(Nem V-Max salva... Foto: Tite)
A Yamaha anunciou hoje a paralização das atividades da fábrica na Itália. De acordo com o comunicado, "em virtude da interminável crise econômica mundial (n.d.r. o que eles chamam de "mundo" é a Europa, tá!) e da capacidade produtiva subdimensionada decidimos encerrar definitivamente a produção na unidade de Gerno di Lesmo".
Leia a íntegra da nota abaixo (tá em italiano mesmo...) e se quiser ver como reagiram os leitores, leia os comentários no site .
Yamaha Motor Italia ha comunicato alle Rappresentanze Sindacali l'intenzione del Gruppo di riorganizzare la propria struttura cessando l'attività produttiva di Gerno di Lesmo e conseguentemente ha avviato una procedura di riduzione collettiva di personale che riguarderà 66 degli oltre 200 addetti. L'azienda ha già dovuto fare ricorso in precedenza a provvedimenti di Cassa Integrazione (CIG) per fronteggiare i cali di produzione.
Si vede costretta dalla perdurante crisi economica mondiale, e per la sempre più evidente sovra capacità produttiva e la conseguente riallocazione della produzione decisa dai vertici aziendali del gruppo, a cessare definitivamente la fabbricazione e a razionalizzare la propria attività commerciale per poter mantenere i necessari livelli di efficienza e competitività richiesti da un mercato sempre più selettivo.
Oltre che all'intervento sull'attività produttiva la progettata riorganizzazione prevede interventi anche in altre divisioni per migliorarne l'efficienza ed ottimizzarne le risorse. Il progetto di riorganizzazione di Yamaha Motor Italia è stato dettato da circostanze esterne.
La società ha comunque segnalato la propria disponibilità nella ricerca di soluzioni nell'ambito dell'avviata procedura che possano mitigare l'impatto sociale del progetto di riorganizzazione.
De Ozzy Renato a 29 de Outubro de 2009
Na Europa existe concorrencia! Não é como aqui, onde pagamos muito caro pra ter uma moto na garagem, e a variedade de modelos é limitada.
Eu quero é ver o circo pegar fogo! Tô puto com essas fábricas!
De luidhi a 29 de Outubro de 2009
Leu os comentários lá? Não é só você que esta´puto com essas marcas. Parece que as reclamações contra a yamaha são as mesmas em nível mundial.
Se resolver sair do brasil tem minha benção...
É o capitalismo puro e duro! Infelizmente esta crise ainda tem muito para dar!
De Irineu a 29 de Outubro de 2009
Legal,
Agora a Yamaha BR tem a chance de exportar milhares de YBR para os comedores de brachola.
:)
O capitalismo de verdade é isso mesmo.
Para conquistar um mercado, as marcas acabam praticando margens pequenas, expandindo a linha além do que mercado pede e por fim, se transformando mais em operações bancárias do que propriamente comerciais.
Se dá um resfriado no mercado, a coisa desanda em cadeia como estamos vendo.
O Brasil na verdade deu é sorte, porque a política de juros mastodônticos acabou protegendo o nosso carente, cartelizado e onerado mercado interno. Miramos nos que pensávamos que víamos e acertamos no que nem sabíamos que estava alí.
Voltando à motos.
Do mesmo jeito que o Brasil vive um deserto de opções, o velho mundo e a América tem uma enxurrada de produtos que de fato, pouco oferecem em termos de utilidade real, de diferencial prático.
Fala sério, faz algum sentido refazer o projeto de uma moto a cada ano?
Ou fazer produtos cada vez mais caros, complexos e sem graça? Alguém já viu a nova Honda VFR 1200? Um scooter supercrescido, com uma mecânica tão complexa que você vai ter que deixar a moto na conce$$ionária quando precisar calibrar os pneus.
O mundo corporativo vive disso mesmo, de criar necessidades não reais, baseadas nas carências das pessoas que desde crianças são ensinadas que o que vale é o "ter".
E claro, tudo financiado a perder de vista.
Pusta abraço.
Edu
De Júlio César Domingues a 29 de Outubro de 2009
A verdade é uma só: os projetos de fábrica foram superdimensionados para a demanda, que se tornou insuficiente para a manutenção de uma fábrica. Não tem nada a ver a questão de ser Yamaha ou outra qualquer. Para os "hondeiros" de plantão, que criticam tanto a Yamaha, lembrem-se que na semana passada a Honda fechou uma fábrica na Espanha, da mesma maneira que a Yamaha. Simplesmente é a lei do capitalismo: não vendeu, diminui-se o custo ...
De Rodolpho a 30 de Outubro de 2009
Deveriam ter fechado a do Lisarb...
De Zé da Burra o Alentejano a 30 de Outubro de 2009
O FIM DE DO OCIDENTE
A Globalização, tal como foi concebida, vai determinar o fim da prosperidade do ocidente que passará para segundo plano e será ultrapassado pelas as novas superpotências que esta "globalização selvagem" ajudou a criar: a China, a Índia...
O Ocidente caiu na armadilha da globalização que interessava às grandes Companhias, que pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no oriente. Todos sabem que o custo da mão de obra é insignificante no valor dos bens produzidos nos países do oriente, em virtude dos baixos salários e da inexistência de quaisquer obrigações sociais.
Como os bens produzidos nesses países se destinam sobretudo à exportação para ocidente; quando a população do ocidente perde poder de compra, a crise acaba por atingir também as novas potências. Mas a crise nesses países é e será sempre um menor crescimento económico: há poucos anos era de dois dígitos e agora deverá ficar-se por 6 ou 7%, e a isso não se poderá chamar de “crise”. A crise atinge o ocidente e quando passar o centro económico do mundo estará a oriente, pois terá chegado o fim dos anos de ouro do ocidente. Os EUA serão também ultrapassados.
Ao aderirem ao desafio da "globalização selvagem", os países ocidentais ajudaram à mudança porque não exigiram aos países do oriente que prestassem às suas populações melhores condições sociais, como: criar regras laborais, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice para poderem aceder livremente aos mercados do ocidente. Não, o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação sem condições, criando assim uma "concorrência desleal e selvagem” de que sairá sempre a perder. Restará às unidades de produção ocidentais três alternativas: 1ª) Mudam-se para oriente; 2ª) Fecham portas antes da falência; 3ª) Não resistem à concorrência que lhes foi imposta e vão à falência. A única alternativa seria a de nivelar os salários e demais condições sociais pelas do oriente. E não é a isso que estamos a assistir neste momento? Nalguns desses países existe mesmo escravatura no literal significado da palavra e trabalho infantil (não de jovens de 14,15 anos mas de meninos/as de 6,7 anos). Assim, o ocidente e a UE ditou a sua própria “sentença de morte económica”: enquanto algumas empresas não resistem à concorrência e fecham as portas para sempre, outras irão deslocar-se mesmo para a China ou para a Índia para assegurar a sua própria sobrevivência o que provocará o definhar da economia ocidental e o desemprego. E os trabalhadores: será que depois do razoável nível social que atingiram vão aceitar trabalhar a troco de um ou dois quilos de arroz por dia sem direito a descanso semanal, sem férias, sem reforma na velhice, etc...? Não! por isso o ocidente está já a iniciar um penoso caminhar em direcção ao caos: a indigência e o crime mais ou menos violentos irão crescer e atingir níveis inimagináveis apenas vistos em filmes de ficção que nos põem à beira do fim dos tempos como consta nos escritos bíblicos. A Segurança Social, cada vez mais suportada pelos próprios trabalhadores (como incentivo à não deslocalização), não poderá em breve suportar o esforço para minimizar os problemas que irão crescer sempre: a época áurea do ocidente já é coisa do passado e em breve encher-se-á de grupos de salteadores desesperados, sobrevivendo à custa do saque. Regressaremos a uma nova “Idade Média”, se é que poderei chamar assim: A classe média desaparecerá e existirão uns (poucos) muito ricos, alguns à custa do crime violento e/ou económico, e que habitarão autênticas fortalezas protegidas por todo o tipo de protecções e que apenas sairão rodeados por guarda-costas dispostos a matar ou a morrer pelo seu “senhor”; haverá, em simultâneo, uma enorme mole de gente desesperada de mendigos e de salteadores que lutam pela sobrevivência a todo o custo e cuja protecção apenas poderá ser conseguida agrupando-se, pois as ruas serão dominadas pelos marginais, ficando as polícias confinadas aos seus espaços próprios e reservadas para reprimir as “explosões” sociais que possam surgir.
PS e PSD são os dois fiéis representantes em Portugal desta globalização, por isso não podem enjeitar os resultados que estão a surgir.
Nossa, vc é antropólogo, sociólogo, filosofo ou profeta?
Ou é um antroposociofilosofico profeta?!
Ainda bem que o mundo irá acabar em 2012 e não veremos isso tudo que vc disse. Ou será que esse é o próprio fim do mundo?!
De
motite a 31 de Outubro de 2009
Belíssima tese. Obrigado pela contribuição alentejana.
O curioso de hospedar o blog no provedor Sapo de Portugal é que ganhei muitos leitores portugueses e muitos brasileiros acreditam que eu sou português por causa do Simões! O pá!
De alicio a 30 de Outubro de 2009
So não entendi o Italiano
De Laurí Mayer a 3 de Novembro de 2009
Olá amigo Tite. Já faz vários anos que acompanho e admiro seu trabalho. Quando terei minha moto esportiva, com certeza farei seu curso de pilotagem. Não sei se você responde perguntas técnicas aqui, mas lá vai: Tenho uma twister 2008 bem cuidada com 23 mil Kms e de repende (num instante) começou um barulho forte no motor, do tipo "batendo válvulas". A maior parte desta kilometragem fiz em rodovias, a 110-120Km/h. Acredito ser o acionador do tensor da corrente de comando. Caso seja isso, estou na dúvida se coloco o original (260,00) ou o pararelo com catraca (50,00). Já li que o paralelo pode desgastar prematuramente o sistema de comando de válvulas, principalmente a corrente. Já outros dizem que mesmo algumas agências da honda não recomendam o original, pois pelo visto é um erro de projeto, um problema crônico na twister. O que é verdade e o que é mito? Compensa colocar o paralelo com catraca? Desde já agradeço. Caso alguém leia esta mensagem e puder me ajudar com alguma informação, também agradeço. Abraços.
De
motite a 4 de Novembro de 2009
O sistema com catraca foi largamente usado por manter a durabilidade da corrente por mais tempo, porém exige que o dono saiba e faça a manutenção corretamente. Ele foi substituido pelo automático porque os manés não faziam a revisão periódica e a corrente acabava soltando da engrenagem provocando a destruição de parte do motor. Assim, entre perder o motor e trocar a corrente mais cedo a fábrica optou pela corrente que é mais fácil e mais barata do que um cabeçote, pistão, anéis etc. Se vc é do tipo que faz a revisão, então pode usar a catraca.
Boas,
A crise chega a todo o lado, até aos grandes.
Cumprimentos
Comentar post