobre acidentes envolvendo motociclistas. Uma delas mostra que nos últimos 15 anos aumentou em 800% o número de vítimas em motocicletas. Já vi todo tipo de manipulação de dados, mas este foi campeão! Aposto que em 1930 o aumento no número de acidentes de trânsito deve ter crescido em uma progressão geométrica muito maior! Afinal, foi em 1929 que os automóveis começaram a ser produzidos em escala industrial.
Já ouvimos todo tipo de bobagem envolvendo segurança de motociclista. Algumas preconceituosas e tendenciosas como a proibição de transportar passageiro e recentemente a idéia absurda de colar o número da placa da moto no capacete do motociclista. Em todo o Brasil a preocupação (atrasada) com estas vítimas tem resultado em medidas das mais absurdas – como simplesmente fazer de conta que não existe – até sugestões como a proibição de circulação das motos entre os carros.
Como a administração pública precisa correr atrás da cura para uma doença que ela mesma deixou se espalhar, o sonho de cada prefeito seria pura e simplesmente proibir a venda e circulação de motos. Imagine a felicidade que um prefeito, vereador ou deputado teria em anunciar que foi o responsável pelo fim dos acidentes envolvendo motociclistas.
O trânsito é uma competência municipal, baseado no Código Brasileiro de Trânsito. Prefeituras têm poder de criar ou vetar leis que regulamentam o trânsito de forma a garantir a segurança dos seus cidadãos ou aumentar a arrecadação. A grande imprensa já mostrou várias reportagens denunciando a indústria da multa. Já gravaram conversas entre as empresas fornecedoras dos radares com prefeitos e secretários nas quais eram revelados os dados estatísticos que garantiam o aumento na arrecadação em mais de 30% da noite pro dia.
Hoje temos uma situação bem clara de busca de arrecadação por meio das multas. Dinheiro que tem livre aplicação e pode servir até mesmo para sustentar campanhas políticas, já que em mais uma distorção típica do Brasil o trânsito é uma atribuição administrada por políticos. Diretores de detrans e ciretrans são nomeados por políticos e isso já exclui qualquer possibilidade de uma administração honesta e competente.
Veja, por exemplo, as enormes dificuldades que um cidadão comum tem para transferir um documento. Tudo para evitar fraudes, embora a cada ano cresça o número de veículos roubados.
Portanto estamos diante de uma realidade de difícil gerenciamento. De um lado temos os dados de acidentes envolvendo motociclistas. Do outro lado temos a incapacidade de gerenciamento do trânsito por ser uma atribuição política e não técnica. Junto a isso tudo temos pessoas com comportamento cada vez menos social e mais individual, tratando o bem público como privada. E a pressão da União pela redução das vítimas que oneram o sistema de saúde pública.
Você acredita mesmo que tem solução? Aquela idéia estapafúrdia de proibir a produção, venda e circulação de motos começa a não ser tão absurda assim! Aposto que este é o sonho do ministro da Saúde e de muito prefeito!
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