(Nova CB 300: na medida para cidade! Foto: Renato Durães)
Sai de cena a categoria 250 da linha Honda. Bem vindas as 300!
Não lembro de nenhuma moto clássica, que tenha feito história, com 300cc. São famosas as 350cc, que imortalizaram modelos como a CB 350 de dois cilindros dos anos 70 ou as lendárias Yamaha RD350. Mas 300? Confesso que não lembro.
Mas o Promot 3 não existia nos anos 70, nem 80, nem 90... Agora tem! E graças às limitações impostas em nome de uma natureza mais pura, a categoria ¼ de litro foi limada do line-up da Honda. Agora é a vez da 1/3,33333 avos de litro!
Foram quase seis meses de especulação pela imprensa especializada, blog, sites, Orkut, MySpace, Youtube. Até eu me diverti espalhando que a nova Twister teria motor turbo-comprimido, o que rendeu muito babado! E não é que aquela famosa foto de uma moto dentro de um caixote de madeira era verdade!!! Era a CB 300 que estava sendo embarcada para testes no Japão e algum espertinho não resistiu a apontar o celular e clic! Espalhou pela net!
Como já é tradição no meio, as motos foram apresentadas inicialmente para um rápido contato e um muito bem elaborado workshop no CETH da Honda em Indaiatuba, SP. Os modelos apresentados foram: a CB 300, a XRE 300 e pasme! Um scooter com a marca Honda!
CB 300
Nada de motor dois cilindros em V e outras viagens especulatórias. A nova CB 300 tem motor de um cilindro, com a mesma arquitetura do 250cc da Twister, mas é totalmente novo e não um 250 repaginado. O comando é DOHC, com quatro válvulas, seguindo a fórmula da 250. A principal novidade desse motor é a evidente injeção eletrônica PGM-FI, a tecnologia que permitiu, juntamente com o catalisador, enquadrar a moto aos níveis de emissões exigidos pela lei.
Uma pequena Hornet. Essa é a primeira impressão da nova CB 300. Farol, a máscara do painel e o tanque de gasolina é claramente inspirado na 600cc da marca. O objetivo é óbvio: criar no dono da CB 300 a aspiração natural pela 600.
Um item que caiu muito bem são as rodas de liga leve, em forma de estrela, que lembram as famosas Comstar que equipavam a linha CBX 750 dos anos 80. A suspensão traseira é monoamortecida e uma boa novidade é o banco mais largo, maior, mais baixo e com um “caroço” no espaço do garupa para evitar a escorregada pra frente.
O quadro é totalmente novo e algumas medidas foram revistas, como o guidão um pouco mais alto, distância entre-eixos maior e ângulo de inclinação da coluna de direção menor. O objetivo é deixar a moto mais maneável; reforçado pelos novos pneus mais largos (140 na traseira) e de desenho um pouco mais esportivo. Também mudou a posição das pedaleiras com objetivo de deslocar o peso do piloto um pouco mais para frente.
Na hora do teste foi possível perceber que os quase 50cc e 2,5 cv a mais são mais sensíveis nas retomadas de velocidade, mas também deu um impulso extra na velocidade máxima. Pelo velocímetro foram registradas as máximas de 136 e 145 km/h nas duas direções. Nada excepcionalmente técnico, mas suficiente para saber que não significou o sonho esperado de todo motociclista brasileiro: uma 250 com desempenho de 500! E aqueles hondeiros que viviam zuando os yamahistas por causa do câmbio de 5 marchas da Fazer 250 acabaram de se lascar: a CB 300 tem câmbio de cinco marchas também! Mas ficou um buraco enorme entre a primeira e a segunda, tanto que nesse testezinho eu saía sempre em segunda, deixando a primeira marcha dedicada às subidas.
Não foi possível fazer qualquer medição de consumo, mas pelo que pesquisei com alguns colegas ficou praticamente igual ao da 250. Bendita injeção!
Um item que causou certa decepção foi o freio traseiro a tambor, em vez do esperado disco de freio. Por outro lado, o painel ficou bem esportivo, seguindo a tendência do instrumento circular e display de cristal líquido.
Por enquanto é só isso que tenho a declarar. Espero ter acesso ao modelo em breve para uma avaliação de verdade.
Amanhã (quinta) é a vez da XRE 300 e da Lead 110 (apelidada pelos jornalistas de “Primeiro Parágrafo).