Sexta-feira, 12 de Junho de 2009

Minhas Motos

(A primeira: tudo começou com ela - Suzuki A 50II. Foto:Pai)

 

 

Minhas motos
 
Graças à um post no Orkutinsson ocorreu a idéia de escrever sobre “As minhas motos”. Toda vez que tento lembrar quantas motos eu já tive acabo percebendo que alguma ficou fora da lista. Só de XL/XLX 250 foram quatro!!! Por isso – e para poupar meus neurônios da estafante missão de lembrar coisas – fiz um relatório das motos que já tive por categorias. Vamos lá:
 
A primeira moto: Suzuki A 50II (1972~1973) – Na verdade a moto era do meu irmão mais velho. Eu só tinha 12 anos e mal alcançava os pés no chão. Era linda e eu a colocava na sala de casa pra ficar olhando até pegar no sono. Com ela aprendi a gostar de velocidade e levei o primeiro tombo em cima de um canteiro de espinhos! O fim dela foi triste: um bêbado passou o farol vermelho e pegou bem na roda dianteira. O cara tentou fugir e arrastou a moto presa ao pára-choque do Fusca por uns 60 metros. Eu escapei por milagre porque naquela época não usávamos capacetes. Mas a moto foi vendida como sucata!
 
A mais querida: Honda CB 400Four (1976~1986) – Também foi comprada para o meu irmão, mas essa eu roubei mesmo, na cara dura. Rodei mais de 120.000 km em 10 anos. Nos últimos anos eu poupava a velhinha porque já tinha outra moto. Com a 400Four eu viajei muito, namorei muito, caí muito e corri tanto que é admirável ainda estar vivo! Depois de ficar alguns anos guardada na casa dos meus pais, criando poeira e teia de aranha foi vendida por US$ 1.000 e hoje me arrepende demais de tê-la vendido!
 
(CB 400Four n versão tuning. Não repare no terno, eu era executivo! Foto M.Bock)
 
A primeira fora-de-estrada: Yamaha DT 180S (1982~1983) – Foi minha professora de off-road. Fiz a Rio-Santos várias vezes (na época pré-asfalto); viajei pelo interior de Minas, passei o maior frio da minha vida na Serra do Mar e gostei tanto dela que logo depois comprei mais uma! Essa segunda está com o Felipe Passarella até hoje!
 
A mais perigosa: Yamaha RD 350LC (1988~1990) – Nuca tive nada mais rápido na vida. E a mais arisca também. Comprei exclusivamente pra correr, porque tinha uma Hondinha 125 pra usar no dia a dia. O motor foi feito pelo Gaeta, os escapamentos eram originais por fora e tudo alterado por dentro. As suspensões eram jóias preciosas e numa medição feita no litoral ela chegou a 222 km/h de velocidade máxima. Decidi vender depois de levar um tremendo susto voltando pra casa. A história dessa RD continuou porque vendi pra um garoto sardento que achei não duraria nem três meses com a moto. O resto dessa história eu conto outro dia.
 
A mais chocante: Agrale SXT 27.5 Explorer (1990~1992) – Quando achei que iria morrer com a RD decidi voltar pro fora-de-estrada e comecei a disputar provas de enduro de regularidade e velocidade. Consegui patrocínio da Agrale e tinha como ofício desenvolver e moto e passar tudo pra fábrica. Novamente com ajuda do Gaeta e mudamos tudo na moto, da suspensão às manetes, escapamento, tudo! A parte chocante é que num Enduro das Montanhas instalei um Compass e tivemos de improvisar uma bateria (a Explorer não vinha com bateria), mas alguém esqueceu de ligar um fio terra. No primeiro dia de prova fiquei em primeiro na categoria. No segundo dia choveu e cada vez que eu passava em poça d’água levava choque nas mãos! A moto era tão boa que meu amigo Ralph Theil herdou essa Explorer pra correr no Paulista de Velocidade, entrou na metade do campeonato, ganhou três corridas e foi campeão!!!
 
A melhor: Yamaha XT 600 Ténéré 1988 (1993~1994) – O critério “melhor” tem muito a ver com aquilo que cada um julga importante. Essa moto é uma “journey-bike” feita para quem quiser rodar milhares de quilômetros. Com ela fiz algumas das minhas melhores viagens como a inesquecível estrada de dunas de areia fofa para Jericoacoara, CE. Vendi só para comprar uma moto zero km, que viria a ser a pior de todas!
 
A pior de todas: Cagiva W16 (1994) – Provavelmente a Cagiva mandou essas motos pro Brasil pra se livrar do mico. A Agrale era representante e fez uma venda com super desconto aos jornalistas. Comprei uma e só tive dor de cabeça. Nunca funcionou direito e nenhuma concessionária conseguia resolver o problema. Quando quis vender a moto de volta na concessionária a segunda surpresa: os caras desvalorizaram quase 50% o valor da moto com TRÊS meses de vida!!! Justificativa do concessionário: “a moto era muito ruim”. Só que depois eles revenderam a moto pelo dobro do preço!!!
 
(Honda RS 125 - a mais divertida! Foto: Donini)
 
A mais divertida: Honda RS 125 (1997~2007) – Com essa moto corri os campeonatos brasileiros de 1997 a 1999. Com motor 125cc, dois tempos, cerca de 45 CV era muito difícil de pilotar, mas uma delícia! Depois da última etapa guardei-a na sala de casa e ficou lá repousada até meu velho amigo Alexandre Simões Zaninotto arrematá-la para guardar em seu museu particular. Aliás, só vendi porque ele prometeu mantê-la intacta!
 
A atual: Suzuki DR 650 RE (2001 ~ ?) – Na verdade tive duas dessas (uma 1996 e a atual 2000). Uma das motos mais versáteis que conheci: enfrentou longas viagens, encarou trilhas com pneu off-road, rodou milhares de quilômetros de congestionamento paulistano e tem uma incrível capacidade de entrar e sair do asfalto e da terra sem necessidade de nenhuma regulagem. Um trator. Pena que as peças sejam tão caras e o vazamento de óleo no cabeçote seja incurável.

 

publicado por motite às 21:58
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30 comentários:
De Octavio a 15 de Junho de 2009
Doc,
muito legal.
Imagino como deve ter sido a CB 400 Four. Essa moto só não é tão bonita quanto a 360 dourada., mas é quase.
Eu tenho o privilégio de ter podido recuperar, 10 anos depois de vendida, a minha primeira moto, uma CB 400 1982, preta, ainda muito "japonesa" daquela fase em que Manaus mais montava que produzia. E agora não vendo nunca mais.
Tive também um DT 180, cabritada/cabritada - comprei na oficina do meu mecânico no Rio - e vendi depois que o freio falhou num sinal na Lagoa e eu atravessei o vermelho com o coração na boca.
Ótimas essas histórias das meninas... ou, como eu digo também, nossas éguas mecânicas.
Abs,
De Gusta a 15 de Junho de 2009
Ô Tite? essa RD não foi matéria de uma motoshow sobre a 350 preparada? Lembro que nessa época eu li algo sobre uma Rd preparada do campeonato que atingia exatamente essa velocidade, também tinha o teste da CBX 750F com preparação leve que ficava um pouco atrás da RD.
De motite a 15 de Junho de 2009
Era ela mesma!!!
De Gusta a 16 de Junho de 2009
Mas têm que ser um psicopata mesmo!!! vender aquela jaca preta e mexida para um guri....(rs). Tive (apropriação temporária brotheriana) uma XT 600 do mesmo ano, azul e amarela, clássica, clássica...do antigo dono - jipeiro - ouvi algo como a moto já foi utilizada para puxar jipes, papo furado eu acho, a moto estava simplesmente em excelente estado. Boa, mas me cansava um pouco no asfalto devido a propagação das enormes vibrações do big mono pelos pé, mãos...etc. Mas era legal partir em primeira e logo em seguida puxrar para a segunda quase na faixa de torque, com aquele sincopado encorpado bem típico da Tenere, imponente...é uma moto que sempre chamará a atenção. Ótimas retomadas e a massa que ajudava a estabilidade direcional nas estradas de terra.
De Leo a 18 de Junho de 2009
Lendo este post fiquei curioso, com tantos Km rodados sobre tantas motos, você nunca teve nenhum acidente mais sério???
De Ramon Portela a 15 de Junho de 2009
Muito Legal Tite, num querendo te chamar de velho, mas vc já tem muitos quilômetros rodados em duas rodas, hein???
Particularmente sou um admirador das motocicletas, embora nunca tenha dirigido uma (o que é particularmente frustrante), mas saiba que quando eu crescer quero ser igual à você uhauhauauhahhuhauhauhau!!!!
abração!!!
De motite a 15 de Junho de 2009
Ih, vc vai ter de crescer muito!!!
De Vitor a 17 de Junho de 2009
O Tite, pára de enganar o rapaz, todo mundo sabe que vc é baixinho, pra ser igual a vc não precisa crescer muito não.. hauhaua. Agora falando das motos, eu não sou da época dessas motos, mas fiquei até triste quando vc disse que vendeu a 400 Four, ainda mais depois de 10 anos com ela. Conforme for lembrando das suas ex-motocas, vai postando ai pra gente dar uma lida. Abraço!
De L de Leonardo a 17 de Junho de 2009
"essa RD não foi matéria de uma motoshow sobre a 350 preparada?"

Puta merda, eu li essa matéria! E a CBX 750F era uma 86 preta, de propriedade do Santo Feltrin... a caixa de ignição (acho que era esse o nome) não tinha limitador de giros, o escape era 4x1 e os pneus Metzeler com as rodas pintadas em prata.


A CBR 600 do Tite tinha o posicionamento das marchas invertido, ele comentou isso no teste da Biz 125.

ótimo texto... me fez lembrar que há um ano perdi minha amada Scarlett pros amigos do alheio. O que tem de ficar é isso mesmo, as boas lembranças.
De luidhi a 18 de Junho de 2009
Sabe o que mais me impressiona nessa foto aí?

A altura dos portões. Todas as casas do meu bairro (Planalto Paulista) tinham essa altura dos portões. A maioria ficavam destrancados. Entrávamos nos quintais de grama para beber água na mangueira. Jogávamos bola na rua, andávamos de mobylette, cinquentinha, jogávamos bola tranquilo. Não existia celular, o única obrigação era voltar para casa até as 20h, para jantar.

Hoje, moro em outro bairro (Raposo, perto da Granja Viana). Muito mais longe. Moro em uma casa 1/3 do tamanho. É em um condomínio, O portão é alto na frente e atrás tem uma cerca elétrica.

Quando volto para o bairro gosto de andar nas ruas, e ver. Algumas casas ainda tem portões baixos. São poucas, dos moradores antigos.

O bairro está hoje com a maioria de portões automáticos, altos e cercas elétricas. As ruas são vazias ou tem trânsito. As crianças jogam video game ou bola no quintal 2x2 na parte dos fundos. A praça da Igreja que ficava conversando a tarde inteira hoje dá medo, se ficar parado lá provavelmente será assaltado ou parado pela polícia.

Simpáticas casas como essas aí da foto são substituídas por condomínios fechados, já que é uma área Z1 e não pode construir prédios. A vizinha moema não é mais a mesma. Nem os passeios no Aeroporto de Congonhas são mais os mesmos. O prazer de ouvir um Electra decolando não existe mais.

Éramos felizes e não sabíamos...

Me pergunto, como podemos piorar tanto em tão pouco tempo?
De Eric a 18 de Junho de 2009
Tite... você fica bravo se eu reproduzir seu texto, dando os seus devidos créditos e sem a tarja "todos os direitos reservados"?

Abraço
De motite a 21 de Junho de 2009
Eric
Na verdade eu prefiro que vc divulgue o link e não colar o texto pronto.

Obrigado por perguntar!
De Jeff a 22 de Junho de 2009
Você não teve uma Honda NX 650 Dominator?
De motite a 23 de Junho de 2009
Não, eu fiz muitas viagens de Dominator 650, mas a moto era da Honda... gostei muito da motoca, mas o motor era meio fraquinho...
De Leandro Soares Teixeira a 6 de Agosto de 2009
Olá Tite, ótimo achar esse blog! senti falta dos seus textos( experiências).
Só um comentário, minha primeira moto foi um presente de um tio: uma 27.5E 91, com 8.000Km, pra não ficar muito longo o texto, vou ser breve: ela está original, e deixo pra trás XR Tornado, XTZ Lander, e CRF 230... um motor muito forte, só falta freio e suspensão. Ps: uso óleo motul 800.
Abraços

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