(Curso para jornalistas em 2009. Foto: Caio Mattos)
Uma das situações mais constrangedoras que passo toda vez que entrego o folheto do curso SpeedMaster de Pilotagem a alguém é receber de volta e ouvir o seguinte comentário:
- Eu não preciso de curso! Já sei pilotar...
Só quem vive no degrau mais alto da prepotência pode fazer tal afirmação. Na verdade, essa é a pior das justificativas para não revelar o óbvio: a falta de coragem em admitir que ainda tem muito a aprender.
Quando recebi o convite para fazer o curso de pilotagem do ex-campeão mundial Freddie Spencer, nos Estados Unidos, eu já pilotava motos havia 28 anos. Já tinha feito mais de uma centena de corridas dentro e fora de estrada e já atuava como piloto de teste havia bem uns 12 anos.
Assim que cheguei ao Brasil, meu amigo e compadre Kleber Tinoco perguntou como tinha sido o curso e sintetizei em uma frase: “Rapaz, eu não sabia p*** nenhuma de pilotagem!”. Foi aí, nesse dia,que nasceu a idéia de criar o curso SpeedMaster (cujo nome veio em homenagem ao meu primeiro professor de pilotagem, Walter Travaglini).
Por isso fico verdadeiramente chocado quando ouço uma resposta dessa, às vezes, vindo de pessoas aparentemente esclarecidas. Ninguém, nem a mais brilhante cabeça do universo, pode ter a propotência de achar que já sabe tudo. Se até Sócrates, o pai da filosofia admitiu, 2.400 anos atrás, ser o conhecimento muito maior que nossa capacidade de aprendizadado ao declarar “só sei que nada sei”, quem somos nós para afirmar que já sabemos tudo sobre alguma coisa?
Aprendizado, seja de qual matéria for, nunca tem fim e uma das melhores formas de aprender é ensinar. Da primeira vez que apareci na frente de um grupo de motociclista, em 1998, até hoje continuei aprendendo com meus alunos. E não foi diferente quando ministrei aulas de redação e fotografia no curso de Jornalismo da Fundação Cásper Líbero. Todo professor deve se manter em constante aprendizado. O ato de preparar uma aula, de planejar um exercício, implica na atualização e o consequente incremento do conhecimento.
Recentemente tive de passar por uma experiência realmente assustadora: junto com a Honda desenvolvemos um curso voltado exclusivamente a jornalistas especializados. Longe de querer direcionar o trabalho dos meus colegas, a intenção era atender uma solicitação dos próprios jornalistas. Desde que iniciei o curso sempre reservo algumas vagas aos colegas da imprensa especializada (desde estagiário até dono de editora) como forma de retribuir a gentileza que todos eles sempre dedicaram à minha história como jornalista, piloto e instrutor.
A partir dessa ação, reuni alguns conceitos básicos sobre jornalismo especializado – afinal posso dizer sem medo de parecer arrogante que sou o único professor de pilotagem e de jornalismo do Brasil – para criar o curso de pilotagem voltado exclusivamente aos jornalistas, que foi chamado pela Honda de “Curso de Reciclagem”. Dessa primeira experiência tiramos o aprendizado suficiente para levar esse curso a outros Estados.
Ao final do curso, o comentário que mais ouvi dos meus colegas foi “hoje fiquei sabendo de teorias que só conhecia pelo nome”!.
Amor seguro
Semanalmente recebo mensagens solicitando informações sobre o curso. Uma pequena parte efetiva a inscrição, mas a maioria desiste e comecei a investigar os motivos. Entre as justificativas aparecem as clássicas: falta de grana, moto inadequada, vergonha (não quer parecer iniciante na frente dos amigos) e a já explicada prepotência em achar que sabe tudo. Mas para minha total surpresa – e acho que de vocês também – o fator que aparece em primeiro lugar como impedimento para a matrícula no curso está, acredite, a esposa!!! Isso mesmo, a esposa que deveria incentivar a segurança do cônjuge (e do lar) é o fator usado como justificativa principal para não fazer o curso.
Desde o mais elementar aspecto do ciúmes (por imaginar que o curso é cheio de mulheres luxuriantes ardentes por uma tarde de sexo com um sujeito suado e de macacão), passando pela antiquada sensação de poder (“você só vai se EU deixar”), até a natural curiosidade em participar junto, mas projetar um dia entediante vendo o marido se divertir.
Como tudo que se refere a problemas conjugais, todas essas justificativas esbarram no mais antigo e vil dos sentimentos humanos: a insensatez. Bastava um pingo de bom senso para clarear as idéias e perceber que um curso de pilotagem pode trazer muito mais benefícios ao casal do que riscos. A começar porque existe a disciplina “garupa” no curso. A mudança no formato do curso, alterando de dois para um dia e sempre aos sábados, já foi determinada para atender um pedido dos próprios alunos casados (ou enjaulados) que não podiam passar um fim de semana longe de casa. Nem perder o almoço de domingo na casa da sogra ou agregados.
Então, aqui vai meu recado às espodas e periféricas em geral: pode deixar seu amor passar o sábado conosco, porque quem ama protege, mas proteção não significa prisão.
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