(Quem roda raramente e pouco aprende mais devagar...)
No mundo coorporativo os profissionais de Recursos Humanos dividem os candidatos em quatro categorias:
Claro que “burro” é uma palavra forte para classificar uma pessoa e os RH são muito corretos pra chamar alguém de burro. Existem eufemismos como “Inadaptado ao cargo”, “defasado tecnicamente” etc. Enfim, burro!
Curiosamente um profissional de RH me confessou que o mais perigoso a uma empresa é o burro com iniciativa e o mais inofensivo é o burro sem iniciativa. Ou seja, os inteligentes acabam esquecidos...
Fazendo uma analogia com as competições, podemos dividir os pilotos em quatro categorias:
Destes quatro o mais perigoso é o terceiro, inábil com coragem, porque ele se atira em uma curva sem saber como corrigir uma derrapagem, por exemplo. Também representa perigo para os outros pilotos, porque o maluco deixa pra frear
Muita gente confunde “coragem” com “estilo agressivo”. O piloto corajoso nada mais é do que alguém que tenta compensar a falta de habilidade com uma atitude que expõe ele e os outros pilotos a riscos desnecessários. Coragem é uma condição essencial para ser piloto, mas deve ser controlada com outra qualidade vital: inteligência! Já escrevi aqui que piloto burro nasce morto, por isso o piloto inteligente dosa a coragem com habilidade na medida certa.
E o menos perigoso desses quatro é o último, o inábil sem coragem, porque ao evitar a exposição ao risco, não prejudica os adversários. Mas também dificilmente seu currículo será expressivo.
Note, que no mundo corporativo e nas competições a classificação foi apenas no quesito “perigo”: qual é mais perigoso e qual é o menos perigoso.
Em uma empresa, o burro com iniciativa causa prejuízos porque quer tomar decisões sem estar devidamente calçado na experiência e no conhecimento. É o cara que manda produzir 15.000 unidades de um produto sem antes olhar dados de pesquisa para saber se haverá consumidor pra isso tudo.
Já o burro sem iniciativa é o que se chama oficialmente de ordinário. Engana-se quem pensa que a expressão “ordinário” é pejorativa. Nada mais é do que classificar aquele que cumpre ordens. Decerto que nasceu no exército, para qualificar aquele soldado que estava ali apenas para obedecer e não pensar. Existe o comerciário, o bancário e o ordinário. Inclusive, quando o oficial começa uma marcha ele grita:
- Ordinááááário, marche!
Apesar de todo RH tecer elogios aos funcionários com iniciativa o que um (mau) chefe mais quer na vida corporativa é um sujeito que apenas obedeça as ordens dele, enfim... um ordinário. Porque se for alguém muito inteligente e com iniciativa coloca o cargo do chefe em perigo.
Por outro lado, o inteligente sem iniciativa é um bom modelo de comportamento, porque sabe executar muito bem as missões que recebe. Porém a inteligência sempre representa um risco adicional do chefe e não à empresa. Mostrar-se mais inteligente que o chefe pode colocar a posição do chefe em cheque! Até que alguém com mais poder percebe e troca o chefe – que ganha mais – pelo funcionário, que ganha muito menos...
Difícil esse mundo corporativo...
Quando eu vejo o que acontece com os motociclistas no trânsito de SP posso transportar essa teoria facilmente. Por exemplo, podemos dividir os motociclistas em quatro categorias:
1) Habilidoso com responsabilidade
2) Habilidoso sem responsabilidade
3) Inábil com responsabilidade
4) Inábil sem responsabilidade
É claro que a responsabilidade é o principal fator humano que mantém um motociclista fora do perigo. Quando se discute segurança de motociclista tem sempre um que aparece defendendo a exigência de qualificação, propondo cursos para motoboys, o que é uma tremenda perda de tempo e dinheiro. Os motociclistas que se envolvem mais em acidente estão nas categorias 2 e 4. Um motoboy que roda
Existe uma categoria de motociclistas que roda pouco e raramente, representado pelo grupo 3. Pessoas que usam a moto estritamente por lazer e não acumulam horas de vôo. Ou que acabou de adquirir a moto para fugir do transporte coletivo, do trânsito e do stress. Por falta de quilometragem e pelo baixo nível dos instrutores de moto-escola demoram mais para adquirir habilidade. Mas sobra responsabilidade para reconhecer seus próprios limites. Para esses motociclistas um curso de pilotagem ou de capacitação pode dar resultado.
Como toda a série “Vida Corrida” essa é uma análise puramente chutada, sem qualquer indício de profundidade científica. Mas pelo pouco que observei da vida corporativa, dos chefes e das competições, acho que a vida imita as corridas!
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