Minha BMW G 650GS: fora de linha, sem graça, mas ótima para viajar, barata e econômica. (Foto: Tite)
Veja 11 dicas de como negociar motos usadas sem dor de cabeça
O mercado está ótimo para compra de veículos usados e semi-novos. Tudo bem que é consequência de uma crise que ninguém gostaria de passar, mas a vida é que nem pilha: sempre tem o lado negativo e positivo. Cabe a nós olhar mais para o positivo.
Desde sempre sou procurado por amigos e internautas com dúvidas sobre qual moto comprar (viu, assessores de imprensa?). Mas recentemente sumiu aquele discurso “não importa o preço, quero saber qual a melhor”. Ah, como era bom ter dinheiro sobrando. Agora a pergunta mudou radicalmente e começa sempre com um valor, tipo “o que você recomenda comprar com R$ 20.000?”. E neste cardápio entram as usadas semi-novas que surgem como excelentes oportunidades.
De longe parece novinha, mas está cheia de marcas de pequenos tombos. (Foto: Tite)
Primeiro vamos olhar para o mercado. A oferta de veículos usados cresceu exponencialmente, mais ainda quando se trata de motos acima de 400cc, porque é costumeiramente um veículo de lazer, quase um luxo, enquanto as motos abaixo dessa categoria são bens de uso ou de trabalho, praticamente um gênero de primeira necessidade.
Não falei? Olha o tanque de gasolina amassado! (Foto: Tite)
Na hora do sufoco a primeira coisa que uma família corta é o luxo. Eu mesmo tive de vender uma moto que amava, já que o prometido meteoro não veio e o fim do mundo foi adiado mais uma vez. Como o meu mundo estava quase acabando, tive de vender a moto e planejei ficar só de scooter. Até que surgiu uma galinha morta. Não, não é a penosa falecida, mas é o nome que se dá a uma oportunidade muito rara de fazer um ótimo negócio. E fiz!
No meu caso foi uma BMW G 650GS, que considero uma moto tão emocionante quanto dançar com a irmã. Mas achei uma 2014, com apenas 10.000 km que estava à venda há dois anos por ser amarela! Aqui faço um adendo: o brasileiro é que nem gado no pasto (já dizia Zé Ramalho), se a cor da moda é cinza ela se torna a mais valorizada do que as outras cores. No Nordeste a Honda CG vermelha usada é mais cara do que de outras cores e um dia vou escrever sobre isso.
Manetes e manoplas raladas. Um dono cuidadoso troca as peças antes de anunciar. (Foto: Tite)
Bom, como pra mim a cor não faz a menor diferença, fiz uma proposta R$ 3.000 abaixo do valor pedido acreditando que fosse recusada. Menos de 30 segundos depois o dono me ligou. Negócio fechado. Pergunto: qual moto desse porte se pode comprar por R$ 18.000? E ainda por cima novinha! Com aquecedor de manoplas! E amarela, única cor que eu conheço de longe! Comprei!
Dessa minha experiência surgiram outros amigos que estão na mesma situação, por isso decidi escrever um rápido manualzinho com 10 dicas de como comprar moto usada sem rolos, tretas nem perder a amizade.
Pneu "craquelado": vai ter de trocar, coloque na conta do vendedor. (Foto: Tite)
Motos clássicas tem cotação diferenciada, mas veja se foi conservada ou restaurada, porque faz diferença.
Comigo é assim: moto é tratada como um membro da família. (Foto: Tite)
Por fim, pesquise muito antes de fechar negócio e pechinche, mas muito, porque todos nós sabemos que em época de crise os valores ficam abaixo da tabela. Para veículos usados não vale a pena financiar porque os juros estão lá pra cima da estratosfera, tente a estratégia de pagar “à vista no cartão”, ou seja, parcele no cartão de crédito, modalidade que já é bem aceita pelos comerciantes.
Tite Simões – Jornalista e instrutor de pilotagem dos cursos ABTRANS e SpeedMaster. Contato: tite@speedmaster.com.br
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