Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008
(Apesar da roda dianteira de 21" é muito boa nas curvas asfaltadas)
(Continuação)
Se o guidão atrapalha o câmbio ajuda. A BMW optou por uma relação de câmbio mais on do que off Road. O que é ótimo, porque se alguém quiser se aventurar mais no fora-de-estrada basta trocar a coroa, o pinhão ou ambos, afinal essa Bê-eme tem corrente e não correia, nem carda. A Yamaha XT 660, por exemplo, é um exemplo de escalonamento mais off, com as três primeiras marchas muito próximas e curtas e fica um buraco enorme para a quarta marcha. Como resultado, na XT é difícil rodar em velocidades intermediárias porque a terceira é curta e a quarta é longa.
Além disso, a relação da F 800 GS também é muito boa na estrada, com as 4ª, 5ª e 6ª marchas bem distribuídas. Para facilitar ainda mais, o painel digital indica a marcha engatada, muito útil, porque a todo instante eu estava em 5ª achando que era 6ª.
Graças a este câmbio bem dimensionado – e, claro a alimentação feita por injeção eletrônica – esta BMW me surpreendeu na hora de abastecer: o primeiro trecho fez uma média inacreditável de 20 km/litro e nem me preocupei em controlar o acelerador. É mais econômica que minha rabugenta Suzuki DR 650RE.
De dimensões compactas e baixo peso (178 kg, a seco) para uma 800 cc, esta BMW poderia até ser chamada de mid-trail, pela facilidade de pilotar na cidade.
On the Road
O primeiro trecho do teste foi na rodovia Fernão Dias, em direção à Bragança Paulista. Esse é meu roteiro tradicional de teste seja lá qual for a moto. A Fernão Dias é uma estrada esquecida por Deus e pelas autoridades. Especialmente na época das chuvas – agora! – ela esconde cada panelaço capaz de entortar rodas, rasgar pneus e outros acidentes perfuro-contundentes! Neste cenário ainda tinha mais um agravante: as linhas de pipas pairando ameaçadoras sobre minha cabeça e diante dos olhos impassíveis dos policiais rodoviários.
Sem contar com a antena anti-cerol colei na traseira de um caminhão baú e passei o trecho mais perigoso. Neste momento pensei no pára-brisa maior oferecido opcionalmente para o modelo GS. A bolha original não desvia totalmente o vento, mas já alivia bem, sobretudo acima de 140 km/h. Falando em velocidade, pode-se viajar confortavelmente entre 120 e 140 e a máxima que consegui foi 210 km/h (pelo velocímetro), com o ponteiro do conta-giros encostando nos 8.500 rpm (a rotação de potência máxima é 7.500 rpm).
Mesmo com a roda dianteira de 21 polegadas a estabilidade nas curvas é muito boa. Nas curvas de alta velocidade da Fernão Dias consegui manter um bom ritmo, mesmo com os buracos e costelas de vaca por toda parte.
(continua)
(Painel com display digital e indicador de marchas)
Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2008
(A nova BMW F 800 GS com o céu cinza ao fundo... Foto:Tite)
Passei o fim de semana sobre moto! Primeiro rodei cerca de 500 km no sábado com a nova BMW F 800 GS, maravilhosa, em um roteiro que começou em São Paulo, passei por Socorro, Serra Negra, Amparo, Morungaba, Jundiái, Santana do Parnaíba e São Paulo. Peguei estradas de terra, asfalto, retas, curvas todo tipo de piso e posso garantir que essa Bê-eme é simplesmente fantástica.
Coisas de quem entende: Desde que testei a F 800S esportiva, com este mesmo motor de dois cilindros paralelos, senti que era uma moto muito legal, mas com um motor fracote para ser 800cc. E fiquei imaginando "humm, este motor em uma moto de uso misto ficaria fantástico".
Algum tempo depois comprei uma revista americana Cycle World com o teste da F 800 GS e o redator começava o texto assim: "Agora sim, o motor 800 da BMW serviu como uma luva para uma moto de uso misto"!
Viu! até que eu entendo alguma coisa de motos...
Ainda não vou publicar o teste porque quero provar a versão "on" da F 800, estranhamente batizada de F 650! Vai entender!!!
A F800GS é uma opção que funciona como única moto na garagem: pode ser usada na cidade, na estrada e na terra sem mexer em nada. Quer dizer, eu mexeria em algumas coisas como trocar o guidão por um mais estreito y otras cositas más que deixo pro contar no teste...
(esse cara aí da foto entende alguma coisa de moto! Auto retrato: Tite)
+ + +
(Uma Ducati Desmo, acho que é 750, mas não tenho certeza... Foto:Tite)
Já no domingo foi a vez de ver de perto as motos clássicas no encontro no estádio do Pacaembu. Revi várias motos que já tive e algumas que tive apenas vontade... como as Ducati. Meu pai nunca permitiu que eu comprasse uma Ducati. O velho sabia das coisas...
Pena que no mesmo dia tinha uma final do campeonato juvenil de futebol e a torcida fez uma barulheira da porra com os rojões. Vc sabe, eu não suporto barulho...
Aguarde as matérias...