Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012

Na velocidade do bom senso

 

Nossa legislação de trânsito é um verdadeiro desafio ao bom senso, sobretudo quando diz respeito à velocidade. A política dos gerenciadores de trânsito é resolver tudo pelos meios mais fáceis e, nesse aspecto, quanto menor for a velocidade dos veículos menores são as chances de uma lesão grave nas vítimas de acidentes.


De fato, a alta velocidade pode sim agravar as consequências de um acidente, mas a velocidade baixa demais também causa problemas. O ideal seria educar os autores do trânsito (motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas) a se acostumarem com as regras de bom comportamento e não nivelar todo mundo por baixo, como se todos os veículos fossem inseguros e todos os motoristas fossem mentalmente incapazes.


Hoje nós temos situações absurdas como uma estrada de quatro faixas, com piso perfeito, acostamento, bem sinalizada, mas com velocidade máxima permitida de 80 km/h. Ou ainda, avenidas com três faixas de rolamento, iluminadas, sinalizadas e bem asfaltadas com velocidade máxima de 60 km/h.


Estou certo que esses limites servem exclusivamente para retirar dos gerenciadores de trânsito a enorme carga de responsabilidade pelo número de vítimas de trânsito. É mais uma vez o sistema fascista prevalecendo sobre o educador. Em vez de educar, fiscalizar e punir severamente, o Estado prefere reduzir as velocidades. Mesmo que anualmente carros, motos e equipamentos de segurança estejam melhores e mais seguros.


Imagine a tortura que é viajar a 80 km/h em uma estrada a bordo de um carro moderno, equipado com pneus novos e largos, sistemas eletrônicos de tração e frenagem, motores potentes e econômicos! Ou em uma moto com motor potente, freios ABS e segura, que a essa velocidade está praticamente na marcha-lenta. Quem determina a velocidade tão baixa para uma estrada deve imaginar que a maioria dos veículos é velha, mal conservada e caindo aos pedaços, conduzidos por motoristas incompetentes, desleixados e inábeis.


E pode piorar, porque já existem planos de reduzir ainda mais a velocidade nas estradas e ruas brasileiras.

No caso das motos temos um complicador a mais. Como a área do veículo é muito pequena em relação aos automóveis, as motos se tornam menos visíveis. Circular em baixa velocidade em vias de muito movimento é desaconselhável porque o motociclista pode ser facilmente atingido por trás. Nas rodovias é fundamental para a segurança que a moto trafegue na mesma velocidade ou um pouco a cima dos outros veículos.

 

Velocidade de cruzeiro e autonomia

Não existe a velocidade ideal para viajar de moto, porque depende de fatores como condição da estrada, potência da moto, visibilidade etc. Nas estradas com limite de velocidade alto, entre 100 e 120 km/h, uma moto pequena de 125cc ou mesmo um scooter terá dificuldade para manter-se nesta velocidade porque é quase o limite máximo do desempenho.


No Brasil não existem restrições quanto ao tamanho das motos na estrada. Eu diria que motos a partir de 250 cc ficam mais à vontade, mas nosso país é enorme, e o motociclista que hoje tem uma 100/150cc precisa pegar a estrada até para trabalhar ou estudar. Motos pequenas são mais lentas e pouco visíveis por isso precisam ocupar um espaço na estrada de forma a se tornarem visíveis por carros e caminhões.


A autonomia das motos varia muito. Para saber basta multiplicar a dezena referente ao consumo pela quantidade de litros do tanque. Por exemplo, se sua moto consome cerca de 18 km/litro e o tanque tem 15 litros, basta calcular 18 x 15 – 10% de margem de segurança. O que daria 243 km. O ideal é abastecer antes de acender a luz de reserva (ou acionar a posição reserva da torneira de gasolina). Saber as distâncias entre os abastecimento ajuda muito nas viagens para evitar surpresas como descobrir que tem três litros de gasolina no tanque e o próximo posto está a 100 km de distância!


O mais importante na estrada é entender e respeitar os limites de velocidade não só determinados pela lei, mas principalmente pelo bom senso. Motos com quase 200 cavalos de potência e que passam de 280 km/h são projetadas de forma a quase não passar a sensação de velocidade ao piloto. É comum se surpreender rodando a 150 ou 160 km/h sem perceber porque a esta velocidade a moto ainda tem muito acelerador e potência para desfrutar.


Mas o motociclista precisa entender que velocidade é um dado absoluto, não existem interpretações nem subjetividade. Rodar a 250 km/h na estrada significa percorrer quase 70 metros por segundo. A esta velocidade a frenagem é crítica e a capacidade de mudar de trajetória também. Qualquer susto a partir de 200 km/h coloca o motociclista em uma crise de pânico que pode terminar em um violento acidente. Mais do que isso, quem está de fora, ou seja, os outros motoristas e pedestres não fazem a menor idéia do que significa um veículo se aproximando a mais de 50 metros por segundo. É pensando nestes agentes externos que o motociclista deve usar de todo bom senso na hora de pilotar na estrada.


Ninguém pode ser responsabilizado pelo prazer na velocidade dos outros!   

publicado por motite às 16:45
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