Domingo, 25 de Outubro de 2009

O estelionatário sou eu

(cuidado com esse homem!!!)

Atenção Receita Federal, Polícia Civil, Polícia Federal, Justiça Eleitoral, Serasa, autoridades civis, militares e eclesiásticas: eu sou o estelionatário que vocês tanto procuravam! Podem vir me prender.

 

Meu crime: nasci em Lisarb, aquele país misterioso, meio fictício, que fica entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, em algum lugar misterioso da América do Sul. E o fato de eu ser um cidadão lisarbiano faz de mim um estelionatário nato! É congênito! Do latim: con il gennis, ou seja, genético! Tá no meu sangue, é mais forte que minha consciência. Eu tento ser honesto, procuro andar na Lei, mas não tem jeito, basta me aproximar de um guichê para que toda minha psicose estelionatária aflore com a mesma naturalidade que cachorro levanta a pata pra fazer xixi. Está na minha informação genética. Não é fruto do meio, mas uma característica inerente à minha psiquè

 

É assim: se tenho de assinar algum documento minha mão resiste a escrever o MEU nome e tenta desesperadamente me fazer passar por outra pessoa, mesmo que isso só traga prejuízo a mim mesmo. Se preciso informar meu endereço minha boca se recusa a falar o da minha casa e quando menos espero me vejo impelido a dar um endereço falso, apesar de conscientemente saber que essa atitude só me trará aborrecimentos. E na hora de dar meu CPF? Srs, faço isso sob uma violenta compulsão de falar qualquer outro número que não seja o meu mesmo, embora eu não deva nada ao Fisco.

 

Imagine os srs que três meses atrás comprei uma moto BMW. Nada muito especial, mas eu merecia esse mimo depois de quase 10 anos com a mesma velha e boa DR 650. Na hora de transferir os documentos o órgão de trânsito, chamado DETRAN, exigiu que eu provasse que eu era quem eu dizia que era, ou seja: eu mesmo! Para isso me fez tirar cópia de documentos pessoais e apresentá-los juntos com os originais. Por uma questão de praticidade, mostrei minha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) que já tem todos os dados: Nome, CPF, RG e, claro, o nº da CNH. Além disso, fui obrigado a expor minha vida pessoal a um desconhecido ao apresentar uma conta de luz a pretexto de confirmar que eu moro onde eu disse que moro. É compreensível essa exigência, afinal eu sou um estelionatário, não sou?

 

Semana passada foi a vez de renovar minha CNH. É, srs, cheguei aos 50, gozando de boa saúde física, mas sem conseguir me livrar dessa psicopatia compulsiva de ser estelionatário. Voltei ao Poupa Tempo de posse da minha CNH quase inválida, apresentei e a moça adiantou:

 

- Trouxe cópia do CPF e comprovante de residência?

 

- Trouxe, respondi, e todos meus mesmo!

 

Dito isso exibi minha CNH, meu RG e o documento da minha moto, com o meu endereço verdadeiro, já que três meses antes eu comprovei por meio de uma conta de luz que eu moro onde sempre disse que moro há longos 40 anos.

 

- Ah, mas o documento da moto não serve como comprovante de residência! E o CPF precisa ser uma certidão de situação cadastral!

 

Respirei fundo e argüi (sim, com trema, senão fica ridículo):

 

- Sra, o documento da moto foi expedido pelo DETRAN, logo ele já foi conferido e é assinado e certificado pelo Delegado Titular do Detran, o cara que manda lá dentro!

 

- Sim, mas não serve?

 

- Peraí, deixa ver se eu entendi, ou estou dentro de um pesadelo: o DETRAN não aceita um documento emitido pelo DETRAN???

 

- Não!

 

Tentei argumentar: O que aconteceu com aquela lei que proibia a exigência de duplicidade de documentos? Lembro vagamente de criarem essa lei que impedia, por exemplo, que um órgão público exigisse RG e Certidão de Nascimento, uma vez que o RG só é emitido mediante a apresentação da Certidão. Se o documento da minha moto exigiu um atestado de residência porque que c*** eu tenho de mostrar de novo pra renovar a CNH??? Idem com relação ao CPF.

 

E então a moça soltou aquela frase que ouço desde o dia que a minha santa mãe me jogou neste mundo de ponta-cabeça (o mundo, não eu):

 

- Desculpa, não posso fazer nada, só cumpro ordens!

 

ORDINÁRIA, é o título da pessoa do gênero feminino que vive em função de cumprir ordens.

 

- Mas, e o CPF? Por que não aceita, se está escrito aqui na minha CNH, um documento emitido, assinado e certificado pelo Delegado Titular do DETRAN, o cara que manda em tudo isso aqui???

 

- Também não pode, tem de ser um papel emitido por computador pela Receita Federal, o Sr pode usar os nossos computadores...

 

ATENÇÃO para essa informação: O DETRAN, um órgão de TRÂNSITO, só renova sua carteira de habilitação se o cidadão comprovar sua situação perante a Receita Federal. Em outras palavras, quem deve ao fisco não pode dirigir! A partir de agora, Lisarb é o único país do mundo no qual um órgão de trânsito tem o papel de fiscal da Receita Federal.

 

Esse pesadelo kafkiano não acabou. Depois de imprimir um certificado de situação cadastral da Receita Federal e uma conta de celular (que qualquer estelionatário-mirim pode mudar o endereço à vontade no Photoshop ou mesmo no paintbrush) voltei ao guichê e... bingo! Não fiz a provinha de CFC (Centro de Formação de Condutores). Quer dizer, o computador da dona Ruth do Poupa Tempo diz que não fiz, porque eu fiz!

 

Em 2004 minha carta foi cassada por ser um louco delirante e levar mais de 20 pontos por multas perigosíssimas como rodar a 49 km/h ou a 78 km/h em uma avenida movimentada às 3 da madrugada. Naquela ocasião fiz o cursinho de reciclagem no prédio do DETRAN, durante quatro dias, e ao final a provinha de 30 questões, da qual acertei 28!!! Assinei a súmula, peguei meu Habeas Motoristus e saí com uma CNH novinha. Nessa época cheguei a escrever no Motonline que o curso era tão válido que deveria ser obrigatório pra todo mundo. Portanto há provas, documentos e testemunhas que confirmam que fiz o referido exame em 2004.

 

Mas meu nome não aparecia mais no computador do DETRAN. Como eu sou um estelionatário e minha palavra vale menos que o cocô de uma mosca, a única saída seria fazer o exame de novo, no CFC em frente ao Poupa Tempo, ao custo de R$ 40,00.

 

Ah, não sem antes passar pelo exame médico e sofrer diante das luzes coloridas piscando...

 

Paguei os R$ 40,00 a um estranho, que me levou a uma cabine com um micro na mesa, sentei, respondi 30 questões em 22 minutos e acertei 25, sem nem sequer ler uma linha impressa da referida apostila, afinal eu tenho o CTB gravado no meu cérebro psicótico. Só não me conformo com o nível quase imbecilizante de quem redigiu as questões.

 

Ao final desse calvário e de passar QUATRO vezes pelo Poupa Tempo (poupa?), consegui minha habilitação novinha! E de imaginar que de cada 10 pessoas que conheço, menos de 3 fizeram CFC e os exames de habilitação, as demais pagaram cerca de R$ 200 pra sair com uma carteira de habilitação na mão, sem perder um minuto do precioso tempo. Mas o estelionatário sou eu!

 

Pelo menos pelos próximos cinco anos não serei mais um criminoso. Quando chegar 2013 terei de provar mais uma vez que não sou o estelionatário de outrora.

 

O que me consola é que o mundo vai acabar em 2012. E antes da Copa do Mundo, otários...

 

(Já esse cara não tem perigo nenhum, é só um palhaço...)

 

publicado por motite às 02:05
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Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

Lisarb - O chato sou eu

(Pãts, como sou chato! Foto: Chatite)

 

Fiquei sabendo pelo guarda noturno que sou considerado o chato da rua. Pra mim isso é o maior elogio que poderia receber desses estranhos que moram vizinhos à minha casa, porque deles eu só poderia esperar isso mesmo. Afinal, só eu gosto de acordar cedo nos finais de semana para escalar, dar aula de pilotagem, viajar de moto, cuidar das minhas mudas etc. E para acordar cedo é saudável DORMIR cedo. Todo mundo tem direito de fazer festas em casa, quem não faz? Mas não precisa entrar pela madrugada com som, gritarias e risadas. Como tenho sono leve, nestes casos chego a chamar a polícia porque não gosto de discutir sobre direitos e deveres com gente bêbada.
 
Fazer barulho e incomodar a vizinhança a noite toda é legal. Respeitar a lei, ser sensato e criar bons vínculos pessoais é ser chato. Aliás, respeitar os outros é chato pra caramba! Legal é cada um cuidar do próprio nariz. Não é assim que os donos de Monza com película escura filosofam: “Deus criou a vida para que cada um cuide da sua”. Genial a frase! Um monumento à educação!
 
Também sou o chato que pede para os moradores recolherem o cocô dos cachorros. Até fiz uma campanha: “Tenha educação, recolha a merda do seu cão!” Bem poético! Fiz faixa, pendurei nas árvores e passei a ser o chato. Porque é legal deixar cocô espalhado pela rua e calçada, Principalmente para quem passeia com carrinho de bebê (agora sou avô), ou quem se locomove por meio de cadeira de rodas. ISSO é legal, chato é recolher a merda do cachorro.
 
Outra chatice minha é pedir que vizinhos aprendam a destinar o lixo de forma responsável. Imagine que uma vizinha deixou várias latas de tinta ainda cheias pra fora do portão, na ingênua esperança de que o coletor de lixo as levasse. Adivinha o que os vândalos de plantão fizeram com a tinta? Respeitar os horários e tipos de coleta, separar lixo reciclável é ser chato. Legal é deixar lixo orgânico misturado com inorgânico para que catadores de lixo façam a maior sujeira na porta de casa. Mais legal ainda é deixar lixo com resto de comida ficar exposto na rua por dois dias para que cachorros, gatos, baratas e ratos tenham do que se alimentar. Mais legal ainda é queimar o lixo no quintal, porque além da beleza da fumaça ganhando o céu, ainda tem o cheiro de plástico queimado que é uma delícia!
 
Podar as árvores também é uma chatice sem tamanho. É muito mais legal deixar as árvores crescerem naturalmente e deixar o jardim do vizinho sem uma réstia de sol. É chato demais pedir que respeitem o direito à insolação natural. Legal é ignorar que o sol nasce pra todos.
 
E fazer silêncio? Quer coisa mais chata? Rodar com uma moto com escape original é tão chato que deveria ser proibido por lei! É infinitamente mais legal usar escape esportivo, sem silenciador e passar pelas ruas de madrugada acelerando e soltando pipocos. Isso é tão legal e divertido que deveria fazer parte do currículo escolar desde o jardim da infância!
 
- Hoje a titia vai ensinar a fazer barulho!
 
Ah, bastam 15 minutos dentro de um buffet infantil para perceber que já fazemos isso. Os adultos que tem a responsabilidade de educar pensam que criança gosta de barulho. Desde o teatro infantil – mal feito – até as festas temáticas de buffets, é quase obrigatório ter muito barulho. Assim a criança se tornará um adulto legal, barulhento e não um mala sem alça silencioso.
 
Na frente da minha casa mora uma família legal. Os pais tocam a buzina para a empregada abrir a porta e a perua escolar também buzina duas vezes por dia: na hora de recolher e devolver os pentelhinhos. Adivinhem qual tipo de comportamento estas crianças desenvolverão? O chato silencioso ou o legal barulhento?
 
Nos anos 80 um amigo trilheiro foi morar na Alemanha, seduzido por um bom emprego e salário idem. Nem precisou economizar muito para comprar uma moto de trilha e sair feliz pelas estradinhas de terra da pequena cidade que morava. No auge de sua felicidade uma surpresa: Der Polizei!
 
O policial educadamente pediu que ele procurasse uma pista de motocross e não circulasse por aquelas trilhas porque estava incomodando a vizinhança. Meu amigo olhou para todas as direções e não viu nem uma casa sequer. Foi quando o policial apontou lá longe, uma fumacinha saindo de uma chaminé e explicou:
 
- Lá mora UM senhor apenas. E ele tem direito ao silêncio!
 
No último final de semana fui passar o domingo na bucólica vila de Monte Verde (MG), com suas ruazinhas estreitas e plantações de pinus. Perdi a conta da quantidade de motos 125 com escape “estralador” que passava soltando pipoco. Pense numa coisa legal! A vida deve ser muito chata sem poder ouvir esses pipocos ou ver um bebê de seis meses pular de susto com os “POW” do escapamento. Que tédio não poder deixar as pessoas ouvir apenas os sons da natureza. Legal é soltar pipoco ou parar o carro em uma esquina, abrir o capô do porta-malas e deixar que todos ouçam funk a 1.000 watts de potência!
 
Não sei o que vai ser da minha vida. Um cara chato como eu está destinado a ser solitário, tratar da úlcera e ainda por cima sem receber visitas no hospital. Quem vai querer visitar um chato?
 
Como diz um vizinho, tão chato quanto eu, “todo brasileiro deveria fazer estágio na Europa para aprender o significado da vida em sociedade”.
 
Mas o que estou escrevendo? Nós vivemos um Lisarb. Onde legal é ser chato. E chato é ser legal.

 

publicado por motite às 18:06
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008

De volta a Lisarb

(neste estranho país tudo é ao contrário...)

 

Os meus leitores conheceram o Lisarb, país no qual tudo é ao contrário. Mas a cada dia surgem novas leis, comportamentos e manias que levam a crer que um dia Lisarb será oficial e Brasil será o estranho. Quer uma prova? O Brasil ficou chocado com a notícia da modelo Ana Carolina Reston, que morreu de magreza aos 21 anos, em 2006. Nem na Etiópia uma pessoa com aquele corpo seria considerada gorda, mas no mundo da moda o bonito é ser cadavérico. Sem o cheiro, por favor, só a aparência! A mídia – num excelente exemplo de necrofilia – estampou a foto da menina – com 40 kg! – nas primeiras páginas de várias publicações.

 

(Ana Carolina, tão jovem, tão linda e tão magra...)

 
Aqui começa uma tremenda inversão de valores. A revista Veja pertence à editora Abril, que publica pelo menos uma dúzia de revistas mensais e semanais exclusivamente destinadas a cultuar a beleza, colocou a foto da menina na capa com a chamada “A magreza que mata”. No entanto a Abril fatura uma fortuna em revistas como Nova, Claudia, Capricho, Boa Forma, Mens Health, Womens Health e outras que nem lembro mais. Em TODAS essas publicações o tema principal é “emagreça, emagreça e emagreça”. Até o dia em que uma menina de 18 anos morre por excesso de emagrecimento e vira capa da Veja em uma reportagem toda dramática. Que ironia lisarbiana: o mesmo emagrecimento que vende revistas femininas também ajuda a vender a Veja quando alguém morre... de magreza!
 
(emagreça, emagreça e emagreça...)
 
Não gosto de jogar confete na minha cabeça, mas em 1999 escrevi um roteiro pra teatro intitulada “A Conspiração”, que tratava da ditadura da beleza. Na peça, a personagem feminina desaparecia depois de tanto regime. Na cena final aparecia uma luz com a personagem afirmando “Nossa, agora me sinto tão leeeeeve!”. A peça  - uma comédia, claro - nunca foi ao ar por falta de patrocínio, talvez fosse o caso de procurar patrocínio do Cemitério da Paz!
 
Xô garupa
Votando ao assunto que nos uniu, o motociclismo, agora parece que todo político sem uma plataforma dignificante decidiu apontar as armas em direção aos motociclistas. A idéia é a seguinte: já que estão usando as motos para cometer alguns delitos, então é melhor tratar TODOS os motociclistas como marginais. É a base do racismo: primeiro generalizar, depois segregar e finalmente identificar! Pena que os lisarbianos têm péssima memória, pois acabam votando nessa furba de anencéfalos de terno, gravata e tailler que vivem nas tetas do Estado e chafurdam no esgoto de suas representações políticas. Como é possível alguém propor uma insanidade como colar o número da placa da moto no corpo do motociclista?
 
Só pra dificultar a argumentação da deputada Rose de Iroshima (do PMDB-ES) a socialite Ana Cristina Gianini Johannpeter foi assassinada por um menor – que já tinha passagem na polícia – pilotando uma prosaica bicicleta, também em novembro. O crime aconteceu a 150 metros de uma delegacia do Leblon, Rio de Janeiro. Como a dona Rose irá reagir? Vai recomendar o uso de um colete com o número do RG e endereço em todos os ciclistas do Rio de Janeiro? Ou vai propor uma redução dos salários, jetons e benefícios dos servirores lisarbianos para relocar a verba aos programas sociais realmente funcionais? Ou exigir do Secretário de Segurança Pública do Rio a garantia de que as pessoas sob sua guarda sobreviverão a mais um dia?
 
(Joji você é um homem ou um Hato?)
 
Outro exemplo de brilhantismo voltou à pauta. O “qualquer coisa política” Joji Hato, um sujeito de aparência asquerosa voltou a propor a proibição de as motos transportarem passageiros em São Paulo, como forma de evitar os crimes cometidos por motociclistas. Esse mesmo Joji Hato não se opôs a comparecer na festa de apresentação da Kawasaki do Brasil, na qual estava cercado de pessoas que vivem de e para as motos! Esse mesmo Joji Hato que durante uma Comissão de Educação da Câmara Municipal de São Paulo, em junho de 2008, aproveitou que a platéia era formada por senhores e senhoras e mencionou seu projeto para acabar com os passageiros de motos em São Paulo. Por aí a gente percebe o quanto a nova diretoria da Kawasaki anda mal informada sobre as celebridades que convive.
 
Apaga tudo
Ah, Lisarb. Uma característica interessante “deste país” (como diz Lula) é o recadastramento. Nos últimos 10 anos eu recadastrei meu título de eleitor, meu CPF, meu PIS (SUS, INSS, sei lá o nome), meu IPTU e algum outro que não lembro. Sabem por que o Brasil promove tantos recadastramentos? Porque perde o controle da corrupção! É preciso saber se os beneficiários do INSS estão vivos; quantas contas bancárias foram abertas com CPF falsos; quantos eleitores fantasmas existem e quantas casas foram construídas ilegalmente. Em suma, o Estado perde o controle da corrupção (porque quem deveria fiscalizar também é corrupto) e toma uma atitude de macho: apaga tudo e começa do zero! O recadastramento é o maior atestado de incompetência que uma administração pode passar e ninguém vem a público pedir desculpa pela falta de controle. Somos obrigados a suportar o império de burocracia e se nossa memória nos trai e esquecemos de nos recadastrar ainda pagamos MULTAS!
 
Agora vem a idéia super moderna de implantar chip em todos os veículos motorizados. Isso me lembra as urnas eletrônicas. Lisarb é um dos países mais pobres e com uma das piores distribuições de renda do planeta, mas quer ser up to date em tecnologia com as urnas e agora o chip de identificação veicular. Muito moderno e eficiente, não fosse uma velha e esquecida questão chamada PRIORIDADE! Imagine se essa tecnologia moderna fosse empregada, por exemplo, para reduzir ao menos um pouquinho a corrupção cometida dentro da administração pública!
 
Então temos de um lado a completa incapacidade de controlar a corrupção. De outro a necessidade de “aparecer” diante da comunidade internacional com soluções modernosas como urna eletrônica e chip. Uma boa idéia seria juntar essas duas necessidades com a criação de um chip de identificação de corrupto. Já pensou? Uau! Desde o cara que leva uma caneta esferográfica da repartição pública pra casa, até lobistas que recebem “gratificações” por um mega contrato de fornecimento de produtos e serviços ao Estado. O chip identificaria o corrupto (ou corruptor) e apareceria seu nome em um enorme painel colocado em Brasília. Tipo um Digital Corruptor Identificator Tabajara.
 
Mesmo um país de piada pronta como Lisarb esse tipo de analogia já perdeu a graça. Cada vez mais acredito que a principal função de uma deputada como essa Rose é desviar a atenção dos assuntos realmente sérios. Enquanto gastam-se tempo e dinheiro para tramitar um projeto ridículo como esse, nos porões de cada representação política os ratos engravatados e de tailler investem tempo e esforço mental para descobrir uma forma de aumentar seus vencimentos, trabalhar menos e se aposentar mais cedo.
 
Políticos de Lisarb são lutadores sim. Lutam para conseguir o poder. Não é pelo ou para o povo, mas exclusivamente pelo poder. De um simples vereador ao presidente todos almejam o poder. A sensação de poder corrompe, libera endorfinas e vicia. Por isso, no dia seguinte à posse, a preocupação número um das roses neste jardim de lama é uma só: como conseguir se reeleger para prolongar a agradável sensação de poder por oito anos.
 
Lisarb está ficando tão absurdamente de ponta cabeça, numa inversão de valores sem comparação no mundo, que uma hora destas vai voltar a ser Brasil.
 

 

publicado por motite às 17:13
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