Sexta-feira, 12 de Maio de 2023

Muito além do portão

cursospara_29.jpg

Qualificar é a melhor forma de garantir a saúde dos funcionários motociclistas.

O impacto dos acidentes de trajeto

Pode conferir. No estacionamento das grandes empresas tem um mar de moto! Sim, porque hoje é inegável o papel da motocicleta na mobilidade urbana. Menor preço de aquisição, baixo consumo, facilidade de deslocamento e de estacionamento são algumas das características que levam à escolha da moto. Por isso algumas empresas chegam a apontar que até 60% do seu quadro de funcionários se deslocam em motos.

Agora imagine uma indústria com a linha de montagem e o diretor industrial é informado que um dos colaboradores não chegou! A linha pronta para entrar em operação e falta um integrante importante. Até conseguirem um substituto esta operação permanecerá parada, causando atraso e prejuízo.

E por que o colaborador não chegou? Porque sofreu um acidente de moto no caminho para a empresa.

Não tem ficção nesta história. Esta é a realidade dos profissionais que trabalham com segurança e saúde no trabalho em todo Brasil. Dependendo da região, calcula-se que de 25% a até 80% do efetivo de mão de obra se deslocam em motos e bicicletas. Uma preocupação para técnicos e engenheiros de segurança.

Todo cuidado com a segurança no ambiente de trabalho pode ser jogado fora quando o colaborador passa do portão pra fora. Um dado coletado por uma das empresas pesquisadas mostrou que o número de usuários de motos e bicicletas era de 25% do total de funcionários motorizados, mas eles respondiam por 78% dos afastamentos de trabalho por acidente de percurso.

Ainda analisando as estatísticas, um estudo denominado Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde, de 2021, apresentou os seguintes resultados. O perfil das vítimas de motociclistas em lesões no trânsito é predominantemente do sexo masculino (88,1%), adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos (30,8%), de escolaridade com 8 a 11 anos de estudo (39,6%) e solteiro (57,3%).

aula_26.jpg

Os cursos podem ser realizados na sede da Abtrans ou na própria empresa.

O início

Se ampliarmos os dados de internações por acidente de moto em todo o Brasil os números são alarmantes: em 2020, das mais de 190.000 internações no Sistema Único de Saúde, por lesões de trânsito, 61,6% eram motociclistas.  O custo destas internações passou de R$ 280 milhões para o SUS.

Mas qual a origem de tanto acidente com motociclistas?

O primeiro dedo deve ser apontado para o Denatran – Departamento Nacional de Trânsito – órgão federal, responsável pela regulamentação, supervisão e educação do trânsito. Desde os anos 1960 o sistema de habilitação de motociclistas é o mesmo: resume-se a um adestramento para executar algumas manobras em baixa velocidade, primeira marcha, sem uso do freio, em local isolado do trânsito. Depois de aprovado nesse adestramento o candidato recebe uma carteira de habilitação categoria A que permite conduzir qualquer tipo de motocicleta em qualquer via pública. Nem precisa ser especialista para perceber que isso não funciona.

Diariamente a ABTRANS, empresa especializada em segurança de motociclistas e ciclistas, recebe mensagens de pessoas que foram aprovadas em exame de habilitação, mas não se sentem à vontade para pilotar nas ruas e estradas. O que é absolutamente normal. Estranho seria se fosse o contrário: sair dessa “escola” preparados para enfrentar uma estrada ou a via Marginal Tietê, em São Paulo, SP.

Quando o recém habilitado tem esse nível de consciência ainda pode procurar cursos como a ATRANS – Academia Brasileira de Trânsito – criada em 2016, voltada para a educação e treinamento de motociclistas e ciclistas. Mas nem todo mundo tem essa visão. Tentam aprender na prática e o resultado pode ser – literalmente – desastroso.

É quando o mundo corporativo entra em cena. Não tem como evitar que um colaborador se desloque em motos ou bicicletas. Não se trata apenas de uma paixão, ou gosto pelos veículos de duas rodas, mas uma necessidade. Mesmo que a empresa ofereça transporte privado, como os ônibus fretados, para muitas pessoas a moto representa a chance de levar o filho para escola, a esposa para o trabalho, dormir uma hora a mais, ou até mesmo usar este tempo para estudar. Além de ser mais barato do que o custo do fretado.

perfil_Tite.jpg

Tite Simões, jornalista, instrutor e especialista em segurança de motociclista.

Outra solução seria simplesmente deixar de contratar funcionários que tenham habilitação categoria A (motociclista). Mas isto fere os estatutos do Ministério do Trabalho e pode acarretar em multa para a empresa contratante.

A verdadeira e efetiva solução para redução dos acidentes de percurso com motociclistas e ciclistas é a qualificação! Por meio de palestras, exibições técnicas e mesmo cursos práticos a empresa terá a oportunidade de oferecer aos seus colaboradores aquilo que o departamento de trânsito não foi capaz de fazer: ensinar de forma adequada. Não existe outra forma. E mais: tem de ser presencial.

Algumas empresas usam o método online para vários tipos de cursos, mas quando envolve segurança de trabalho e execução de manobras não tem como fazer online porque os instrutores precisam acompanhar os exercícios in loco. Da mesma forma que não se aprende atividades como mergulho, salto de paraquedas ou escalada alpina por meio online, não tem como ensinar pilotagem de moto por meio de uma tela.

Não se pode comparar com o treinamento de motorista, porque no caso de um carro, picape ou van, o erro no aprendizado acarreta um arranhão na lataria ou no para-choque. Já na moto o erro leva a um leito hospitalar. Também tem a questão da familiaridade. A maioria das pessoas tem intimidade com carros desde pequenos, enquanto a moto foi um veículo introduzido muitas vezes apenas na vida adulta.

seguranca_31.jpg

Empresas públicas, como o SAMU, também podem se beneficiar do treinamento especializado.

As ferramentas

Dentro do cardápio oferecido pela ABTRANS para o mercado corporativo destacam-se:

Organização de SIPAT – Na tentativa de criar impacto em seus colaboradores, algumas empresas exageram em campanhas que geram mais desconforto do que resultado. Um bom exemplo foi de uma empresa que montou em pontos estratégicos manequins ensanguentados em cima de motos destruídas. “Isto não traz resultado e ainda gera um tremendo mal estar com quem passou por este trauma”, explica Ronaldo Guimarães, sócio da ABTRANS e especialista em equipamentos de proteção. Ele complementa “se esta imagem desse resultado não existiria fumantes no Brasil, porque em cada maço de cigarro tem uma imagem impactante”.

Para isso a ABTRANS orienta, cria e desenvolve campanhas específicas para motociclistas e ciclistas, voltadas para as semanas de prevenção de acidentes de trânsito, com uma linguagem direta, sem traumas.

Palestras educativas – Nem sempre é possível realizar cursos práticos, então um recurso largamente utilizado é a palestra. Porém estudos cognitivos demonstram que a aderência em palestras é muito baixa, raramente passando de 25% de retenção das informações. Por isso a ABTRANS desenvolveu uma nova modalidade que inclui demonstrações.

Palestras demonstrativas – Neste caso, após a palestra, o instrutor convida o público para um espaço aberto e realiza alguns exercícios com a moto. Nesta modalidade a retenção mais do que dobra, porque a informação visual, presencial, reforça tudo que foi explanado na prática. São realizados exercícios de frenagem, desvio, postura, foco etc.

Curso prático – Esta sim a melhor receita para redução e até eliminação dos acidentes de percurso. Sem uma formação adequada, motociclistas e ciclistas desenvolvem vícios difíceis de eliminar. Para piorar muitos influencers postam dicas de pilotagem completamente equivocadas. O curso tem uma capacidade de retenção de 95 a 100% e corrige vários preconceitos ligados à moto e bicicleta. Para a realização do curso é preciso uma área asfaltada (ou cimento) de cerca de 2.000 m2, isolada de veículos. No curso são ministradas técnicas de frenagem de emergência, desvio (contra-esterço), curvas, pilotagem com garupa, postura, manutenção preventiva (com check-list das motos) e muito mais.

direcaoprevent_22.jpg

Os treinamentos simulam as situações reais do dia a dia do motociclista.

Consultoria

A ABTRANS pode ainda elaborar um plano de consultoria que vai além dos cursos. Neste plano criam-se estratégias para o incentivo do uso de equipamentos de segurança, a importância da manutenção preventiva e até comunicados via redes internas ou mídias sociais. O objetivo é manter o foco na prevenção de acidentes, inclusive nos fins de semana, quando entra em cena um componente altamente perigoso que é a ingestão de álcool e drogas.

Para sensibilizar, os especialistas da ABTRANS realizam uma vivência com óculos de simulação de embriaguez. Com estes óculos tem-se a visão de uma pessoa que ingeriu bebida alcoólica.

“Nossa meta é zerar os acidentes de percurso com motos e bicicletas, por meio de uma conscientização dos riscos, pelo amor à vida e à família, o respeito à empresa e implantar uma filosofia de segurança que se estenda por todas as atividades”, conclui Geraldo Tite Simões, responsável didático pelos cursos da ABTRANS.

Para entrar em contato: cursoabtrans@gmail.com ou pelo WhatsApp 11 9 9458-7351

  

  

publicado por motite às 23:24
link | comentar | ver comentários (1) | favorito
Terça-feira, 9 de Maio de 2023

Rita Lee e eu!

ritalee_show.jpg

Rita: Deusa, rainha, musa, diva, sexy, nada serve para descrever o quanto eu a admirava

Como eu transformei um limão em caipirinha

Dia desses lembrei de um dos (muitos) episódios desastrosos na minha vida de fotógrafo. Eu fazia qualquer tipo de foto por qualquer tipo de pagamento. Um dos primeiros jornais formato tablóide, o Shopping News, me contratava para fotografar shows, espetáculos de dança, teatro, etc em troca de uma graninha tosca, mas eu podia entrar sem pagar, conviver com os artistas e ainda ficava no gargarejo vendo tudo de perto.

Assim aprendi a controlar a luz da máquina para se adequar à iluminação do palco, fui ficando bão e pegando mais serviços. Até acontecer o desastre.

Naquela época (começo dos anos 80) eu comprava filmes em rolos grandes e rebobinava nas bobinas pequenas de filmes 35mm (achei um esses dias). Isso economizava muito na compra de filmes. Mas – tem sempre um mas –, era preciso muita atenção – o que não combina com pessoas com TDAH –, porque as bobinas eram reaproveitadas de qualquer tipo de filme. Então podia ser uma bobina de filme colorido, mas a película dentro era P&B e vice-versa. Pra não dar treta eu colava uma etiqueta em cima com a especificação correta do filme que tinha dentro. É como empacotar tênis em caixas de sapatos finos.

filme rebobinado.jpg

Este é um filme rebobinado: o conteúdo não é o mesmo do rótulo.

Eu estava escalado para fotografar um show da Rita Lee no Ibirapuera, que seria apenas uma noite.  Nunca fui muito de idolatrar, mas a Rita Lee foi uma exceção, porque além de linda, era engraçada, sexy, cantava muito e as letras diziam o que minha geração precisava ouvir. Ir no show dela, entrar no backstage e ainda fotografar, era um prêmio de loteria. A foto poderia ser capa do jornal, por isso preparei filmes Ektachrome (slide) e P&B. No meio da preparação aconteceu alguma coisa que me distraiu – qualquer coisa me distrai – e esqueci de colar uma etiqueta no filme cromo colorido.

Fui pro show,  controlei minha tietagem, cheguei perto dela, fiz as fotos (maravilhosas), voltei pro laboratório para revelar os filmes e joguei o filme Ektacrhome no tanque de revelação de filme colorido positivo (C-41). Terminado o processo fui olhar o resultado e... enfartei! Tinha acabado de destruir um trabalho que tinha tudo para ser capa de jornal.

Bateu aquele desespero, dor de barriga, vontade de pegar um avião pro Katmandu, morrer, qualquer coisa para não ter de ligar pro editor e explicar que não tinha foto!

Rebobinador-film.jpg

Isto é um reboninador, de onde saem os filmes rebobinados.

Mas nessa época eu era um ótimo enrolador. Lembrei de um livro de fotografia que ensinava alguns truques de efeitos especiais na época pré-Photoshop. Um deles era revelar filme cromo no processo C-41 que resultava em um efeito craquelê, como se fosse um quebra-cabeça de mil peças.

Liguei pro editor e mandei o 171:

– Cara, eu dei um efeito especial nas fotos que vc vai pirar, parece uma porcelana craquelê, estou indo te mostrar!

Cheguei tremendo na redação, mostrei as fotos pro editor que olhou, olhou várias vezes, chamou o diretor de arte, mostrou pra ele, os dois olharam pra mim (que estava pronto pra fugir) e falaram:

– Du caralho! Mas cadê as fotos normais?

Expliquei, (sempre de olho na saída de emergência), que só tinha preto&branco e essas com efeito especial.

craquele.jpg

Este é um efeito craquelê! 

Resultado: a foto craquelada foi pra capa, salvei minha pele e ainda fotografei por muitos anos. Até acontecer o acidente com o estilete que encerrou minha carreira de fotógrafo, mas eu conto depois!

*PS - as fotos do show eu perdi numa das várias mudanças de endereço na minha vida.

 

ritalle.jpg

Descanse em Paz, Rainha!

publicado por motite às 16:19
link | comentar | ver comentários (2) | favorito (1)

.mais sobre mim


. ver perfil

. seguir perfil

. 14 seguidores

.Procura aqui

.Setembro 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30

.Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

.posts recentes

. A pequena grande Triumph:...

. Prostatite final – Amor e...

. Prostatite parte 10: a vo...

. Prostatite 9: uma separaç...

. Prostatite parte 8 - A f...

. Prostatite parte 7: Começ...

. Prostatite parte 6: a hor...

. Prostatite 5: Sex and the...

. Prostatite 4: você tem me...

. Prostatite 3: então, qual...

.arquivos

. Setembro 2024

. Junho 2024

. Fevereiro 2024

. Janeiro 2024

. Dezembro 2023

. Novembro 2023

. Outubro 2023

. Julho 2023

. Maio 2023

. Janeiro 2023

. Novembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Maio 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Julho 2019

. Junho 2019

. Março 2019

. Junho 2018

. Abril 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Março 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds