(Abração pra vc também!)
Por mais que eu tenha criticado publicamente o Rubens Barrichello, lá no íntimo sempre torci pelo sucesso dele. Nunca deixei de elogiá-lo como piloto, só não gostava de algumas atitudes do Rubens pessoa. Deixando de lado o jornalista e escrevendo como torcedor e fanático por automobilismo desde criança, queria muito que ele se desse bem. O Rubens Barrichello foi o primeiro piloto que acompanhei já como jornalista de perto desde o surgimento, nas corridas de kart. Inclusive trabalhei na assessoria de imprensa dele na época da F-Opel, F-3 e F-3000.
Nas poucas ocasiões que ainda encontro com ele em eventos de imprensa faz questão de me cumprimentar pelo nome de batismo “Geraldo” e acrescenta: “o cara das motos!”. Por isso eu torço por ele, mesmo que largue em 14º e termine em 8º lugar. Torço para que ele não perca a vontade nem se machuque. Coisa de tio. Só não gostava quando ele desandava a criticar o carro, a equipe, o companheiro de equipe, etc. Reclamar demais é feio, é mais bonito esperar cinco anos e voltar a vencer em outra equipe!
Na véspera da corrida, sábado, fui escalar e tocamos no assunto F1. Foi quando um amigo questionou: “mas o Rubinho é bom mesmo?” E respondi:
- Ele é ótimo, só que passou pela experiência de sempre estar no lugar certo, mas na hora errada!
A passagem dele pela Ferrari foi ofuscada porque tinha um gênio da espécie que canalizava todas as atenções para ele. Agora na Brawn não pensem que ele acelera menos que Button, só que teve de brigar para receber atenção contra um inglês em uma equipe inglesa. Pô, qualquer pessoa que conhece corrida sabe que existem privilégios; é tão natural quanto respirar. Se a equipe se chamasse Marrom e fosse genuinamente brasileira adivinha quem estaria recebendo todas as atenções?
Foi ótimo ver Rubens vencer a 10ª (+1)* corrida da carreira e ser a 100ª(+1) brasileira na F1. Mas não sou louco de colocá-lo como favorito pelo título, porque muita água vai passar pelo radiador ainda. Vou continuar torcendo por ele, apenas como torcedor, mais nada.
À tarde foi a vez de assistir à etapa de Sonoma da F-Indy. Gente, o que é essa categoria? Ou melhor: o que é essa falta de categoria? Parece corrida de F-Ford entre estreantes e novatos. O nível técnico dos pilotos está muito baixo. Os caras rodam sem parar, só conseguem ultrapassar pelo método full-contact, batendo roda com roda e aquela pista californiana me lembrou o autódromo de Caruaru! Um pastelão com cheiro de metanol!
* Toda vez que citarem o número de vitórias de Rubens Barrichello na F1, acrescentem mais uma: aquela vergonhosa corrida na Áustria em 2002 que ele liderou de ponta a ponta e foi obrigado a deixar Schumacher passar quase na linha de chegada. Ele ganhou aquela corrida, só quem não acredita nisso é a cúpula da Ferrari.
(Corrida promovida pelo Barrichello: notem os mullets dos dois, hoje ambos carecas, rs)
Lembram daquela história do campeonato de jornalistas. Bom, achei um jornal muito engraçado que era feito pela "cópula" do torneio. Era impresso em sulfite com as notícias redigidas pelos pilotos-jornalistas. O nome do jornal já era bom demais: "Boletim de Ocorrência". Hoje esses mesmos caras fazem o jornal com mesmo nome para a Stock-Cars e o que era brincadeira virou meio de vida. Quer coisa melhor do que trabalhar no que gosta, ganhar e ainda dar risada o dia todo? Só mesmo esses cacetas.
Leiam a notícia da minha ausência em uma das etapas (ah, notícia redigida por mim mesmo porque a filosofia era zoar com todo mundo, inclusive consigo mesmo!)
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