É mais simples do que se pensa, mas hay que tener paciência!
Por conta de uma bem vinda doação para a Abtrans, recebi motos da Honda e Yamaha. Elas vieram em ótima hora porque ajudou muito a impulsionar a Abtrans e agora temos condição de ensinar um futuro motociclista que ainda nem sequer comprou sua moto. Como elas ficaram paradas por muito tempo, a gasolina depositada no tanque e no carburador causou um baita estrago.
A culpa nem é da gasolina, mas da mistura que se joga dentro dela, principalmente o álcool, que contém água. Depois de um tempo essa "coisa" cheia de produtos químicos esquisitos evapora da cuba do carburador, deixando uma meleca irreconhecível que lembra açúcar mascavo. Aí, depois de um tempo, o incauto abre a torneira de gasolina, dá a partida e... nada! Essa sujeira vai para os giclês e entope tudo. Nesse caso só tem uma saída: desmontar e limpar tudo, inclusive o tanque de gasolina.
Foi o que fiz com as Yamaha YBR Factor 125 e a Honda CG 125 Fan, modelos que ainda usam carburador e que sofrem mais com esses depósitos de resíduos.
Antes de mais nada é preciso preparar o cenário. Separar as ferramentas, organizar o espaço e depois fazer um diagnóstico detalhado dos problemas apresentados. Veja neste texto anterior como organizar a oficina caseira. No caso da Yamaha o tanque estava com sinais claros de sujeira, por isso foi preciso incluí-lo no processo. Mas ATENÇÃO: se você não tem intimidade com mecânica e nem as ferramentas necessárias nem chegue perto! Chame um mecânico e seja feliz!
1 - O primeiro passo é esvaziar totalmente o tanque. Com ajuda de um galão, retire a mangueira da torneira e drene toda a gasolina. Guarde essa gasolina em local seguro, em galão apropriado, longe do sol e de crianças. Ah e use óculos e luvas de proteção para mexer com gasolina. E coloque uma bandeja de plástico debaixo do motor. Forre o chão porque vai cair gasolina! Essa gasolina você leva para algum posto de gasolina e pede para entregar aos coletores de óleo que sabem o que fazer com isso. Mas NUNCA jogue na rede de esgoto porque além de poluir pode causar uma baita explosão.
Use um galão para receber a gasolina usada.
2 - Retire as laterais, o banco e o tanque. No caso da Yamaha YBR os tanques tem pequenas saias de plástico que precisam ser removidas, assim como uma travessa de plástico que dá sustentação a essas pequenas saias.
Solte o parafuso que prende o tanque, mas cuidado porque tem uma arruela de borracha!
3 - Desconecte o plug do sensor eletrônico (Yamaha) e todas as mangueiras que chegam e saem do carburador. Solte o parafuso de drenagem da cuba para esvaziar toda a gasolina de dentro.
Lembre de plugar esse chicote na hora de montar!
4 - Solte o cabo do acelerador (Yamaha) ou desrosqueie o pistonete (Honda).
5 - Solte as abraçadeiras que prendem o carburador até sentir que ele gira facilmente.
6 - Com muito jeito e paciência retire o carburador primeiro pelo coletor de borracha do filtro de ar, que é mais mole; depois pelo coletor de admissão. A montagem será inversa.
7 - Cuidado porque sempre fica um resto de gasolina, chacoalhe a peça em cima da bandeja até sair toda a gasolina.
8 - Com o carburador na bancada, solte os parafusos da cuba. Como as fabricas adoram usar parafuso philips e com um torque monstruoso, use uma chave de impacto ou corre o risco de espanar tudo.
Use chave de impacto para soltar a cuba.
9 - Retire a cuba e não se assuste com a meleca que vai ver!
Ecah, que nojo!
10 - Para retirar a bóia cada marca tem um sistema. Na Yamaha é com um parafuso (maldito philips) e na Honda é apenas um pino que precisa ser removido com ajuda de uma punção, que nada mais é do que um prego sem cabeça. Ao retirar o eixo que prende a bóia, a agulha irá pular que nem uma perereca! CUIDADO, olhe bem como ela é fixada à bóia porque cada marca usa um sistema diferente e a recolocação pode exigir paciência de um chinês presidiário.
11 - Retire os giclês de alta e de baixa, com cuidado para não pularem e desaparecerem naqueles buracos negros de toda garagem. Na Yamaha o giclê de alta é dividido em duas peças.
12 - A esta altura já viu que está tudo sujo. Com ajuda de produtos específicos em spray, lambuze tudo com e deixe uns 15 minutos para descolar a meleca. Enquanto espera, limpe os giclês com ajuda de uma agulha, spray e se tiver, ar comprimido. Uma dica: não assopre porque vai engolir gasolina!
13 - Pegue um cotonete e limpe a sede da agulha da bóia. Melhor mesmo é polir com cera mesmo, tipo limpa-prata. Quanto mais espelhada essa sede, melhor!
14 - Use outro cotonete para limpar todos os buraquinhos que achar no carburador: as sedes dos giclês, o tubo de entrada da gasolina etc. No caso da Honda tem ainda o parafuso do ar, esse você não mexe, mas se mexer, antes precisa contar quantas voltas está a regulagem original. Deve estar entre 2 e duas e meia. Se não sabe fazer isso não mexa e pronto!
15 - Deixe o carburador lá todo aberto e vá ver o tanque de gasolina. Para drenar toda a gasolina só tem um jeito: retirando a torneira! Ela é fixada por dois parafusos philips (droga!) e o torque é maior ainda. Sim, vai precisar a chave de impacto.
16 - Depois de retirar a torneira verifique as condições da peneira. Se estiver rachada ou furada, terá de trocar a peça toda porque não tem reparo. Mas relaxa porque é barato! Coloque o tanque em cima de um balde até sair toda a gasolina. Pode sair alguma sujeira, que é bom sinal! (Obs. Aproveite para testar se a torneira está vedando quando fechada. Se continuar pingando gasolina depois de fechada é sinal que as borrachas de vedação estão trincadas ou "mastigadas". Essa sim são fáceis de trocar, mas exige paciência e cuidado porque lá dentro tem uma mola que precisa ser recolocada!)
17 - Cubra o buraco da torneira de gasolina com uma fita e coloque um pouco de querosene no tanque. Não use thinner porque pode atacar a pintura e o verniz. Com a tampa de gasolina fechada chacoalhe o tanque que nem uma coqueteleira. Retire a fita e drene o querosene até ter certeza que saiu tudo. Não drene pela tampa porque retém muito líquido. O melhor lugar é pelo buraco da torneira de gasolina.
Silver tape de oncinha não é pra qualquer um...
18 - Recolha o querosene em um balde e filtre para repetir a operação. Para filtrar é muito fácil. Pegue uma garrafa pet de 1,5 ou 2,0 litros, corte no meio e terá um funil. Retire o anel de lacre da tampa, coloque um pedaço de pano tipo Perfex e prenda com o lacre. Pronto! Filtre o querosene para repetir a lavagem interna do tanque. Use como recipiente galões de 5 ou 10 litros.
19 - Recoloque a torneira de combustível. Coloque o tanque de gasolina de volta na moto, lembrando de colocar todos os coxins de borracha que reduzem a vibração. Nas motos com indicador de nível de gasolina é preciso lembrar de conectar os fios da bóia antes de colocar o tanque na moto.
20 - De volta ao carburador. Reveja atentamente se ficou algum vestígio de sujeira e limpe até tirar tudo. Depois coloque primeiro a bóia com a agulha. Cuidado porque a agulha é muito sensível e a haste pode entortar com facilidade. Depois coloque os giclês e veja se a junta da cuba precisa ser trocada, em caso afirmativo use um pouco de cola de junta para fixar a nova.
Nem pense em perder a agulha da bóia!
21 – Com a cuba de volta reaperte os parafusos, sempre com cuidado com os parafusos de cabeça philips.
22 – Na hora de colocar o carburador, encaixe primeiro no coletor de admissão, que é mais duro e depois o coletor do filtro de ar. Fixe todas as mangueiras e abra a torneira de gasolina para conferir se a bóia está retendo a gasolina. Se sair gasolina pelo respiro da cuba é sinal que a bóia ficou travada. Tente uma batida de leve com o cabo da chave de fenda na cuba. Se não parar de sair gasolina será preciso retirar e verificar se a agulha da bóia não ficou presa. Reze muito pra não ter de fazer isso tudo de novo...
23 - Instale o cabo de acelerador e lembre de regular a folga. Só depois reaperte os parafusos das abraçadeiras dos coletores.
24 – Monte de volta o banco, laterais e observe a sequência para não esquecer nenhum detalhe.
25 – Finalmente o grande teste: ligue a moto e observe se a aceleração é constante e não falha. Confira se a marcha lenta está dentro do padrão recomendado pelo fabricante.
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