(Patrocinador é bom, mas quem tem?)
Patrocínio: uma jóia rara
Aproxime-se de uma pessoa que não esteja diretamente ligada ao motociclismo e pergunte-lhe o nome de qualquer piloto brasileiro da atualidade. Ela certamente ficará muda, pensando, depois de falar o único nome que sabe: Alexandre Barros!
Essa é a verdade: o motociclismo brasileiro não tem mais seus grandes ídolos. Muitos dos campeões nacionais da temporada que passou continuam desconhecidos fora das pistas – mas muita gente ainda se lembra de Adu Celso, Walter Tucano Barchi, Cláudio Girotto, Edmar Ferreira, Denísio Casarini e Jacaré.
Os ídolos desapareceram, e com eles sumiram muitos dos grandes patrocinadores, fechando um círculo vicioso terrível: sem ídolos e sem grandes corridas não há divulgação nem interesse do público; sem interesse do público, não há interesse publicitário; sem retorno promocional, não há patrocinadores; sem patrocinadores, não há dinheiro para as equipes; sem dinheiro, não há boas corridas nem ídolos.
Em minha escola de pilotagem, há 11 anos tenho contato com jovens iniciantes. E Quase todos, depois de perguntar sobre como é o Curso, querem saber a mesma coisa: “Assim que eu terminar o curso, como faço para ser contratado como piloto por uma equipe?” É a hora, então, de dar um sorriso amarelo e responder que isso, tão normal em qualquer outra carreira, é apenas um sonho no motociclismo brasileiro.
Aqui, o normal, para quem começa, é o ''paitrocínio'' - ou seja, a patrocínio vindo dos bolsos de um pai rico, ou de amigos cujo interesse é apenas ajudar. O verdadeiro patrocínio - ou seja, de uma empresa que queira divulgar seu produto através das corridas - é jóia rara, nem sempre acessível.
A culpa? Bem, na verdade há vários motivos: provas mal organizadas, calendários mal formulados, dirigentes relapsos, pouca divulgação, apoio governamental inexistente, pilotos que "queimam" verbas, ausência de provas que reúnam diferentes marcas de motos. E outras.
Ao longo dos tempos, o motociclismo brasileiro regrediu. É preciso aproveitar o momento para reconstruir tudo com bases sólidas.
Então, teremos de volta as boas corridas, os ídolos e o público. E com eles as empresas que entenderão que investir publicitariamente no motociclismo pode ser um excelente negócio. Será um novo e saudável círculo vicioso: mais dinheiro, melhores corridas, mais divulgação, mais retorno publicitário. Como nos velhos tempos ...
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Texto escrito originalmente em março de 1981, pelo jornalista e professor de pilotagem Expedito Marazzi e publicado na revista Quatro Rodas. O texto original tratava de automobilismo, só fiz a adaptação para motociclismo. O incrível é ver que 28 anos depois ele continua tão atual que parece ter sido escrito ontem!
De Paullo Ramos a 31 de Março de 2009
Caramba Tite, achei que realmente vc tinha escrito esse texto "Patrocinio ...28 anos depois" no dia de hoje. Mas acredito que público para assistir provas de motociclismo tem. O que falta mesmo é a TV aberta transmitir as corridas lá de fora, para que aqui dentro a coisa também ande. Eu não entendo nada de publicidade, mas num país que vende tanta motocicleta como o Brasil, bem que as montadoras poderiam criar uma ou duas categorias para revelar novos talento que devem estar por ai.
Se a F1 que é sem graça a TV aberta transmite, porque deixar o GP de motovelocidade de fora?
De Perdido a 31 de Março de 2009
Pois é.. texto muito atual, mas enquanto a mídia enfiar gargata a baixo dos brasileiros que nós somos apaixonados por carros a coisa vai continuar desse jeito...
De Odil a 1 de Abril de 2009
Tite , você tocou na ferida. A organização das provas de motovelocidade nacionais é pífia, amadora e totalmente despreparada.
Para ter uma ideia , na última etapa da Copa Hornet (rs), eu tive a oportunidade de estar nos boxes e presenciei uma garota distribuindo panfletos (!!) no pitlane . Vários papeis ficaram caídos e não tinha sequer uma pessoa para recolher e "tocar" a menina de lá. Me deu uma dor de estômago, pensar em algum piloto entrando pelos boxes e caindo por escorregar. Saí catando tudo, e o que é pior, ficou todo mundo me olhando, como se eu estivesse fazendo algo errado.
Citando Tite , coisas de Lisarb . [
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Tite , você tocou na ferida. A organização das provas de motovelocidade nacionais é pífia, amadora e totalmente despreparada. <BR>Para ter uma ideia , na última etapa da Copa Hornet (rs), eu tive a oportunidade de estar nos boxes e presenciei uma garota distribuindo panfletos (!!) no pitlane . Vários papeis ficaram caídos e não tinha sequer uma pessoa para recolher e "tocar" a menina de lá. Me deu uma dor de estômago, pensar em algum piloto entrando pelos boxes e caindo por escorregar. Saí catando tudo, e o que é pior, ficou todo mundo me olhando, como se eu estivesse fazendo algo errado. <BR>Citando Tite , coisas de Lisarb . <BR class=incorrect name="incorrect" <a>Abs</A>
De Odil a 1 de Abril de 2009
Putz, deu pane no comentário acima. Sorry.
De Paulo Ricardoq a 2 de Abril de 2009
"Se a F1 que é sem graça a TV aberta transmite, porque deixar o GP de motovelocidade de fora?"
Repito a pergunta, e sugiro um texto seu sobre o tema... PORQUE não passar a MotoGP que é muito mais interessante?
De Marcus Vinicius a 7 de Abril de 2009
O que vocês acham do superbike ? (www superbike .com.br)
Um campeonato paulista onde motos de rua ganham o "direito" de participar mesmo tendo farol, seta, placa...
Esse tipo de campeonato, que confesso estar tentado a participar, não poderia ser uma grande oportunidade de novos patrocínios, pilotos, novos conceitos de campeonatos e até mesmo a volta de uma paixão que aparentemente só existem em "donos" de motocicletas?
Um envolvimento da "classe" de motociclista, destes pilotos já consagrados, não seria uma grande oportunidade de eventos cheios de familiares, com um publico que cada dia iria gostar mais de moto-velocidade ?
De
motite a 9 de Abril de 2009
Essa ideía é bem antiga. A propósito foi o mesmo Marazzi que criou uma categoria chamada Aspirante na qual eu corri.
Eu também fiz essa categoria no mês passado em Interlagos com 20 inscritos durante as 200 Milhas.
Não acredito que sairão pilotos de alto nível dessa categoria, só mesmo em nome da diversão segura. O que forma piloto é uma categoria para JOVENS, crianças entre 14 e 17 anos. Mas infelizmente nenhuma empresa quer patrocinar esta iniciativa!
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