(Multar é fácil, difícil é ensinar! Foto: André Duek/Facebook)
Chega de tratar os crimes de trânsito como se fossem menos grave
Um sujeito visivelmente apressado entra em um cinema, saca uma arma e disparar a esmo. Instala-se o tumulto, correria, gritaria e o saldo são algumas pessoas baleadas e outras mortas.
Do outro lado da cidade um sujeito visivelmente apressado, dentro de um automóvel, ignora os avisos visuais de PARE colocados em uma placa e pintado no asfalto e atinge outro carro na altura da porta. O motorista atingido bate violentamente a cabeça na coluna da porta, sofre traumatismo crânio encefálico, entra em choque, parada respiratória e morre.
Qual a diferença entre os dois crimes? Para a Justiça, o primeiro foi um crime chamado de doloso, quando há intenção de matar. Já no acidente de trânsito, será considerado culposo, quando não há a intenção de matar. Será? No meu ponto de vista de cidadão, ambos os crimes foram cometidos com a intenção de ferir alguém.
O automóvel existe em escala industrial há mais de 100 anos. É o veículo que faz parte da civilização moderna a ponto de ser objeto de desejo praticamente desde o nascimento.
As leis de trânsito também são seculares. Umas mais antigas que outras, mas é fato que não existe um motorista letrado que desconheça os sinais básicos de trânsito. Até porque a maioria é simplesmente uma palavra na língua nativa, como a referida placa de PARE. Se, teoricamente, os analfabetos não podem dirigir, supõe-se que uma placa com um aviso de apenas quatro letras seria totalmente compreensível por 100% das pessoas habilitadas.
Portanto, não deveria haver um juiz de direito neste país que desse a sentença de "culposo" para quem ignora todos os sinais de trânsito e causa um acidente fatal, que na verdade não deveria ser qualificado como "acidente", mas crime.
Quem ignora os sinais de trânsito intencionalmente sabe que pode provocar um acidente e que alguém pode se ferir gravemente e até morrer. Da mesma forma que disparar tiros dentro de um cinema. O mesmo serve para quem bebe e sai dirigindo sem noção de distância, equilíbrio, foco e precisão.
A legislação de trânsito brasileira vive uma crise de personalidade. Mostra-se severa com atitudes leves, mas condescendente com as ações realmente graves. Não dá mais para tolerar o avanço de um sinal fechado como "acidente", porque é um crime. No qual o transgressor é assumidamente responsável por todo ferimento decorrente do ato. Inclusive dos próprios ferimentos.
Todos os dias eu vejo motoristas de carros, ônibus, caminhões, motociclistas e outros atores do trânsito cometendo todo tipo de infração. Que resultam em multas, eventualmente a apreensão da habilitação e até a exigência de comparecer a um cursinho de boas maneiras. Mas não vejo ninguém se apresentar diante de um Juiz para justificar o que levou a desrespeitar uma regra tão elementar.
Dá medo do futuro. Porque na tentativa desesperada de reduzir os acidentes as autoridades de trânsito (e todo séquito de especialistas) inventam regras ridículas, que geram multas, mas não são capazes de imputar de forma exemplar os verdadeiros criminosos do trânsito.
Independentemente do que propagam os órgãos de trânsito, as entidades de classes de motoristas, motociclistas, associações de fabricantes e de concessionárias, nenhuma ação para redução de acidente de trânsito terá o menor efeito enquanto vivermos o clima de terra sem lei. Enquanto a municipalidade enxergar o trânsito como fonte de arrecadação, que faz instalar um radar em uma grande avenida no período das 8:00 às 18:00 horas, mas retira à noite, quando acontecem os mais graves acidentes.
Eu nunca vi um guarda de trânsito depois das 18:00 horas que não estivesse preocupado apenas em multar quem estaciona em local proibido. Enquanto um carro é rebocado da frente de uma guia rebaixada 30 tiram racha nas avenidas da periferia.
O gerenciamento de trânsito é preguiçoso, não quer fiscalizar onde dá trabalho. Não quer diferenciar os grandes dos pequenos delitos. E o cara que ignora um sinal de PARE nunca será multado, porque tem um motociclista de viseira aberta que está ali, mais fácil de ser flagrado.
Enquanto quebramos a cabeça na busca por soluções que diminuam o sofrimento de quem se acidenta no trânsito, os legisladores passam a mão na cabeça de quem causa acidente.
Se mundo acabar num grande sinal de PARE só sobra o Brasil!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. A pequena grande Triumph:...
. Prostatite final – Amor e...
. Prostatite parte 10: a vo...
. Prostatite 9: uma separaç...
. Prostatite parte 7: Começ...
. Prostatite parte 6: a hor...
. Prostatite 5: Sex and the...
. Prostatite 4: você tem me...
. Prostatite 3: então, qual...