(A primeira: tudo começou com ela - Suzuki A 50II. Foto:Pai)
Minhas motos
Graças à um post no Orkutinsson ocorreu a idéia de escrever sobre “As minhas motos”. Toda vez que tento lembrar quantas motos eu já tive acabo percebendo que alguma ficou fora da lista. Só de XL/XLX 250 foram quatro!!! Por isso – e para poupar meus neurônios da estafante missão de lembrar coisas – fiz um relatório das motos que já tive por categorias. Vamos lá:
A primeira moto: Suzuki A 50II (1972~1973) – Na verdade a moto era do meu irmão mais velho. Eu só tinha 12 anos e mal alcançava os pés no chão. Era linda e eu a colocava na sala de casa pra ficar olhando até pegar no sono. Com ela aprendi a gostar de velocidade e levei o primeiro tombo em cima de um canteiro de espinhos! O fim dela foi triste: um bêbado passou o farol vermelho e pegou bem na roda dianteira. O cara tentou fugir e arrastou a moto presa ao pára-choque do Fusca por uns 60 metros. Eu escapei por milagre porque naquela época não usávamos capacetes. Mas a moto foi vendida como sucata!
A mais querida: Honda CB 400Four (1976~1986) – Também foi comprada para o meu irmão, mas essa eu roubei mesmo, na cara dura. Rodei mais de 120.000 km em 10 anos. Nos últimos anos eu poupava a velhinha porque já tinha outra moto. Com a 400Four eu viajei muito, namorei muito, caí muito e corri tanto que é admirável ainda estar vivo! Depois de ficar alguns anos guardada na casa dos meus pais, criando poeira e teia de aranha foi vendida por US$ 1.000 e hoje me arrepende demais de tê-la vendido!
(CB 400Four n versão tuning. Não repare no terno, eu era executivo! Foto M.Bock)
A primeira fora-de-estrada: Yamaha DT 180S (1982~1983) – Foi minha professora de off-road. Fiz a Rio-Santos várias vezes (na época pré-asfalto); viajei pelo interior de Minas, passei o maior frio da minha vida na Serra do Mar e gostei tanto dela que logo depois comprei mais uma! Essa segunda está com o Felipe Passarella até hoje!
A mais perigosa: Yamaha RD 350LC (1988~1990) – Nuca tive nada mais rápido na vida. E a mais arisca também. Comprei exclusivamente pra correr, porque tinha uma Hondinha 125 pra usar no dia a dia. O motor foi feito pelo Gaeta, os escapamentos eram originais por fora e tudo alterado por dentro. As suspensões eram jóias preciosas e numa medição feita no litoral ela chegou a 222 km/h de velocidade máxima. Decidi vender depois de levar um tremendo susto voltando pra casa. A história dessa RD continuou porque vendi pra um garoto sardento que achei não duraria nem três meses com a moto. O resto dessa história eu conto outro dia.
A mais chocante: Agrale SXT 27.5 Explorer (1990~1992) – Quando achei que iria morrer com a RD decidi voltar pro fora-de-estrada e comecei a disputar provas de enduro de regularidade e velocidade. Consegui patrocínio da Agrale e tinha como ofício desenvolver e moto e passar tudo pra fábrica. Novamente com ajuda do Gaeta e mudamos tudo na moto, da suspensão às manetes, escapamento, tudo! A parte chocante é que num Enduro das Montanhas instalei um Compass e tivemos de improvisar uma bateria (a Explorer não vinha com bateria), mas alguém esqueceu de ligar um fio terra. No primeiro dia de prova fiquei em primeiro na categoria. No segundo dia choveu e cada vez que eu passava em poça d’água levava choque nas mãos! A moto era tão boa que meu amigo Ralph Theil herdou essa Explorer pra correr no Paulista de Velocidade, entrou na metade do campeonato, ganhou três corridas e foi campeão!!!
A melhor: Yamaha XT 600 Ténéré 1988 (1993~1994) – O critério “melhor” tem muito a ver com aquilo que cada um julga importante. Essa moto é uma “journey-bike” feita para quem quiser rodar milhares de quilômetros. Com ela fiz algumas das minhas melhores viagens como a inesquecível estrada de dunas de areia fofa para Jericoacoara, CE. Vendi só para comprar uma moto zero km, que viria a ser a pior de todas!
A pior de todas: Cagiva W16 (1994) – Provavelmente a Cagiva mandou essas motos pro Brasil pra se livrar do mico. A Agrale era representante e fez uma venda com super desconto aos jornalistas. Comprei uma e só tive dor de cabeça. Nunca funcionou direito e nenhuma concessionária conseguia resolver o problema. Quando quis vender a moto de volta na concessionária a segunda surpresa: os caras desvalorizaram quase 50% o valor da moto com TRÊS meses de vida!!! Justificativa do concessionário: “a moto era muito ruim”. Só que depois eles revenderam a moto pelo dobro do preço!!!
(Honda RS 125 - a mais divertida! Foto: Donini)
A mais divertida: Honda RS 125 (1997~2007) – Com essa moto corri os campeonatos brasileiros de 1997 a 1999. Com motor 125cc, dois tempos, cerca de 45 CV era muito difícil de pilotar, mas uma delícia! Depois da última etapa guardei-a na sala de casa e ficou lá repousada até meu velho amigo Alexandre Simões Zaninotto arrematá-la para guardar em seu museu particular. Aliás, só vendi porque ele prometeu mantê-la intacta!
A atual: Suzuki DR 650 RE (2001 ~ ?) – Na verdade tive duas dessas (uma 1996 e a atual 2000). Uma das motos mais versáteis que conheci: enfrentou longas viagens, encarou trilhas com pneu off-road, rodou milhares de quilômetros de congestionamento paulistano e tem uma incrível capacidade de entrar e sair do asfalto e da terra sem necessidade de nenhuma regulagem. Um trator. Pena que as peças sejam tão caras e o vazamento de óleo no cabeçote seja incurável.