Terça-feira, 18 de Agosto de 2009

Os sete pecados capitais

(Ooooooooo pecado...)

 

A Ira – Décadas de abandono transformaram os motociclistas profissionais (ou moto-boys) em uma espécie de “categoria especial” de condutor. Eles exigem caminho livre, desrespeitam qualquer convenção de trânsito e reagem com violência quem atrapalha seu caminho. Essa intolerância gerou a natural resposta dos motoristas e instalou-se a guerra no trânsito. A raiva e intolerância são recíprocas em qualquer cidade que tenha congestionamento. Se dependesse dos motoboys nenhum motorista mudaria de faixa e seria obrigado a se manter na mesma faixa por toda a via. Não sei quem deu aos motoboys o status de donos das ruas, mas são assim que agem. Dessa atitude é fácil ver cenas de agressão de ambos os lados, a ponto de eu ter presenciado uma cena assustadora. Um motorista quis mudar de faixa e dois rapazes em uma moto 250 praticamente arrancaram o espelho retrovisor e ainda chutaram a porta do carro. Só que o motorista saiu do carro empunhando uma arma e correu atrás dos dois que, encurralados, abandonaram a moto e fugiram a pé! Aí foi a vez de o motorista derrubar a moto com um chute! É a ira à flor da pele!

 

E antes que alguém perca tempo escrevendo que isso é uma “generalização”, aqui vai o aviso: generalização é o que faz a rádio CBN e autoridades públicas, que tratam todos os motociclistas como se fossem motoboys. Eu não generalizo, eu observo, estudo, analiso e interpreto segurança de trânsito há 20 anos e por isso posso declarar sem qualquer medo de exagero que a MAIORIA ABSOLUTA dos motoboys que circula em SP beira a criminalidade. E olha que o comportamento sociopata deles contamina os outros motociclistas que usam motos utilitárias para transporte pessoal. Tanto faz se o motociclista usa um casaco da SPS Logística ou apenas um casaco da CR, eles adquirem o arquétipo do motoboy irado. Neste caso o “irado” não tem duplo sentido: é relativo à raiva mesmo!

 

A gula – Parece piada, mas o que tem de motociclista “fofo” é impressionante. Diferentemente do carro, na moto a massa do condutor influencia diretamente na pilotagem. Quanto mais peso (massa) a moto receber, maiores serão as cargas aplicadas na aceleração, frenagem e deslocamentos. Não quer dizer que moto só é permitida a pessoas com índice de massa corpórea igual ao de um maratonista, mas para alguns tipos de motos, como as esportivas, seria altamente recomendável que o motociclista não fosse obeso. Pelas características de mobilidade das motos, é preciso ter um corpo rápido e elástico. Uma das principais preocupações ao adquirir uma moto é levar em conta o biótipo do futuro motociclista. E ter o bom senso de saber que pessoas grandes e pesadas terão mais facilidade em pilotar motos como big-trail ou custom do que esportivas e nakeds. Como o bom senso é uma qualidade cada vez mais rara hoje em dia, fica o aviso: a gula pode te afastar das motos!

 

A inveja – Desde que o ex-presidente collorido Fernandinho liberou as importações de motos, em 1992, começou um fenômeno curioso, uma espécie de fogueira das vaidades entre os motociclistas, principalmente os que estavam na faixa de 35/40 anos. Nos anos 90 foi uma invasão de Kawasaki Ninja, verdadeira revoada de esportivas na estrada. Aí, quando alguém via o amigo com uma esportiva de 600cc corria na loja e comprava uma 750cc. E o da 600 imediatamente comprava uma 1.000cc e assim, movidos pela inveja e pela cobiça, nasceu uma geração de motociclistas com motos de 150 a 180 cv sem a devida capacidade técnica de pilotagem ou mesmo sem um pingo de equilíbrio emocional para pilotar essas motos. Engraçado é ver motociclistas baixinhos, que mal conseguem equilibrar uma 250cc, pilotando pesadas e altas motos de 1.000 ou 1.200cc só pra mostrar aos amigos o tamanho do seu brinquedo! 

 

A soberba – Esse é o sentimento que move muitos motociclistas. Não basta ser um bom piloto de moto é preciso MOSTRAR isso aos outros. Até aí, nada de errado, se essa necessidade de exibicionismo fosse em um palco adequado, como as competições. Sempre insisti que o ÚNICO lugar no qual você pode provar alguma coisa é na pista de corrida. Mas a falta de coragem, ou de sensatez (sempre ela...) leva centenas de motociclistas semanalmente às estradas exibindo-se como se fossem pilotos de motovelocidade, de cross ou de rally. Para piorar, a popularização das câmaras digitais permitiu registrar o exibicionismo e exibir orgulhosamente no Youtube. É por isso que vemos tantos filmes de acidentes (alguns fatais) rodando na Internet. Tenho certeza que depois ninguém se orgulha de ter induzido um amigo ao um acidente grave.

 

A avareza – Essa pode ser dividida em dois focos. No primeiro caso o pecado não é capital, mas municipal. A sede por arrecadação faz com que as prefeituras instalem mecanismos para aumentar o número de multas. Câmeras de vídeo inteligentes já são capazes de registrar, interpretar e identificar veículos com IPVA atrasado, sem licenciamento, em alta velocidade ou que desprezam sinais de trânsito. Pena que essas mesmas câmeras não sejam capazes de identificar veículos roubados, ou funcionem como inibidores de elevadíssimo número de roubos de motos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. A avareza municipal só funciona pra cobrar seu dízimo, mas não presta nenhum serviço quando roubam nossos bens!

 

O segundo foco da avareza vem dos motociclistas. A vontade de economizar até o ar do pneu leva muitos motociclistas a procurar peças de reposição nos desmanches clandestinos. Ao recorrer a este “serviço” fomenta o comércio de veículos roubados. Comprar peças de procedência duvidosa, sem nota fiscal é mais do que um pecado, é crime. Se não for pegar cana aqui, vai amargar um purgatório bravo depois!

 

A preguiça – “Amanhã eu faço”. Essa é a frase preferida de quem não faz a manutenção regular da moto. Pior: não é por falta de grana, mas por pura preguiça. Ajustar a corrente de transmissão, por exemplo, requer apenas alguns minutos e deixar para depois pode causar um baita prejuízo. Se a corrente escapar pode provocar um calço no eixo primário, quebrar ou entortar tudo! Pior se ela escapar e travar a roda traseira, que pode causar um acidente.

 

A luxúria – Este é um pecado difícil de escapar. Porque se tem uma coisa que motociclista adora é curtir o luxuriante prazer de rodar pelas estradas em dia de bom tempo, acompanhado de pessoas queridas. Eu mesmo sou um pecador renitente! Pô, também não dá pra ser motociclista e santo!!!

publicado por motite às 19:26
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De Camarão a 19 de Agosto de 2009
SHOW DE BOLA
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