De tempos em tempos a internet produz mentiras que em pouco tempo adquirem contornos de verdade, tanto pela falta de informação geral quanto pela preguiça do leitor em pesquisar o assunto. E é admirável a criatividade para achar mentiras que tenham caráter “científico” sempre apoiadas por entidades que nunca ouviu falar ou per especialistas em p*** nenhuma.
Quando são apenas engraçadinhas, como a loira do banheiro ou do sujeito que “acordou” sem rins dentro de uma banheira cheia de gelo, a gente dá risada e apaga. Mas quando coloca sua vida em risco, ou são carregadas de preconceito (racismo, homofobia, xenofobismo) aí eu deleto, mas antes faço questão de dar o devido esporro ao remetente.
Agora chega mais um, sobre o significado da faixa branca pintada no asfalto, próxima aos semáforos. Antes de comentar leia o texto abaixo, que recebi de um (veja você) jornalista especializado. (Tomei a liberdade de editar porque é mal escrito pra KCT)
Pare de tomar multa no semáforo
Como diria o comentarista esportivo: “a regra é clara”. No verde o cruzamento está liberado, no amarelo requer atenção (e pode-se seguir adiante **com atenção!**) e no vermelho devemos parar. Porém ainda fica aquela dúvida. Está no amarelo e será que dá tempo de passar? Freio e levo uma buzinada, ou pior, uma pancada na traseira ou acelero e tento passar sem ganhar uma (ou mais uma) multa? Que dúvida cruel…
É incrível a quantidade de motoristas que levam multas diariamente, simplesmente pelo fato de desconhecerem algumas informações básicas contidas nos semáforos. E fica parecendo loteria. Vou ou não vou? Aiii… Vai dar… Vixe! Tomei uma multa!
Na foto acima pode-se observar um caso típico de sinal que acabou de ser aberto e os carros saindo. Porém, se observar melhor, verá que desde a faixa de pedestre há uma faixa contínua de alguns metros no sentido da via bem no meio das duas filas de carros. Alguém já notou isso?
Esta faixa tem uma importância muito grande, pois é ela que determina o tempo exato de você ser multado ou não ao passar no amarelo em um semáforo.
Em outras palavras, se você esta chegando no semáforo e o sinal fica amarelo, mas você já “adentrou” na extensão desta faixa e esta no limite de velocidade permitido para a via, você conseguirá fazer o cruzamento sem ser multado, pois dará tempo tranquilamente.
Por outro lado, se você esta chegando no cruzamento e o sinal ficou amarelo e você ainda não chegou até esta faixa contínua, você deve frear, pois fatalmente não conseguirá atravessar e ficará vermelho antes de você realizar este procedimento.
Caso não tenha percebido, passe a olhar para esta faixa sempre que chegar em um semáforo e vai notar que elas tem comprimentos diferentes, pois leva em consideração a velocidade permitida para a via e o tempo de sinal amarelo daquele semáforo. Enfim, é um cálculo médio de um tempo precioso que te salva te “herdar” uma multa e alguns pontos
Um detalhe: dentro do Código de Trânsito Brasileiro não há informações sobre este assunto, porém as empresas responsáveis pelas faixas e construções de via, utilizam deste cálculo para construir esta faixa comentada acima e também é passado para os alunos dos cursos de formação de condutores.
Bom, esse texto é de uma IMBECILIDADE ímpar porque induz os motoristas a avançar o farol amarelo, quando é absolutamente recomendado que o motorista uso o período da luz amarela para se preparar para a frenagem. Ou seja, ó anta, antes de meter o pé no freio como um louco desvairado, olhe primeiro no retrovisor e veja bem se tiver outra anta colada no seu pára-choque continue e não freie (é uma escola muito educada de trânsito).
E o texto além de MENTIROSO é burro, porque no CTB que ele mesmo meciona tem sim, o VERDADEIRO significado daquela faixa branca pintada no asfalto. É esta: “FAIXA BRANCA CONTÍNUA - Quando traçada ao longo da pista de rolamento, divide faixas em fluxos de mesmo sentido. Indica que a mudança de faixa de tráfego de mesmo sentido) não é permitida. Podem ser também traçadas transversalmente na pista. Duas a duas, paralelamente, delimitam a área de travessia do pedestre”.
Em outras palavras: quando se aproximar de uma esquina e entrar no espaço da faixa branca contínua VOCÊ NÃO PODE MAIS MUDAR DE FAIXA!!! Porque neste momento está todo mundo olhando pra cima, praquela luz colorida e não está prestando atenção no idiota que decidiu mudar de faixa!
A rigor, quando tiver essas faixas pintadas no chão, NEM OS MOTOCICLISTAS PODEM MUDAR DE FAIXA, muito menos transitar por cima delas. Você sabia disso??? Se o agente de trânsito acordar com os cornos virados pode multar todo motociclista que transita no corredor quando tiver a faixa branca pintada.
Ah, se a via for de mão dupla essa faixa será AMARELA.
Se você receber esse hoax, faça um favor aos seus amigos: não o reenvie e mande esse texto de volta pra ele!
(Capa da revista Scientific American Brasil de dezembro, corre comprar!)
Amigo leitor, saiu. Corra até a banca de jornais mais perto e peça a revista Scientific American Brasil, uma conceituada publicação voltada ao mundo das ciências. A matéria de capa é sobre a Física aplica à pilotagem de moto. E adivinha quem escreveu??? Não foi nenhum daqueles "especialistas" do Orkut, mas sim, eu mesmo! Euzinho da silva.
Quase um ano se passou entre receber a ligação do editor da revista, Ulisses Capozzoli e a publicação do artigo. Boa parte do atraso se deveu à minha eterna mania de deixar tudo pra depois. Mas também porque pesquisei um monte antes de escrever alguma bobagem para a comunidade científica.
Alguns trechos desse artigo já foram publicados aqui e no Motonline, mas a matéria completinha só mesmo comprando a revista, porque não vou cometer o crime de publicar na Internet e ver todos fóruns e sites chupando e publicando. Dessa vez não, bebé!
O que mais me impressionou foi na página de editorial. Tem uma coluna com as fotos dos principais colaboradores da revista e minha faccia aparece ao lado de uns gringos cheios de PHD em um monte de matéria. Me senti uma minhoca no meio das cobras...
(Vamos pra estrada!!!)
Sábadão, sol, estrada, boa comida e muita mentira. É isso que promete o moto-passeio da Moto Garage neste dia 28. O destino é Guararema, interior de SP, pertinho que só, com o propósito de comer bem e muito (como sempre...) no restaurante especializado em frutos do mar.
A saída será de dois pontos: às 9:30 do endereço do Morumbi, e às 10:30 na rua Guilherme Dumont Villares, 839; ou da loja Itaim, na rua Clodomiro Amazonas, 439. Eu estarei lá panfletando, atormentando e causando confusão no endereço do Itaim.
Quem for no passeio não esqueça que a rodovia é pedagiada para motos também! Prepare as moedinhas.
Fiquem tranqüilos, prometo não fazer palestra dessa vez... Pra mais informações entre no site da Moto-Garage: www.mgarage.com.br .
Ah, e uma dica esperta: quem me conhece sabe que não sou de fazer propaganda, mas a moto Garage mandou uma mala direta com ofertas especiais de natal. Dentre as ofertas tem (ou tinha) uma bota Suomy por um preço realmente interessante. Sei disso porque acabei de pesquisar preços e pãtz... tá barato pra caramba!
Para encerrar a sessão Jabá, o natal está chegando e você aí do outro lado do monitor fica pensando: “o que vou dar de presente praquele(a) mala que tirei no amigo secreto?”. A resposta é simples: “O Mundo É Uma Roda”, meu livro que é um verdadeiro soco no estômago de quem não gosta de moto. Além de mostrar o lado divertido das motos, você se vinga do mala que te deu um par de meias no ano passado! Custa apenas R$ 30,00 (plus frete) e pode ser encontrado na Internet pelos sites WWW.linhamoto.com.br; WWW.rockriders.com.br, WWW.livrariacultura.com.br ou na Moto Garage.
(Fala se não tem jeito de fada??? Essa é a capa do disco da Juliana Kehl)
Beethoven e Schubert deixaram um enorme ponto de interrogação pra humanidade desvendar: e se tivessem terminado as suas sinfonias inacabadas? Seriam elas tão intrigantes quanto hoje? Ou ambas se tornariam mais duas sinfonias nas partituras do mundo? Nunca vamos saber, afinal elas não foram terminadas.
Eu, que sou um gênio quase do mesmo calibre desses dois, também tenho a minha obra inacabada. Sem falar nas incomeçadas e nas nonatas, que morreram antes de nascer. Em 1994 meu amigo ilustrador Alberto Naddeo virou pra mim e lascou:
- Geraldito, você precisa escrever um romance para público juvenil, isso está bombando e as editoras estão vendendo pra %$#@*&¨
Dadas as dimensões do Naddeo, a quem eu chamo respeitosamente de Urso, achei melhor acatar o pedido dele, mas como bom preguiçoso que sou, fui deixando pra amanhã... Até que um dia, durante o banho, recebi uma inspiração de algum lugar do mundo astral e decidi escrever o romance.
Sentei na frente do meu velho IBM AT 386 e escrevi algo perto de 200 páginas de texto. É, eu sou assim mesmo, sofro de compulsão verborrágica e quando começo a escrever só paro com uma martelada na testa ou por fome.
Muitos anos antes meu irmão, outro escritor compulsivo, me presenteou com um livro chamado “Como Escrever um Romance de Sucesso” de um americano autor de vários Best Sellers. Li o livro e minha vida não mudou nada, até ter o insight no chuveiro!
Esse manual mostrava o que é óbvio para qualquer escritor com mais de uma dezena de neurônios, ou seja:
- Todo romance precisa ter mocinha e mocinho que tentam se pegar durante 300 das 312 páginas sem conseguir
- Precisa ter maniqueísmo, senão o leitor não fica com vontade de ler até o final pra saber se o bem triunfará sobre o mal.
- Melhor se o mocinho (ou mocinha) tiver alguma capacidade sobrenatural (dá-lhe Paulo Coelho)
- O mocinho (ou mocinha) precisa ter habilidades artísticas como cantar (sem jamais ter cursado uma escola de música), tocar algum instrumento, lutar jiu jitsu, ter conhecimento sobre todos os mistérios da humanidade, ser excelente em algum esporte, além, claro de bonito e cheio de charme.
- A história precisa ter lances policiais, suspense, pelo menos um crime e passagens em cidades do outros países.
Bom, o livro ensina a compor personagens convincentes e a criar histórias verossímeis, embora a série dos jovens vampiros seja a maior inverossimilhança que já vi depois de Harry Potter.
A partir desse manual, mais a inspiração súbita comecei a desenvolver a história. Compor o personagem masculino foi fácil, porque foi só lembrar dos meus amigos da adolescência e rapidamente nasceu o Beto, motociclista, claro, todo espiritualizado, cheio de habilidades.
Na hora de compor o par romântico fui buscar na memória uma aluna da escola das minhas filhas. Ela era (ainda é) tão bonita e perfeita que nós a chamávamos de Barbie, porque parecia mesmo uma boneca. Durante uma das festas da escola, essa adolescente apareceu vestida de branco, com um ramo de flores no cabelo e essa imagem caiu perfeitamente para a minha heroína do romance.
Essa jovem, da escola Waldorf, tinha (e ainda tem) uma habilidade artística muito forte: ela cantava (e canta) muito bem, por isso era solista do coro da escola e foi parar até no Carnegie Hall, em Nova York. Além disso, os traços físicos remetiam a uma entidade sobrenatural: olhos amendoados de uma cor vibrante, cabelos loiros e longos, nariz delicado, parecia mesmo uma fada.
Fada! Pronto! Estava criada minha personagem, uma menina linda, pura, que canta. Como a história começava na Ilha Grande (RJ) eu fiz essa personagem ser uma Ondina, as fadas que vivem nas cachoeiras e cantam de forma tão cristalina que atraem os homens como as sereias. Ondina é um dos seres elementais que tanto Rudolf Steiner citava em suas obras. E essa jovem era estudante da escola Rudolf Steiner. Ou seja, as peças estavam se encaixando tão facilmente que o livro foi saindo muito naturalmente. Para dar um toque mais romântico, ainda incluí algumas poesias, em forma de canção, que eu mesmo compus num dos surtos criativos.
O livro foi se desenvolvendo com os elementos necessários para uma história destinada ao público juvenil, com todas as doses de suspense, mistério, romance etc. Tive o cuidado de terminar cada capítulo com um suspense para induzir o leitor a continuar a ler sem parar.
Mas um dia quem parou fui eu. Quando já tinha praticamente ¾ do livro pronto bateu uma insegurança crônica: será que está ficando bom? Decidi mostrar para algumas pessoas que aprovaram e incentivaram a terminar. Só que a insegurança continuava a ponto de eu abandonar esse romance e mergulhar de cabeça no O Mundo É Uma Roda, lançado em 2006 depois de apenas três meses de edição. E desisti de vez do meu romance...
(Ondinas existem... olha uma aí)
Até que na semana passada levei um choque. Raramente eu compro a Veja, mas passei na banca e tive um impulso de comprar a revista. Na seção de discos dei de cara com a foto de uma cantora, loira, de olhos amendoados chamada Juliana Kehl. É a minha Ondina! É ela mesma, em carne, osso e de verdade! É cantora, compositora, lançou um disco e pode ser vista em vários filmes do Youtube. Pra quem tem Orkut pode também procurar o perfil dela e ver as fotos. E se prepare para uma descoberta: ela é uma Ondina de verdade porque vive nas cachoeiras!!!
Platão dizia que os astros conspiram a favor da criação, claro que Platão estava pensando em uma BOA criação. Diante desse choque decidi resgatar o romance e terminá-lo. Veio o segundo choque, dessa vez de tecnologia. Alguém se lembra dos velhos flop-disks? Pois eu descobri que eles são péssimos para armazenar arquivos por mais de 10 anos. Não consegui abrir nenhum disco e meu romance desapareceu na película embolorada dos discos. Ainda resta uma esperança de alguém ter a versão impressa, porque eu mandei para avaliarem. Mas quem, além de mim, guarda um texto impresso por mais de 10 anos?
Outra saída seria escrever tuuuuuuuuuuuuuudo de novo, mas cadê a paciência? Assim, mais uma obra inacabada entra para a história como nem acabada, nem começada!
(Esse livro ajuda!)
Zanzando pela Livraria Cultura perdi a conta dos livros lançados nos últimos anos com a pretensão de ensinar alguma coisa. O mais impressionante, partindo da lógica que só lançam livros porque tem quem os leia, é que as pessoas não sabem mais fazer nada! Pela quantidade de livros ensinando a cuidar de filhos é notável que a humanidade continue se desenvolvendo! Quem tiver filhos e não ler um livro desses é capaz de criar um monstrinho. E amar? Nossa, nem pense em sair namorando sem ler um livro que ensine a beijar, localizar as zonas erógenas, proporcionar orgasmos olímpicos e, claro tudo isso sem perder a fidelidade. O mais intrigante é que se as pessoas não sabem mais nada sobre sexo, como lançam tantos livros sobre criação de filhos? Os humanos se reproduzem por esporos?
O livro de economia mais vendido atualmente não ensina a entender sobre debêntures, nem explica como o mercado de ações influencia na sua vida ou ainda a reação mundial diante do enfraquecimento do dólar. Nada disso, o livro mais vendido ensina como casais podem enriquecer juntos. Claro que o autor parte do princípio que o casal é formado por pessoas providas de bom senso, o que é tão raro em um casal quanto achar uma mulher que queira engordar.
A quantidade de livros para regime também nos induz a acreditar que, sem as gráficas, hoje viveríamos em um mundo de obesos. Desde a época dos dinossauros sabe-se que a única forma de não engordar é comer menos e se mexer mais. Qualquer variação sobre esse tema é encheção de lingüiça (light). Mas se a mocinha pira o cabeçote e entra em cetose até quase morrer de anorexia, não tem problema, porque basta correr à livraria mais próxima e comprar um livro de auto-ajuda para problemas de disformias em geral. Tem livro pra quem se acha muito magro, muito fraco, muito careca etc. Sim, porque os livros induzem todo mundo a ser lindo, rico, famoso e sexy, mas quem não conseguir isso tudo e entrar em depressão profunda, também encontra livros biográficos com histórias de pessoas que sobreviveram ao fundo do poço.
No meu tempo tudo era mais intuitivo. As mães ensinavam os filhos da forma como aprenderam com as mães delas. As pessoas andavam mais, se mexiam mais e engordavam menos. Fazia-se sexo por prazer e não para ganhar medalha de masterfucker. Só atletas exibiam abdome de tanquinho e isso não causava depressão nem expulsão da praia.
(como pude viver todos esses anos sem saber como fazer sexo na floresta?)
Ah, e se você não tem paciência para ler um livro, não tema ficar gordo(a), nem broxa, nem pobre, basta contratar os novos personals anything. Tem personal de tudo: pra ficar forte, pra se vestir, pra arrumar seu armário, pra levar sua esposa às compras, tudo é personal. Motorista virou personal driver, costureiro virou personal stylist, faxineira se chama personal cleaner e assim por diante. E se o marido decide voltar de viagem um dia antes do previsto e flagra a mulher com o Ricardão, ela pode argumentar:
- Ricardão, não, bem, esse aqui é meu personal fucker!
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Depois de escrever esse texto descobri que já tinha produzido algo parecido, então meu déja-vu está nesse link:
(Não, meu filho, isso não é o site, é só um print screen!)
Isso mesmo, em recente visita a um novo-velho amigo na sede da Honda,
Se você entrar no site da Honda (www.honda.com.br), clicar em “motos” e depois clicar em “pós-venda” vai levar um susto. E dos bons! O pessoal do pós-venda acrescentou um monte de filmes, dicas, informações tanto sobre mecânica quanto sobre segurança. E não tem aquele ranço catequizador de sites corporativos querendo provar que os produtos deles são ótimos e os da concorrência um lixo. Nada disso, a informação está lá, pura e seca. Por exemplo: você conhece um serviço chamado “serviço expresso”? Pois eu não conhecia e achei genial: uma série de pequenas intervenções mecânicas na moto que podem ser feitas em um quiosque separado na concessionária em questão de minutos, sem burocracia, sem fila de espera e o sujeito só chega, é atendido, paga e tchau! Claro que ninguém vai trocar o rolamento do virabrequim nesse quiosque, mas lâmpadas, óleo, pastilha e regulagens podem rolar ali na hora. Chega de ficar gastando bunda em sala de espera, lendo Caras do mês passado!
Outra: aquelas velhas polêmicas que assolam todas as comunidades do Orkut “quando trocar o óleo da minha moto”, “posso lavar com querosene, thynner e gasolina?”, “que óleo usar?” etc estão todas respondidas. E tem mais: em breve serão colocados
Olha, eu não sou de puxar muita brasa pra sardinha de fabricante, mas fiquei besta (mais) depois de ver todo o projeto de renovação do site da Honda, que deverá entrar no ar em 2010. Alguns filmes eu já dei a devida chupada na cara dura para usar nas minhas futuras aulas e palestras. Bem como imagens e fotos (com a devida autorização, porque sou besta, mas não sou doido!). Dá uma navegada por lá e pára de acreditar nessas mentiras divulgadas no Orkut porque de cruz da CG e pneu Pirelli demoníaco já estamos saturados!
(Esse umbigo todo mundo quer cuidar...)
Às vezes, quando vejo a forma como algumas pessoas dirigem fico pensando “como a humanidade conseguiu chegar até aqui?”. Nós sobrevivemos a várias hecatombes, guerras, genocídios, aos Trapalhões e chegamos ao século 21. Como isso foi possível?
Não sou historiador, nem cientista político, muito menos antropólogo, mas sou “transitólogo” um observador do trânsito e da sociedade que gira em torno e dentro do trânsito. E não consigo imaginar como chegamos aos dias de hoje nos comportando da forma como se faz no trânsito: cada um cuidando do próprio umbigo.
Não acredito que as primeiras organizações sociais na época do homem de cro-magnon sobreviveriam se eles não obedecessem alguma ordem. Não teríamos alcançado a fase do homem moderno se nossos vovôs vivessem isoladamente, cada um cuidando dos próprios piolhos.
O sociólogos a antropólogos dos anos 50 apostavam que a humanidade chegaria ao século 21 de forma muito mais organizada, partindo sobretudo de uma visão até romanceada do avanço da comunicação. E olha que eles nem conheciam a Internet! Os meios de comunicação daquela época, principalmente rádio e TV eram cotados como os maiores inventos no sentido de transformar o mundo em uma imensa aldeia global (Marshal McLuhan). Segundo McLuhan, se um pintor de parede na Sicília assobiava a nona sinfonia de Beethoven isso só era possível graças à globalização do mundo obtida graças aos meios de comunicação. E ele morreu sem conhecer o MSN, Orkut, facebook, Youtube e myspace...
E por que não chegamos na evolução? Por que não atingimos a sociedade asséptica e totalitária imaginada por George Orwell no clássico romance 1984 (escrito em 1949)? Do trabalho visionário de Orwell temos efetivamente a implantação do Grande Irmão (Big Brother), a total ingerência do Estado na vida das pessoas por meio de métodos eletrônicos de fiscalização. As câmeras que flagram se você pagou o IPVA em dia, o projeto de implantar chip transmissor nos carros para controlar a velocidade (y otras cositas más) de cada motorista são a concretização do 1984 imaginado por Orwell.
E o que essa papagaida toda tem a ver com o trânsito que mencionei lá em cima? De um lado temos as teorias da evolução do homem-social que deveria viver harmonicamente em sociedade. Do outro temos as teorias sobre o Estado oligárquico que deve ingerir e cuidar dos cidadãos como um grande pai (sim, porque irmão não cuida direito). Mesmo assim o desgraçado continua cortando caminho por dentro de um posto de gasolina só para não ficar 30 segundos parado no semáforo. Isso porque entra em cena outro conceito antigo, de cinco séculos antes de Cristo, quando Protágoras lascou “O Homem é a medida de todas as coisas”. Algo assim como se tudo de bom ou ruim no mundo fosse obra do Homem. Como carros, semáforos e marronzinhos são criação do Homem, o trânsito só é essa baderna irremediável porque o que circula são máquinas, mas conduzidas por pessoas.
Toda teoria científica sobre evolução do homem e da sociedade pode ser jogadas na lata do lixo porque evolução traz intrínseco o conceito de melhoria. E quem disse que as pessoas estão melhorando? Poderia gastar quilômetros de texto para conceituar o que é “ser melhor”, mas isso torrar-lhe-ia a paciência e ninguém chegaria ao segundo parágrafo (e meus leitores preferem o Tite versão comédia). Porque todas as teorias científicas não levam em consideração o nivelamento por baixo do Homem. E quando McLuhan imaginava que os meios de comunicação serviriam para criar uma humanidade melhor só esqueceu de levar em conta o conteúdo que esse meio traria ao público. Não consigo imaginar um programa como Pânico ser algo capaz de melhorar um cidadão. Ou como o pretenso humor-chic do sem graça CQC pode construir um mundo melhor. Como acreditar na evolução de uma sociedade diante de um apresentador de TV com gigantesca audiência que chama personalidades efêmeras sem um grama de cérebro aproveitável de “nossos heróis”? Herói de quem, cara pálida? Pobre McLuhan...
É, a ingenuidade científica dos anos 50/60 não foi capaz de prever o umbigocentrismo, conceito cada vez mais difundido pelo qual cada um cuida de si e danem-se os outros. Não confundir com Antropocentrismo, que é outra coisa. Estou falando de umbigo mesmo, aquele buraco na barriga cheio de flunflas. O umbigocentrismo define programação de TV com o propósito de ser algo vendável aos patrocinadores. É o umbigocentrismo que cria monstros como Galvão Bueno que se colocam muito acima do fato. Graças ao umbigocentrismo temos tantas ex-modelos apresentando programas de TV ou, pior: pessoas de caráter rasteiro apresentando programa infantil. É assim que teremos uma sociedade melhor? A categoria política adota o umbigocentrismo para trabalhar cada vez menos e ganhar cada vez mais. Porque precisam manter limpos e perfumados os próprios umbigos, danem-se os outros.
Quando a NSK rolamentos me pediu para fazer uma palestra sobre segurança no trânsito passei dias analisando o público para criar algo que fosse direcionado ao público deles e não algo pronto sem identidade. Na primeira tela aparecia um filme bem conhecido do Youtube com o texto “O trânsito nada mais é do que um conjunto de regras para permitir a organização social. E como tal exige atitudes como educação, respeito ao próximo e amor à vida”.
Olhe à sua volta, não agora, mas quando estiver no meio do trânsito e responda sinceramente: você vê educação, respeito ao próximo e amor à vida? O que vemos é a prática do umbigocentrismo. Se existe o Grande Irmão, serve apenas para fiscalizar se ninguém está lesando o Estado, porque o Estado também cuida muito bem do seu umbigo. Mas na hora de saber quem respeita e quem desobedece a vida em sociedade essas câmeras estão sempre sem foco. Se você sair de carro com o IPVA atrasado as câmeras te pegarão, mas se na mesma rua, sob a mesma lente, você estiver falando no celular, pode ficar sossegado porque isso não é da conta do umbigo estatal.
(Galinha velha?)
A temporada 2009 da MotoGP começou muito equilibrada, como sempre. A prova de abertura, no Qatar, mostrou quem tinha as melhores cartas. O levíssimo Casey Stoner (51 kg) colocou sua Ducati na primeira posição, seguido das Yamaha de Rossi e Lorenzo. Desde os treinos pré-temporada já se sabia que estes três seriam os sérios candidatos a título e vitórias. Correndo por fora outro pequeno, o espanhol Dani Pedrosa (1,60m) que está devendo uma temporada brilhante na Honda desde a sua estreia na MotoGP em 2006.
Foi na segunda etapa, no Japão, que Lorenzo colocou as manguinhas de fora. Após vencer, com o campeão Rossi a 1,3 segundo, o espanhol passou a liderar o mundial com um ponto de vantagem sobre Rossi e deu a polêmica entrevista, afirmando que a Yamaha teria arriscado demais colocando um galo novo dentro do galinheiro. Rossi foi mais político e afirmou que ter um companheiro como Lorenzo era “um estímulo a buscar cada vez um limite mais alto, um bom desafio”. Nada como ter uma língua domesticada.
Que Jorge Lorenzo é rápido, ninguém duvida afinal ele foi bi-campeão na 250cc, somando 17 vitórias na categoria. Vê-lo pilotar assusta, porque está quase o tempo todo no fio da navalha, no limite máximo da moto, dos freios e dos pneus. E quem vive perto demais do abismo uma hora cai. Seu histórico de quedas em 2009 começou justamente na prova caseira, o GP da Espanha, deixando a vitória e os 25 pontos adicionais para o Rossi.
O equilíbrio não demorou muito. O tumultuado GP da França, com pista ora molhada, ora seca, foi daquelas provas para assistir em pé. Rossi caiu, voltou, mas não pontuou. Lorenzo venceu, empatou a classificação e o italiano Marco Melandri deu à equipe não oficial Kawasaki a segunda posição, melhor resultado da temporada. Foi a festa, porque no final de 2008 a Kawasaki anunciou sua retirada do mundial, mas permitiu que uma equipe particular, apoiada pela fábrica, mantivesse a estrutura. Melandri – que nas horas de folga é DJ, e dos bons – fez várias provas espetaculares e provou que a saída da Kawasaki foi precipitada.
E veio o GP da Espanha...
Era a 24ª e penúltima volta do GP da Catalunya, Espanha, sexta etapa do Mundial de motoGP. Desde a primeira volta os dois pilotos da equipe Yamaha, o italiano Valentino Rossi e espanhol Jorge Lorenzo trocavam de posição ferozmente em um duelo fratricida, que poderia acabar com os dois fora da prova, dando a vitória ao australiano Casey Stoner, da Ducati. Se a corrida terminasse com estes três pilotos nas três primeiras posições a tabela do mundial de MotoGP ficaria empatada em 106 pontos.
(Lorenzo, o galo novo...)
O circuito catalão tem 4.655 metros, 16 curvas e uma longa reta. A última curva, que antecede a reta de chegada é rápida e ninguém imaginaria uma ultrapassagem naquele ponto. Quer dizer, quase ninguém!
Quando Lorenzo entrou na chicane New Holland em primeiro lugar o público já festejava a vitória do piloto local. Mas aí veio o golpe que já vitimou outros astros do motociclismo mundial, como Sete Gibernau e Casey Stoner: Rossi achou um ponto de ultrapassagem inimaginável e passou por Lorenzo para receber a bandeirada em primeiro lugar com ridículos 0,095 segundo de vantagem. Com Stoner em terceiro o mundial apresentou os três pilotos empatados.
(Stoner, doente ou oportunista?)
O campeonato seguiu disputado a cada a etapa, até que duas quedas seguidas de Lorenzo (Inglaterra e República Checa), deixaram Rossi com 50 pontos de vantagem e a sensação de colocar mais um título no bolso. Nesta altura do campeonato uma surpresa: o australiano Casey Stoner já dava sinais de algum problema físico ou emocional porque seus resultados foram piorando. Alguns acenavam como uma possível “síndrome de Rossi”. Essa “doença” ataca pilotos que de alguma forma sofreram ultrapassagens cinematográficas do campeão Rossi e que caíram em depressão. Mas não foi o caso. Afastado por três etapas para tratar uma desconhecida virose, o problema de Stoner foi diagnosticado como falta de potássio. Fosse ele chegado às festas populares, saberia que a receita para aguentar quatro dias de carnaval em Salvador sem ter câimbras inclui uma dieta à base de banana e água de coco, ricos em potássio!
Quando tudo caminhava para um final de temporada sossegado para Rossi embolsar o sétimo título mundial da categoria veio a corrida de Indianápolis. E o inesperado aconteceu: Rossi caiu, deixando o caminho livre para uma vitória do rival, Jorge Lorenzo. O primeiro a admitir a “burrada” foi Valentino que apareceu na etapa seguinte, em San Marino, com o burro do desenho Shrek pintado no capacete. Venceu a corrida no principado e levou a ironia ao pódio, quando apareceu com um enorme par de orelhas de burro preso à cabeça. Em suma, consertou a burrada e ainda capitalizou em cima do erro, em uma genial demonstração de marketing pessoal.
O GP de Portugal marcou a volta de Casey Stoner ao posto de primeiro piloto da Ducati. Refeito da suposta doença, Stoner terminou em segundo atrás de Lorenzo e à frente de Pedrosa. Rossi, muito mais tranquilo e pensando no campeonato, terminou em quarto e manteve viva a esperança de engolir o galo novo.
Não deu outra. A etapa da Austrália colocou ordem no galinheiro. Stoner voltou a vencer e mostrou ao mundo como potássio é importante na corrente sanguínea. Rossi terminou em segundo e praticamente botou as duas mãos na taça e Lorenzo, bem, o espanhol mais uma vez comprou um terreno logo na primeira volta do GP da Austrália. Na penúltima prova, na Malásia, Rossi fechou a fatura, colocou mais um título na prateleira e o “adoecido” Stoner venceu a segunda consecutiva. Na última etapa, em Valência, diante do público espanhol, finalmente Dani Pedrosa conseguiu uma vitória que o colocou em terceiro na tabela final do campeonato. Tudo bem que teve uma ajuda importante da Ducati. Sim, a Ducati do Stoner, que fez a pole position e rumava para a terceira vitória consecutiva, mas os pneus não se aqueceram o suficiente na volta e Stoner caiu antes mesmo de largar. Frustração total, mas essa prova serviu para marcar a estreia do americano Bem Spies, campeão mundial da Superbike. Olho nele em 2010!
(Stoner e Livio Suppo, troca de acusações...)
Ainda sobre a misteriosa doença de Casey Stoner, houve também uma suspeita perigosa, a de que o piloto teria feito uma espécie de greve. Ao saber que a Ducati fez um convite informal para Lorenzo correr na equipe em 2010 por oito milhões de Euros, Stoner estrebuchou, afinal ele praticamente domesticou a Ducati e recebeu modestos 1,5 milhão de Euros em 2009. De repente o australiano adoece, fica três provas em casa e, como se viu, ninguém o substituiu à altura. O capo geral da equipe Ducati, Livio Suppo, acusava-o de ficar horas sem comer e se alimentar à base de junkie food, o que é uma heresia para qualquer italiano. Até que o pequeno comedor de hambúrguer reaparece e arranca duas vitórias consecutivas. Recuperou-se rápido, não? Coincidentemente, ao final da temporada, Livio Suppo anunciou sua transferência para a Yamaha. Especulações à parte nem Lorenzo foi para a Ducati e nem Stoner estava tão fraco assim...
(Ninguém duvida de Doviziozzo)
Na categoria 250cc o surpreendente japonês Hiroshi Aoyama deu o título para a Honda, com uma moto privada de 2007, lutando contra o cabeludo Marco Simoncelli (Gilera). Na 125cc, o veterano ex-campeão mundial Jorge “Aspar” Martinez viu o resultado de um longo trabalho de formação de pilotos dar resultado. Aspar criou um campeonato na Espanha para revelar novos talentos e seus dois pilotos terminaram o mundial de 2009 com os primeiros lugares, com o não tão jovem espanhol Julian Simon (22 anos) em primeiro e o inglês Bradley Smith em segundo. Simon foi o responsável pela grande salamada da categoria em 2009. No GP da Catalunya ele estava liderando e quando entrava na última volta confundiu a placa de tempo com a bandeira quadriculada e tirou a mão achando que tinha vencido a corrida. Mas ainda faltava uma volta... Mesmo assim terminou em quarto lugar.
(A gente entende um pouco dessa coisa.)
Amigos leitores não percam nesta quinta-feira, dia 12, às 22:00 horas, no canal SporTV, o programa Linha de Chegada, do Reginaldo Leme. Será um especial sobre o Mundial de MotoGP, com a participação dos comentaristas Fausto Macieira, Lito Cavalcante, Claudio Carsughi e eu!!! Sim, eu mesmo! Finalmente a Globo me descobriu e nem precisei pagar o mico de aparecer no Big Brother.
Não percam, e numa versão 2.0 com bigode (pra ficar parecido com a minha avó).
(Até na publicidade incentivam o uso de película escura)
Amigo leitor, quero ser fora-da-lei. Quero falar no celular enquanto dirijo. Quero estuprar minha secretária gostosa dentro do carro em praça pública. Quero fazer um seqüestro relâmpago e ficar rodando com a vítima por vários caixas eletrônicos sem ninguém perceber. Quero também tirar meleca do nariz no trânsito e quero jogar meu carro em cima dos pedestres quando estiver passando no farol fechado.
Pra fazer tudo isso sem ser incomodado só preciso mandar colar a película escura com 5% de transparência nos vidros do meu carro. Pelo menos essa é a receita que os motoristas brasileiros estão usando largamente, desde que trouxeram esse produto pro mercado.
A película solar, conhecida popularmente como insulfime, nasceu para ser usada em construção civil, sobretudo nos países de clima quente, para refratar parte da luz do sol nas grandes áreas envidraçadas. Logo depois começou a ser usada em veículos com o mesmo propósito de reduzir a temperatura interna. Até que chegou no Brasil...
Ah, Brasil, esse país onde tudo é ao contrário! Aqui a película logo virou sinônimo de privacidade e segurança. Num país no qual a segurança pública é apenas um nome no papel para gerar burocracia, cada um cuida do próprio umbigo, mesmo que isso signifique detonar umbigos alheios. Nessa filosofia do “Deus criou a vida pra que cada um cuide da sua”, moradores fazem lombadas por conta própria, instalam guaritas na calçada impedindo a passagem de pedestre e abusam da película solar mais escura possível, mesmo que naquela coisa abstrata chamada Lei o mínimo permitido seja 75% de transparência.
Vejamos os argumentos a favor da película escura mais usados pelos defensores dessa praga:
1) Reduz a insolação e aumenta o conforto térmico. É a ÚNICA argumentação válida. Mesmo assim, o ar-condicionado serve justamente pra isso.
2) Aumenta a segurança, sobretudo de mulheres, porque o meliante não pode ver se o motorista é masculino ou feminino. Totalmente inválida, esfarrapada e comprovadamente falsa. Recentemente a Rede Globo flagrou uma cena típica paulistana: durante um engarrafamento quatro mulheres sofreram saques em um arrastão relâmpago. TODAS (100% da amostragem) estavam em carros com vidros “filmados”, que não impediram os trombadinhas de quebrarem os vidros e levarem as bolsas. Portanto, essa teoria é falaciosa, porque bandido é fora-da-lei, mas não é burro e ele olha através do pára-brisa, que não pode (ou não deveria) receber a tal película.
(quem está dentro não quer aparecer)
3) Aumenta a privacidade, quem está fora não vê quem está dentro do carro. Conversinha mole da pior espécie. A menos que sejamos uma população de loucos insanos, baba-ovos de celebridades essa teoria não pode ser levada a sério. Bom, numa cultura que celebra ex-Big Brother como “nossos heróis”, sou obrigado a concordar que é melhor ficar escondido. Mas espera aí: o sonho de toda baranga e lavador de carro não é virar celebridade? Então pra quê se esconder justamente quando alcança o objetivo? E para derrubar de vez essa teoria recorro à Rede Globo para comprovar que isso é uma grande bobagem. Naquele triste episódio no Rio de Janeiro no qual um policial atirou no carro errado e acertou uma criança, um alto-patente da poliça declarou que o policial se confundiu porque “o carro tinha insulfilme e não pôde ver os ocupantes”. Ok, nem todo mundo vai morrer baleado por causa da película, mas da mesma forma que um lado da poliça defende a película como “proteção”, outra parte já declarou que o filme dificulta a avaliação do policial, que não consegue identificar quem está dentro do carro. Inclusive os bandidos preferem roubar carros filmados por dificultar a identificação dos ocupantes. O mesmo motivo leva os bandidos a escolherem carros filmados para executar seqüestros relâmpagos, afinal podem passear à vontade com a arma apontada pra cabeça da vítima porque ninguém está vendo mesmo! Afinal: aonde está essa segurança defendida pelos usuários de película?
Para finalizar, associada à outra praga do trânsito, o telefone celular, a película permite que motoristas falem livremente, quando, onde e quanto quiser, enquanto dirigem porque nenhum agente fiscalizador será capaz de perceber, já que está tudo escuro mesmo.
Além de toda essa exposição de motivos, a redução da transparência, sobretudo à noite dificulta demais a visão de quem está dirigindo. Ainda mais com uma população de motoristas que confunde lanterna com farol baixo. Ninguém é capaz de provar cientificamente que a película não reduz a acuidade visual. É inimaginável aceitar que essa praga continue aumentando sem que nenhum administrador público perceba o real risco que representa.
Para piorar, as fábricas agora estão usando película escura nas fotos de promoção de seus carros! Peugeot e Renault só publicam fotos de publicidade com carros “filmados”. Recentemente no lançamento do VW Fox segunda geração, durante a festa de apresentação, eu cutuquei o meu amigo Bob Sharp e comentei “repare que todos os carros estão com película, é a fábrica incentivando o errado”. Seria o equivalente à Honda veicular anúncio na TV com os motociclistas todos sem capacete!
Quer saber do pior? Se você, amigo leitor motociclista, for parado em uma blitz policial usando um capacete com viseira escura, levarás uma multa de mais de R$ 500,00, acrescida da apreensão da carteira de motociclista/motorista. Acredita? E quem pode falar em Justiça num país deste???
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