(Galinha velha?)
A temporada 2009 da MotoGP começou muito equilibrada, como sempre. A prova de abertura, no Qatar, mostrou quem tinha as melhores cartas. O levíssimo Casey Stoner (51 kg) colocou sua Ducati na primeira posição, seguido das Yamaha de Rossi e Lorenzo. Desde os treinos pré-temporada já se sabia que estes três seriam os sérios candidatos a título e vitórias. Correndo por fora outro pequeno, o espanhol Dani Pedrosa (1,60m) que está devendo uma temporada brilhante na Honda desde a sua estreia na MotoGP em 2006.
Foi na segunda etapa, no Japão, que Lorenzo colocou as manguinhas de fora. Após vencer, com o campeão Rossi a 1,3 segundo, o espanhol passou a liderar o mundial com um ponto de vantagem sobre Rossi e deu a polêmica entrevista, afirmando que a Yamaha teria arriscado demais colocando um galo novo dentro do galinheiro. Rossi foi mais político e afirmou que ter um companheiro como Lorenzo era “um estímulo a buscar cada vez um limite mais alto, um bom desafio”. Nada como ter uma língua domesticada.
Que Jorge Lorenzo é rápido, ninguém duvida afinal ele foi bi-campeão na 250cc, somando 17 vitórias na categoria. Vê-lo pilotar assusta, porque está quase o tempo todo no fio da navalha, no limite máximo da moto, dos freios e dos pneus. E quem vive perto demais do abismo uma hora cai. Seu histórico de quedas em 2009 começou justamente na prova caseira, o GP da Espanha, deixando a vitória e os 25 pontos adicionais para o Rossi.
O equilíbrio não demorou muito. O tumultuado GP da França, com pista ora molhada, ora seca, foi daquelas provas para assistir em pé. Rossi caiu, voltou, mas não pontuou. Lorenzo venceu, empatou a classificação e o italiano Marco Melandri deu à equipe não oficial Kawasaki a segunda posição, melhor resultado da temporada. Foi a festa, porque no final de 2008 a Kawasaki anunciou sua retirada do mundial, mas permitiu que uma equipe particular, apoiada pela fábrica, mantivesse a estrutura. Melandri – que nas horas de folga é DJ, e dos bons – fez várias provas espetaculares e provou que a saída da Kawasaki foi precipitada.
E veio o GP da Espanha...
Era a 24ª e penúltima volta do GP da Catalunya, Espanha, sexta etapa do Mundial de motoGP. Desde a primeira volta os dois pilotos da equipe Yamaha, o italiano Valentino Rossi e espanhol Jorge Lorenzo trocavam de posição ferozmente em um duelo fratricida, que poderia acabar com os dois fora da prova, dando a vitória ao australiano Casey Stoner, da Ducati. Se a corrida terminasse com estes três pilotos nas três primeiras posições a tabela do mundial de MotoGP ficaria empatada em 106 pontos.
(Lorenzo, o galo novo...)
O circuito catalão tem 4.655 metros, 16 curvas e uma longa reta. A última curva, que antecede a reta de chegada é rápida e ninguém imaginaria uma ultrapassagem naquele ponto. Quer dizer, quase ninguém!
Quando Lorenzo entrou na chicane New Holland em primeiro lugar o público já festejava a vitória do piloto local. Mas aí veio o golpe que já vitimou outros astros do motociclismo mundial, como Sete Gibernau e Casey Stoner: Rossi achou um ponto de ultrapassagem inimaginável e passou por Lorenzo para receber a bandeirada em primeiro lugar com ridículos 0,095 segundo de vantagem. Com Stoner em terceiro o mundial apresentou os três pilotos empatados.
(Stoner, doente ou oportunista?)
O campeonato seguiu disputado a cada a etapa, até que duas quedas seguidas de Lorenzo (Inglaterra e República Checa), deixaram Rossi com 50 pontos de vantagem e a sensação de colocar mais um título no bolso. Nesta altura do campeonato uma surpresa: o australiano Casey Stoner já dava sinais de algum problema físico ou emocional porque seus resultados foram piorando. Alguns acenavam como uma possível “síndrome de Rossi”. Essa “doença” ataca pilotos que de alguma forma sofreram ultrapassagens cinematográficas do campeão Rossi e que caíram em depressão. Mas não foi o caso. Afastado por três etapas para tratar uma desconhecida virose, o problema de Stoner foi diagnosticado como falta de potássio. Fosse ele chegado às festas populares, saberia que a receita para aguentar quatro dias de carnaval em Salvador sem ter câimbras inclui uma dieta à base de banana e água de coco, ricos em potássio!
Quando tudo caminhava para um final de temporada sossegado para Rossi embolsar o sétimo título mundial da categoria veio a corrida de Indianápolis. E o inesperado aconteceu: Rossi caiu, deixando o caminho livre para uma vitória do rival, Jorge Lorenzo. O primeiro a admitir a “burrada” foi Valentino que apareceu na etapa seguinte, em San Marino, com o burro do desenho Shrek pintado no capacete. Venceu a corrida no principado e levou a ironia ao pódio, quando apareceu com um enorme par de orelhas de burro preso à cabeça. Em suma, consertou a burrada e ainda capitalizou em cima do erro, em uma genial demonstração de marketing pessoal.
O GP de Portugal marcou a volta de Casey Stoner ao posto de primeiro piloto da Ducati. Refeito da suposta doença, Stoner terminou em segundo atrás de Lorenzo e à frente de Pedrosa. Rossi, muito mais tranquilo e pensando no campeonato, terminou em quarto e manteve viva a esperança de engolir o galo novo.
Não deu outra. A etapa da Austrália colocou ordem no galinheiro. Stoner voltou a vencer e mostrou ao mundo como potássio é importante na corrente sanguínea. Rossi terminou em segundo e praticamente botou as duas mãos na taça e Lorenzo, bem, o espanhol mais uma vez comprou um terreno logo na primeira volta do GP da Austrália. Na penúltima prova, na Malásia, Rossi fechou a fatura, colocou mais um título na prateleira e o “adoecido” Stoner venceu a segunda consecutiva. Na última etapa, em Valência, diante do público espanhol, finalmente Dani Pedrosa conseguiu uma vitória que o colocou em terceiro na tabela final do campeonato. Tudo bem que teve uma ajuda importante da Ducati. Sim, a Ducati do Stoner, que fez a pole position e rumava para a terceira vitória consecutiva, mas os pneus não se aqueceram o suficiente na volta e Stoner caiu antes mesmo de largar. Frustração total, mas essa prova serviu para marcar a estreia do americano Bem Spies, campeão mundial da Superbike. Olho nele em 2010!
(Stoner e Livio Suppo, troca de acusações...)
Ainda sobre a misteriosa doença de Casey Stoner, houve também uma suspeita perigosa, a de que o piloto teria feito uma espécie de greve. Ao saber que a Ducati fez um convite informal para Lorenzo correr na equipe em 2010 por oito milhões de Euros, Stoner estrebuchou, afinal ele praticamente domesticou a Ducati e recebeu modestos 1,5 milhão de Euros em 2009. De repente o australiano adoece, fica três provas em casa e, como se viu, ninguém o substituiu à altura. O capo geral da equipe Ducati, Livio Suppo, acusava-o de ficar horas sem comer e se alimentar à base de junkie food, o que é uma heresia para qualquer italiano. Até que o pequeno comedor de hambúrguer reaparece e arranca duas vitórias consecutivas. Recuperou-se rápido, não? Coincidentemente, ao final da temporada, Livio Suppo anunciou sua transferência para a Yamaha. Especulações à parte nem Lorenzo foi para a Ducati e nem Stoner estava tão fraco assim...
(Ninguém duvida de Doviziozzo)
Na categoria 250cc o surpreendente japonês Hiroshi Aoyama deu o título para a Honda, com uma moto privada de 2007, lutando contra o cabeludo Marco Simoncelli (Gilera). Na 125cc, o veterano ex-campeão mundial Jorge “Aspar” Martinez viu o resultado de um longo trabalho de formação de pilotos dar resultado. Aspar criou um campeonato na Espanha para revelar novos talentos e seus dois pilotos terminaram o mundial de 2009 com os primeiros lugares, com o não tão jovem espanhol Julian Simon (22 anos) em primeiro e o inglês Bradley Smith em segundo. Simon foi o responsável pela grande salamada da categoria em 2009. No GP da Catalunya ele estava liderando e quando entrava na última volta confundiu a placa de tempo com a bandeira quadriculada e tirou a mão achando que tinha vencido a corrida. Mas ainda faltava uma volta... Mesmo assim terminou em quarto lugar.
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