Quarta-feira, 22 de Julho de 2015

Velocidade que não anda!

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Hoje finalmente peguei a marginal Pinheiros na via lateral, a 50 km/h na minha CG 150. Reflexões dessa experiência:

1 – Não é tão mais devagar do que o fluxo da via normalmente, porque os motoristas paulistanos sofrem de uma disformia interpretativa iconográfica aguda que ao ver um radar de velocidade imediatamente metem o pé no freio e reduzem para 10% ou 20% abaixo do limite na crença de obter crédito de velocidade, ou seja, no próximo radar poderá passar 10% ou 20% acima da velocidade que não será multado. 

2 – Quais fantasmas estão sendo atropelados nessa via, porque ao meio-dia não vi vivalma (nem mortalma) atravessando os mais de 20 km que percorri! Provavelmente são os vendedores ambulantes que circulam nos corredores oferecendo amendoim, biscoito de polvilho ou roubando seus pertences! 

3 – Ficou muito mais fácil teclar ou falar no celular a 50 km/h! 

4 – Os motoqueiros continuam rodando na velocidade que bem entendem com o dedo socado na buzina pra irritar até um monge nepalês! 

5 – Dá para pilotar a moto e pensar em outras coisas ao mesmo tempo. 

6 – Nos horários que as marginais estiverem vazias e fluindo eu não terei coragem de rodar de moto a 50 km/h (nem a 70 km/h) porque me tornarei um alvo móvel super fácil de ser atingido pelo motorista bêbado voltando da balada a milhão. 

7 – Rodando nessa velocidade eu consegui até identificar as espécies plantadas nas marginais da marginal. 

8 – Deu um tremendo alívio sair da via expressa a 50 km/h e entrar na avenida Juscelino Kubistchek, com suas faixas de pedestres, semáforos, pontos de ônibus, gargalos mas que tem limite de 60 km/h! 

9 – Eu li em alguma pesquisa que fiz um tempo atrás que 50 km/h é a velocidade mais difícil de manter, mais até do que 40 km/h, porque não passa ao motorista o feeling real da velocidade. Por exemplo: a 40 km/h o cérebro registra a informação “é devagar”, acima de 60 km/h o cérebro entende que está rápido. Mas a 50 ele se atrapalha todo. Fiz essa experiência e tentei manter 50 km/h sem olhar pro velocímetro. Ficou sempre acima de 59 km/h!!! O único jeito de manter 50 km/h com o trânsito fluindo é fixar o olho no velocímetro... e deixar de ver o pedestre fantasma atravessando a rua! 

10 – Eu não sou doido nem estou com a menor paciência de polemizar sobre velocidades nas ruas, porque isso demanda tantas variáveis que me deixaria louco e você voltaria a ver blogs mais interessantes. Mas só por favor, pela enésima milionésima infinitésima vez: PAREM com essa comparação absurda com cidades como Londres, Amsterdã, Estocolmo, Kopenhagen, porque a realidade social é muito diferente. Comparem com La Paz, Bogotá, Caracas, que são cidades que lutam contra os acidentes de trânsito e estão mais próximas da realidade brasileira. Aliás, a Colômbia tem vários bons exemplos nessa área, mas o pessoalzinho dixxcolado só cita Amsterdãããã... 

11 – Redução de acidente não se faz com UMA medida, mas um conjunto delas. A primeira é a educação e FORMAÇÃO. Será que só eu no planeta Terra percebeu que na mesma semana que reduziram a velocidade nas marginais o DETRAN-SP descobriu que estavam vendendo carteiras de habilitação falsas??? Percebem o tamanho do problema? De um lado o próprio DETRAN vende a habilitação, de outro a Prefeitura afirma que acidentes são causados pela velocidade. Só eu estou vendo isso? Qual moral tem uma cidade para falar em redução de acidente se nem sequer é capaz de controlar seu próprio órgão emissor de licença? Ah, por favor, ETs, venham logo porque eu não agüento mais!

publicado por motite às 21:45
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Sexta-feira, 17 de Julho de 2015

10 coisas em ciclistas que enchem o saco até de ciclistas!

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Use a bike, seja feliz, mas não encha o saco!

Ainda na moda da lista de “coisas que nos enchem o saco” agora é a vez de mexer com essa nova religião chamada “ciclo-ativista”. 

Começa logo por essa denominação: ciclo-ativista! Quem usa carro é motorista. Quem usa moto é motociclista. Quem anda a pé é pedestre. Mas quem usa bicicleta é ciclo-ativista. Por quê? Desde quando meio de transporte é ativismo? Aí está: tem gente tratando o meio de transporte e mobilidade como bandeira para ativismo fashion. Comecei a andar de bicicleta quase um bebê. Antes de mim, meu pai foi ciclista de competição e corria com uma Peugeot. Antes dele meu avô era ciclista. E ninguém enchia o saco dos outros por causa disso. 

Na primeira oportunidade meu avô comprou uma moto. Meu pai comprou um Gordini e eu ganhei uma moto com 12 anos. E nunca enchemos o saco de ninguém. Por que os neo-ciclistas que começaram a pedalar ontem enchem tanto o nosso saco? Acho que isso dá uma ideia da lista que vem abaixo. 

1 – Demonizar os veículos motorizados. A última moda entre ciclistas é induzir a sociedade a acreditar que as montadoras de carros estão por trás dos grandes problemas de urbanização e mobilidade urbana. Mas quando eles nasceram foram levados da maternidade para casa dentro de um veículo motorizado e não na garupa de uma bicicleta. Quando ficam gravemente doentes vão para o hospital dentro de uma ambulância motorizada e não na garupa de uma bicicleta. E quando morrerem seus restos serão levados em um coche funerário e não em uma charrete puxada por uma parelha de ciclistas. Portanto o motor é muito bem vindo quando lhe convém.
As grandes montadoras já estão há décadas investindo em veículos elétricos, compactos e até em bicicletas! Não será uma manifestação de ciclistas pelados com pelancas que irá transformar o perfil da mobilidade urbana. As grandes corporações já estão de olho nesse mercado e a cada manifestação eles agradecem porque tem a certeza que continuarão faturando. A palavra que precisa enfiar na cabeça dos neo-ciclistas de sapatilha é COMPARTILHAMENTO de modais. Ônibus e trens com lugar para levar bicicleta; bicicleta feita para caber no porta-malas de um carro, como o exemplo da Ford. Em suma, em vez de demonizar, compartilhar o que cada veículo tem de bom. 

2 – Espírito corporativista. Filho(a) pedale sua bike, vá para o trabalho, para a faculdade, vá vagabundear, fazer o que quiser, mas não faça disso uma religião! Não precisa ser um “líder” nem evocar o espírito de corporação porque essa é a mola propulsora do regime militar e do fascismo que você critica. Essa coisa de “siga o líder” pega bem nas forças armadas, mas não entre amigos civis. Convide os amigos para um rolê, mas não queira ser melhor do que ninguém. Uma das cenas de corporativismo mais decadentes que presenciei foi um grupo de nightbikers descendo a avenida Rebouças. Quando fechou o farol dois ciclistas fecharam a avenida Henrique Schauman para que os motoristas não atravessassem até a última bicicleta passar. É a prova de um corporativismo burro e sociopata, porque quer mostrar à sociedade que bicicleta tem uma prioridade que não tem! O ciclista tem de respeitar para ser respeitado, como qualquer cidadão. Quando um sinal de trânsito diz “pare” é para parar. Simples assim. 

3 – I ‘m the best, fuck the rest. O que causa guerras no mundo inteiro, desde que o homem saiu das cavernas são dois conceitos: da propriedade (terras) e religião. A mais cruel de todas é a religiosa (e étnica) porque mexe com o inconsciente coletivo e inculca nas pessoas a ideia de que uma religião (ou etnia) é melhor que a outra. E não é!

Os ciclo-ativistas agem dessa forma ao tentar nos impor que a bicicleta é melhor do que os outros modais de transporte! Bom, parte dessa crença religiosa vem do fato de a maioria viver em grandes cidades, no clima ameno e temperado do Sudeste. Vai para Mossoró (RN) perguntar para o cabra que acorda às seis da manhã já com o sol à pino e temperatura de 36ºC se ele acha melhor pedalar uma Barraforte ou dirigir um carro com ar-condicionado?

Não existe o conceito de “melhor”, porque, na verdade, isso é um pré-conceito. Tem situações que a bicicleta é ótima opção, mas em outras não. Simples assim... Não queira nos empurrar sua filosofia goela abaixo! 

4 – Vejam eu aqui! Parece que o ciclo-ativista tem uma necessidade vital de mostrar à sociedade o quão descolado é. Mais uma vez presenciei uma cena bizarra: durante um Fórum de segurança um ciclista armou uma pequena confusão porque quis levar sua bicicleta pelo elevador até a sala de convenção! E vestido com aquele traje discreto de porteiro de circo. Optar pela bicicleta como meio de transporte é saudável, contribui para reduzir os efeitos da poluição e deixa a cidade mais humana, mas não precisa mostrar isso pra ninguém! Mais uma vez cito o exemplo da religião: seja religioso, fervoroso, tenha sua crença, mas não esfregue seus ícones na minha cara! 

5 – Informe-se mais e melhor! Em outro debate sobre modais de transporte uma ciclo-ativista levantou a questão da poluição dos veículos automotores e citou um dado sobre emissões das motocicletas de 1992!!! Hoje os veículos automotores poluem bem menos do que há 20 ou 30 anos. Claro que em um país pobre vamos confrontar com a realidade de uma frota antiga e mal conservada. Mas é preciso se atualizar e saber que hoje a indústria e a pecuária são os maiores vilões do meio ambiente. A queima de combustível fóssil causa sim doenças e mata tanto quanto acidente e violência. Mas hoje carros e motos modernos vendidos no Brasil estão sob um dos regimes de emissões mais rigorosos do mundo. E vai ficar mais ainda! Se caminhões e ônibus a diesel ainda emitem fumaça preta aos rolos é reflexo da falta de fiscalização. E seja um pouco menos ingênuo do ponto de vista ambiental: o quilo de picanha que se consome causa um estrago muito grande no meio ambiente, mas o churras é sagrado! Quer um planeta melhor? Continue pedalando, mas pare de comer carne! 

6 – Pedalar por esporte é uma coisa; por necessidade é outra! Outra coisa que me irrita a ponto de desandar os intestinos é confundir necessidade com moda. Existem dados que mostram que o mercado de bicicletas no Brasil vem caindo desde 2008 (http://www.abraciclo.com.br), enquanto o mercado de motos cresceu. Aliás, basta cruzar os dados de vendas de motos x bicicletas para entender o que é moda e o que é necessidade. Quando as vendas de motos crescem caem as de bike; quando as vendas de motos caem crescem as de bike. Quem sabe interpretar números percebe que a moto é o objetivo do ciclista que realmente usa como meio de transporte e não por modismo. Quem roda o interior do Brasil vai ver a quantidade gigantesca de bicicleta popular circulando. São as primeiras a perder o mercado para as motos, porque esse cidadão não vê a hora de sair do pedal para entrar no mundo motorizado.

Já nas grandes cidades a bicicleta ganhou outro status de necessidade, por causa do trânsito insuportável, aliado a um programa de ampliação das ciclovias e ciclofaixas e introdução da “cultura da bicicleta”. Mas essas bikes são mais sofisticadas e geralmente estão nos pés de quem tem um veículo motorizado na garagem, seja carro ou moto. É uma necessidade que foi criada para compensar parte das perdas de mercado com a popularização das motos.

Quando alguns ciclistas demonizam as montadoras de carros e motos mostram outra face da ingenuidade política. Quem é o maior interessado na ampliação do uso de bicicletas caras nos centros urbanos? O seu plano de saúde ou os fabricantes de bicicletas? Ou os dois? No mundo capitalista vale tudo para aumentar vendas, inclusive criar um cenário de comoção social para gerar uma nova necessidade de consumo. Quer mais um dado curioso? O mercado de bicicletas no Brasil cai a cada ano. Mas quando saímos às ruas das grandes cidades o que vemos é mais bicicleta circulando. Não, elas não procriam na garagem, é apenas o reflexo dessa necessidade de criar um novo apelo de consumo: grande parte dessas bicicletas estavam guardadas em algum canto, só vieram para as ruas porque surgiu uma condição nova, que são as ciclovias, que é o próximo assunto.

 

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Ciclovia, um bem necessário! 

7 – Eu pedalo onde quiser. Não, não e não! Fiquei chocado quando li recentemente um artigo de uma ciclo-ativista “formadora de opinião” pregando a simples desobediência às leis de trânsito pelos ciclistas. Vamos com calma: os ciclo-ativistas querem proporcionar um novo modelo de sociedade, querem criar um mundo melhor, com harmonia e respeito mútuo. E pretendem fazer isso desrespeitando as leis de trânsito? Eu trabalho com segurança viária há 30 anos e não gosto da expressão “leis de trânsito”, porque pressupõe leis válidas só para quem está usando veículos motorizados. Prefiro o termo EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO, porque isso inclui pedestres, ciclistas e usuários de transporte coletivo. Mais: gosto de começar minhas palestras afirmando que o trânsito nada mais é do que uma organização social e respeitar essa organização é o primeiro passo para a cidadania. Quando um ciclista age como se não existisse lei seu lado cidadão vai pro esgoto. Me irrita profundamente essa sensação de só porque uso um veículo que “não polui e é ambientalmente correto, então tenho mais direitos que você”. Coisa nenhuma! Tem direitos e deveres iguais.
A ciclovia (e ciclofaixa) é uma realidade e nem adianta gritar, xingar, espernear porque é um caminho sem volta e uma necessidade. O prefeito de São Paulo precisava tomar a iniciativa, mesmo às custas de um inferno de críticas, para despertar o assunto na sociedade. Agora o próximo passo é avaliar o que funciona, o que não funciona, o que pode melhorar e o que tem de desaparecer.
Mas no meu último passeio de bicicleta ainda vi ciclistas rodando pela calçada, fora da ciclovia, afinal ele aprendeu que bicicleta está acima da lei!

E mais: fique 10 minutos em qualquer ciclovia de uma grande cidade, aos domingos e repare como as pessoas se comportam. Vamos precisar de anos de investimento em educação para começarem a entender como funciona a vida em sociedade. Em qualquer país de mão francesa (volante do lado esquerdo) em qualquer via, com qualquer veículo, inclusive a pé, quem vai devagar se posiciona à direita da via, para deixar a esquerda livre pra quem quiser passar. Nunca vi um pai ensinar isso ao filho. Nem na estrada, nem na rua, na calçada, nunca! A bicicleta deveria ser uma mini-escola de trânsito, mas quem ensina desconhece ou pouco se importa com a lei.

 

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Ensine desde pequeno que bicicleta tem duas rodas 

8 – Usar rodinhas laterais. Aqui é uma irritação antiga e exige uma explicação longa. Bicicletas são veículos de duas rodas tandem, uma na frente e outra atrás. Como tal tem um equilíbrio todo balanceado pelo esterçamento do guidão e auxiliado pelas rodas em movimento. Aí o papai pega uma pequena bicicleta, equipa com duas rodinhas laterais e entrega para o pimpolho. Só que essa coisa deixou de ter duas rodas e passou a ter QUATRO rodas, um veículo que se equilibra pelo contato de quatro pontos de apoio. Para fazer curva em um veículo de quadro rodas é preciso virar o guidão e se apoiar na roda externa. Ou seja, para virar à esquerda a criança vira o guidão para a esquerda e apóia o peso no rodinha do lado direito, inclinando a bicicleta ao contrário da curva.

Pois bem, quando a criança se sente à vontade o pai vai lá e tira as rodinhas laterais. A bicicleta volta a ser um veículo de DUAS rodas, que para fazer curva é preciso inclinar para o lado interno da curva e virar o guidão ao contrário do sentido da curva. Quando percebe que a criança não pára de cair o pai fica furioso e reclama com mãe!!!

Papais e mamães: se querem que seus filhos aprendam a andar de bicicleta e não de quadriciclo, comece logo em duas rodas. O aprendizado é mais rápido e intuitivo. 

9 – Burro de carga. Sou do tempo que chamávamos bicicleta de camelo. Mas ao contrário do animal ungulado, não foi feita para transportar a família, mobília, botijão de gás, etc. Tenha um pingo de bom senso para perceber que aquela cestinha que vai à frente tem limite de peso e é bem menor que o do rottweiler fofo. Muito peso no guidão transfere massa para o eixo dianteiro, desequilibra a bike e pode causar acidente. Não leve criança no guidão nem no cano. Tem cadeirinhas próprias pra isso. E como todo veículo, bicicleta tem limite de carga, leia o manual! 

10 – Politizar a diversão. Chega de polarizar o mundo! Desde a Idade Média que o mundo adora se dividir em categorias. Não dá mais pra agüentar essa coisa de cultivar rivalidades. Nenhum ciclista precisa demonizar outros meios de transporte para curtir sua bike. Nenhum motorista precisa passar por cima de um ciclista para provar que é melhor. Nenhum motociclista precisa invadir a ciclofaixa para mostrar que é mega esperto, senhor das ruas. A palavra mágica da mudança é COMPARTILHAMENTO. A sociedade só vai ter harmonia quando todo mundo conseguir entender qual é o seu espaço em relação ao todo. Sou e sempre fui contra moto-faixa, porque a segregação é a raiz do preconceito. Segregar um veículo significa dar um poder que não lhe é de direito. Veículos motorizados precisam compartilhar o MESMO espaço e os usuários tem de aprender a conviver. Já a bicicleta (e skate, patins etc) não tem motor, rodam a baixa velocidade e precisam dar ao usuário uma sensação de segurança e proteção. Por isso precisam sim ser separadas dos veículos motorizados.

E, por favor, usem, curtam, divulguem a bicicleta sem discursos segregacionistas, nem ativismo de iPhone. Quer usar a bike, apenas use! Simples assim!

 

ciclovias_dinamarca-02.jpg

Capacete é muito simples: usa quem quer, mas não encha o saco de quem não usa! 

*11 – Capacete é bobagem. Depois de terminar essa lista chegou-me um artigo que considero uma leitura obrigatória. O autor considera que o capacete de bicicleta é inútil e ridiculariza quem usa a título de proteção. Percebe-se que o autor é jovem, porque se adulto fosse saberia que essa mesma “defesa” foi feita quando exigiram cinto de segurança nos carros e capacete para motociclistas. Papel (e tela de computador) aceita qualquer coisa. Sou jornalista e escritor e já fui contratado por uma grande montadora francesa para redigir um estudo comprovando que a bolsa inflável (air-bag) não é o salva-vidas que se diz. Para isso encontrei vários artigos de especialistas americanos mostrando os riscos da explosão acidental do air-bag, inclusive com relatos e fotos de mortes causada pelo air-bag. Claro que em todos os casos houve negligência por parte das vitimas ao não usar o cinto de segurança, mas isso foi omitido no estudo final. Felizmente a montadora desistiu de publicar esse relatório (mas me pagou, ufa!) e logo depois foi a primeira a vender um carro pequeno com air-bag para o passageiro, porque mostramos que o apelo de marketing da segurança era um bom argumento de venda.

Tudo isso para mostrar que qualquer um pode provar qualquer teoria, desde que escolha as fontes necessárias. O cérebro ainda é um órgão vital. Quem precisa mantê-lo funcionando usa o capacete, quem não precisa dele não usa, pronto, simples assim. Não precisa fazer patrulha nem contra nem a favor, mas saiba que já existe projeto de Lei tramitando para obrigar o uso de capacete em bicicleta e até de placa e licenciamento!!!

Como este é um blog pessoal, preciso me posicionar: sou a favor do capacete, mas contra a obrigatoriedade porque é preciso ensinar e não invadir as liberdades pessoais. Quanto ao emplacamento é uma discussão mais complexa que vai depender muito mais de como os ciclistas se comportarão do que com a fiscalização e arrecadação com eventuais multas.

publicado por motite às 13:57
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Terça-feira, 14 de Julho de 2015

Por dentro do Curso SpeedMaster de Pilotagem

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Curso SpeedMaster® de Pilotagem, uma escola para a vida

Conheça um pouco mais sobre o curso SpeedMaster® de Pilotagem Preventiva, Módulo Máster, destinado a às motos a partir de 250cc (inclusive), que é ministrado mensalmente no Autódromo ECPA (Piracicaba – SP), a cerca de 140 km da capital.

Quem ministra o curso SpeedMaster® é Geraldo Tite Simões, 55 anos, motociclista desde 1972 e jornalista especializado em motos desde 1981, quando começou a fazer testes com todos os tipos de motos vendidas no Brasil. Ele correu de kart entre 1977 e 1979 e de moto de 1983 a 1999 em diversas modalidades e categorias dentro e fora do asfalto. Mas foi em 1999 que conquistou o título de vice-campeão brasileiro na categoria 125cc Especial, aos 40 anos. 

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Tite no Campeonato Brasileiro de Motovelocidade em 1999. 

“Certamente fiz mais de 1.000 testes de motos na vida, inclusive os exaustivos testes 24 Horas em autódromos”, revela Tite Simões, que foi editor das principais revistas de moto e carro do Brasil e conquistou cinco vezes o Prêmio Abraciclo de Jornalismo. Durante os quase 35 anos como jornalista ele se dedicou à segurança de motociclistas, publicando uma infinidade de artigos em revistas e sites. Hoje atua como freelancer e consultor de segurança viária.

“A grande mudança na minha carreira aconteceu em 1997, quando fui para os Estados Unidos participar do curso de pilotagem ministrado pelo tricampeão mundial Freddie Spencer. Lá eu percebi que algumas técnicas de pilotagem como contra-esterço, uso do freio traseiro em curva e uso das pernas faziam uma enorme diferença na pilotagem de qualquer tipo de moto, não só de competição”, completa.

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 Ao lado do norte-americano Freddie Spencer (à direita) no curso realizado em Las Vegas em 1997.

 Quando voltou ao Brasil Tite Simões montou a escola SpeedMaster® de Pilotagem, que foi a pioneira na implantação dessas técnicas até hoje ainda desconhecidas de muitos motociclistas. “Mais do que isso, percebi que estas técnicas se aplicavam perfeitamente para a pilotagem nas ruas e estradas, em qualquer categoria de motos, inclusive custom e scooters!”, esclarece o professor.

 O que faz uma enorme diferença entre a SpeedMaster® e outras escolas é justamente o fato de o instrutor principal ser efetivamente um professor, com formação acadêmica e que já fez parte do corpo docente da faculdade de jornalismo da Fundação Cásper Líbero. 

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Durante o curso, com a presença da imprensa. 

“Nem sempre um grande esportista se revela um grande professor – adverte Tite – senão os técnicos de futebol seriam todos ex-campeões mundiais! Na verdade o que realmente importa é conhecer profundamente a técnica e saber como ela funciona. Saber ensinar e passar o conteúdo é a base de uma boa escola. Quem confia em um professor que fala e escreve errado, copia o conteúdo de outras escolas ou que simplesmente responde ‘porque sim’ a tudo que lhe é perguntado?”.

Um dos grandes diferenciais da SpeedMaster® é o conteúdo 100% criado e desenvolvido pelo professor. “Claro que não inventei tudo, mas muitos dos exercícios e da teoria técnica fui eu mesmo que desenvolvi com base nos mais de 30 anos de estudo da motocicleta”, completa Tite. 

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 Aula prática no circuito ECPA em Piracicaba.

No conteúdo programático do curso SpeedMaster® são abordados os seguintes aspectos nas palavras do professor Tite:

Postura do corpo – “É incrível que ainda tem gente que pilota uma moto como se fosse um carro de duas rodas, sem se dar conta que as massas e a dinâmica são totalmente diferentes. Um carro pesa 1.300 kg e uma moto pesa 200 kg, por isso a forma como o piloto de moto se posiciona faz toda a diferença”.

Domínio em baixa velocidade – “Correr de moto é fácil, porque a Física se encarrega de estabilizar o veículo, difícil é dominar a moto em baixa velocidade!”.

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Exercícios na pista do ECPA. 

Frenagem – “Aqui o problema está nas teorias espalhadas pela Internet. Tem gente que só usa o freio traseiro com medo de capotar e outros que só usam o freio dianteiro com medo de travar a roda traseira. Sem falar no enorme contingente de motociclistas que não sabe como frear em curva! Tudo isso a gente explica e treina na pista que é o lugar certo de aprender”.

Curvas – “Também me impressiona a quantidade de motociclistas que corre a 300 km/h na reta, mas tem medo de fazer curva! Eles não sabem, mas motos são muito mais estáveis na curva do que na reta em alta velocidade e a causa disso é o desenho dos pneus. Aliás, explico bastante sobre pneus porque é um dos temas que mais se comete erros”.

Contra-esterço – “Essa técnica é tão antiga quanto a moto, mas é preciso treinar para entender como funciona e saber aplicar na hora certa”.

Cuidados na manutenção – “Alguns acidentes são causados por falta de manutenção correta. Os mais comuns são pneus e freios gastos além do limite”.

Equipamentos de segurança – “Hoje existem novos equipamentos que fazem muita diferença, mas é preciso explicar como e quando usar. Um bom exemplo é o base layer, ou segunda pele, que tem uma função muito importante na segurança do motociclista, mas muita gente despreza”.

Pilotagem na chuva – “Mais uma situação que causa muito medo, mas que é perfeitamente contornável com conhecimento e treino”.

Pilotagem em grupo – “Viajar em grupo exige atenção ao comportamento de todos à sua volta e existem regras simples para evitar acidentes e até brigas!”.

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 Curso realizado em Interlagos, SP.

Comportamento com garupa – “Quando se acrescenta massa no eixo traseiro a moto muda radicalmente de geometria e se torna instável. Basta entender o que muda e como alterar a pilotagem que ninguém se assusta”.

Escolha pelo Circuito ECPA, em Piracicaba, SP - "Escolhi essa pista homologada porque é segura, fácil de chegar e serve perfeitamente para realizar os exercícios. Já ministrei cursos em quase todos os autódromos do Brasil e decidimos pelo ECPA pelo conjunto de vantagens como restaurante próprio, sala com ar-condicionado, estrutura de ambulância e fica a apenas 10 minutos dos melhores hospitais da região". 

A duração do curso teórico e prático é de um dia, com início às 9:00 horas e encerramento às 18:00 horas. “No passado já fiz cursos com dois dias de duração, mas percebi que o número de acidentes aumentava exponencialmente, sobretudo no final do segundo dia, porque o motociclista já se sentia muito à vontade, aliado ao cansaço. Depois que passamos para um dia praticamente zerou o número de acidentes. Nos dez últimos cursos realizados tivemos apenas um acidente”.

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Curso realizado na Fazendo Capuava, Indaiatuba, SP.

O equipamento necessário para fazer o curso é formado por: capacete integral (fechado), luvas, casaco de couro ou sintético com proteções internas, calça de couro ou material sintético ou jeans com proteções internas, botas ou calçado resistente. “Se o aluno precisar algum equipamento nós fornecemos sem custo, exceto o capacete por questões de higiene”.

Para participar do curso SpeedMaster® o investimento é a partir de 1.420,00 para pagamento à vista, ou em seis parcelas (1+5) de R$ 250,00 nos cartões Máster ou Visa. Este valor inclui serviço de ambulância UTI, resgate, café da manhã, almoço e seguro de vida.

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Curso para motos custom em São Paulo, SP.

Podem participar motociclistas com qualquer tipo de moto a partir de 250cc de qualquer categoria. “Antes nós não atendíamos donos de motos custom e abaixo de 250cc por uma questão de segurança, já que elas não desenvolvem velocidade compatível com um autódromo. Mas desde 2013 as motos abaixo de 250cc e as custom podem participar do curso ABTRANS, que é realizado em São Paulo, no Shopping SP Market”. Este curso tem quatro horas de duração e o valor varia de 240 a 340 Reais.

Para mais informações: info@speedmaster.com.br

Tite Simões - (11) 5681-4518 / 9 9458-7351

www.speedmaster.com.br

www.abtrans.com.br 

publicado por motite às 18:50
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