(Audi R8 @ Foto by Tite)
Blogueiros, a última sexta-feira, dia 27, foi um dia especial. Recebi o convite de um velho amigo, Charles Marzanasco Filho, assessor de imprensa da Audi do Brasil, para participar do Audi Sportscar Experience, uma mistura de test-drive com aula de pilotagem, na pista particular da Fazenda Capuava. Os carros usados no curso eram o R8 da foto acima, com 420 cavalitchos e o TT Coupè (200 little horses).
Assim que cheguei dei de cara com outro velho amigo, o ex-piloto Maurízio Sandro Sala, um dos responsáveis por eu ter virado também um piloto de kart nos anos 70. Maurizinho era um dos instrutores e fiquei muito feliz de vê-lo depois de tanto tempo. Ele foi um dos melhores pilotos de kart que já vi, foi bicampeão inglês de F-Ford (1983/84), vice campeão inglês de F-3 em 86 e teria facilmente chegado à F1 não fosse a falta de apoio dos patrocinadoroes brasileiros. Para saber mais sobre ele, digite "Maurizio Sandro Sala" no Google.
Vou pular a parte da aula teórica pra não te encher, mas aprendi muito sobre as reações dos atuais esportivos com tração 4x4, sobre a eletrônica embarcada, cãmbio semi-automático, embreagem dupla, etc. Agora entendi porque os atuais pilotos de F1 são magrelos, não se faz mais força pra pilotar!
(Eu e o R8. Foto:Rodrigo Samy)
Também não vou pentelhar você com dados técnicos dos carros. Cáspita, vc está na internet, vá no site da Audi e leia tudo!!!
Quero contar o que é acelerar, frear e curvar com um carro de 400 cavalos, tração 4x4 e pneus feitos de chiclete preto.
Depois de me enteder com o câmbio do R8 fui fazer o teste de frenagem com desvio para sentir o ABS. A coisa é assim: primeiro, na aceleração a minha cabeça colou no apoio do banco e senti meu estômago embrulhar. Não é tão rápido quanto acelerar uma moto esportiva de 180 cavalos, mas graças aos controles eletrônicos e aos sapatos mega largos, o carro traciona tanto que o cérebro não acompanha. Depois finquei o pé no freio com fúria e ainda virei o volante. Não é que o R8 desvia mesmo!!!
(Tá cheio de cavalo! Foto:Tite)
Não pudemos rodar livres na pista, mas sempre atrás de um instrutor. Mesmo assim, sem poder acelerar tudo na reta, foi possível sentir o que é um carro esportivo moderno de 420 cv. Ao contrário das motos, esse motor V-8 corta muito cedo, a apenas 7.800 rpm. O que me confundiu um pouco no começo, porque estou acostumado a ver o conta-giros cortara a limites acima de 13.000 rpm. Bom, depois que se acelera uma moto de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos não tem como achar emocionante algo que demora 4,5 segundos pra percorrer a mesma distância.
O que me impressionou mesmo foi a atuação dos sistemas eletrônicos de tração e estabilidade. É o que eu chamaria de "idiot-proof" para pilotagem. Fiz de tudo para o R8 sair de frente ou de traseira, mas nada! Parece um autorama!!! Cheguei a frear muito depois do ponto e nada da frente ir embora. Ah, e também não dá pra forçar o contra-esterço na entrada da curva porque a eletrônica percebe que a manobra é estranha e corrige tudo sozinha.
A parte engraçada é que existe um botão no painel para "desligar" esse sistema, mas é apenas um truque, porque ele continua funcionando!
Falando em painel, cara, isso é um carro esporte: o banco pode ser regulado de todo jeito, pra qualquer tamanho de pangaré. O câmbio é acionado pelas borboletas e como você já sabe, fui criado em motos de corrida e por isso não olho pra nada mais além de conta-giros, por isso não me perguntem sobre velocidades.
O curioso desse câmbio borboletudo é que nas reduções o motor dá uma acelerada sozinho, como se fosse um punta-tacco, só que não tem embreagem. Nese cockpit senti falta de uma proteção pro joelho direito, porque na curvas pra esquerda eu apoiava o peso no joelho e depois de um tempo começa a doer...
(pode escolher à vontade! Foto:Tite)
Depois de curtir o prazer de fincar a bota num esportivo de 550 mil reais (não, não foi o veículo mais caro que pilotei na vida!) chegou a hora de ver como era o Audi TT Coupé.
Já tinha pilotado esse pequenino no kartódromo da Aldeia da Serra, SP, mas é como saltar de asa delta da mesa da cozinha: não deu pra sentir nada!
No estreito autódromo de Capuava (em Indaiatuba, SP) esse TT é mais na medida do que o brutal R8. O câmbio também tem opção da borboleta, mas preferi usar no automático, no modo esportivo. Demora pra acostumar, mas depois ele fica previsível. Por ser menor, mais leve e menos potente, o TT é mais desfrutável e aí sim eu me diverti!
Também tentei várias vezes colocar o carro de lado nas curvas, mas não vai. Ele corrige tudo sozinho, que saco! Fiquei rezando pra chover, mas nem isso...
Com o motor 2.0 de 4 cilindros e 200 cv deu a sensação de ser fraco mesmo (lembre, meu mundo é das motos...). Pelos dados da Audi ele faz de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos. Putz é uma eternidade... E por ter tração dianteira o volante é mais arisco nas saídas de curva.
Mesmo sendo muito divertido de pilotar num autódromo curto e estreito, não senti frisson nesse roadster e acho que por R$ 220.000 preferia ter uma Ferrari bem usada. Me deu a sensação de ser um esportivo de quem não gosta de acelerar, embora 200 cv num motor 2.0 não é de se jogar fora, em se tratando de carro, claro, porque as motos esportivas de 1.000 já têm 200 cv efetivos.
Chega, senão isso vira um teste... curtam as fotos:
(R8: lindo, lindo e lindo! Foto:Tite)
Pena que acabou...
+ + +
Não esqueci a continuação da Conspiração, só não deu tempo de editar...
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